Palmadinhas de love
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Miúfa, cagaço, muito medinho. O grande Shrek [1] esverdeia o mais fanfarrão. Alguns temores, como a deipnofobia [2], são legítimos, ou um plácido sarau descamba no “puxanço de margaridas” [3]. – Alfred Hitchcock, talvez temesse: “zabaneiras que dormem com homens” [4], espostejou-as nos filmes [5], todavia, confessou ele numa entrevista: “acima de tudo tenho medo da polícia. Nunca conduzo, admitindo a teoria de que, se não se conduz, não somos multados”. Medo da bófia é um pincel. Incapacitante de elementares tarefas, como estar em casa ou sair à rua, a astínomofobia [6] atalharia o serviço de Laura [7] na cama ou no clube nocturno, ou Hitchcock no plateau. Sustaria na terra dele, não em Portugal: em Viseu, Rui Pereira, ministro da Administração Interna, discóbolo da inovação, lançou o programa do quiducho “polícia de família”: “há uma grande diferença, entre o contacto frio e abstracto, para um número, que é o número de uma esquadra, e o contacto personalizado, para um polícia, cuja cara conhecemos, cujo nome sabemos”. O bófia amiguinho, ministra o ministro, pra amansar o barbaresco cenário: “todos contra todos, caos!” nas ruas: “Hordes of Chaos” (dos Kreator). Bofiamente, em Lisboa, é melhor ir pela sombra…
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[2] Do grego “deipnon” = principal refeição dos gregos e romanos + “fobia” = medo, significa medo de jantaradas com amigos e familiares e das concomitantes conversas.
[3] “Pull My Daisy” (1959), realizado por Robert Frank e Alfred Leslie, escrito e narrado por Jack Kerouac, estrelado por Allen Ginsberg e o namorado Peter Orlovsky, Gregory Corso, Larry Rivers, Delphine Seyrig etc; adaptado do terceiro acto da peça “Beat Generation” de Kerouac, baseado num episódio da vida de Neal Cassady e da mulher Carolyn: – a esposa de um ferroviário convida um venerando bispo, sua mãe e irmã, para jantar e a pandilha boémia do marido aparece e arruína a festa com o sagrado, poesia, jazz...
[4] No teste de voz, da actriz checa Anny Ondra, para o filme “Blackmail” (1929), produzido em duas versões, sonoro e mudo.
[5] Barbie Tippi Hedren.
[6] Do grego “astynomia” = polícia + “fobia” = medo.
[7] Personagem, da profissão mais horizontal do mundo, representada por Raquel Henriques na telenovela “Jura”.
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Lisboa, rascante cidade, alcachinada sobre o Tejo e os Mercados Financeiros, de quasimodal beleza, abunda apenas de duas comodidades: esquadras de polícia e igrejas, umas abertas ao aro, as outras à flecha. – O cidadão, que não muda o óleo na Garagem da Lili [1], que frequenta exposições de David Hockney, que aparenta ao anticristo do Livro de Daniel, capítulo 11: “tão pouco apreciará ele (o anticristo) … o desejo de mulheres”, em suma, o homem que vai à bola com outros homens, beneficia, na alfacinha cidade, de um spot de engate: as últimas fileiras das missas [2]. – A bófia, a ralstonia metallidurans (bactéria que segregaria ouro) do ministro, não é uma corporação de abraços como a dinamarquesa, ela reproduz actuações de colegas mais viris, como os ingleses na repressão das manifestações contra a reunião de 2009 do G20 em Londres, ou o profissionalismo americano de levar com o seu próprio spay de gás pimenta nas fuças. A sua habitudinária não convida para a esquadra para uma “Surra de Bunda” [3] posicionam-se mais no arco da “Polícia” dos Sepultura. Porque os prevaricadores lisboetas são maus; na Yaquza, voam-se-lhes os dedos [4], o sovaqueiro da Baixa corta o dilatável órgão em sinal de respeito grupal, ou tatua “Death by Rabbit” [5] na testa por ruindade.
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[1] Liliana Queiroz, moça que “siliconou” as mamas para a Nação e o canal Playboy, numa campanha da ZON.
[2] Comentava um professor universitário, a missa das 22:00 horas dos Domingos, na igreja de S. Nicolau: “é frequente encontrar-se gays nas últimas filas. Por alguma razão será nas últimas filas, bastantes gays, sim”, depois deslocavam-se para a rambóia ui! loucura do Bairro Alto. (A noite lisboeta é uma aborrecida pasmaceira, e o Bairro Alto, o seu pleonasmo).
[4] “Yubitsume” = “encurtamento do dedo”; excisão do polegar pelos membros da Yakuza, quando cometem borrada; também chamado “yubi o tobasu” = “ele fez o seu dedo voar”.
[5] Tatuagem na parte interior da coxa de Lola, a maior vilã do cinema, interpretada por Kate Nauta, actriz, modelo, cantora, no filme “Transporter 2” (2005) realizado por Louis Leterrier: – fotogramas inéditos inseridos na edição DVD.
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A bófia é uma influência positiva. Farta-se de meter coisas, na boca do ministro Rui Pereira [1] que, sobre o bófia reformado, no Laranjeiro, abatido após ter desatado aos tiros, policiou: “aquilo que se passou esta noite foi um incidente táctico-policial, envolvendo um único agente-crime, que disparou sobre as forças de segurança e que foi resolvido com os meios necessários pela força de segurança competente, pela Polícia de Segurança Pública”. – A pátina dos bófias de Lisboa sobreluz. Rusgam como os americanos: 9 horas a jogar Wii. Não caem nos infames perigos do lesbianismo que suaviza a mão. Incendeiam a cidade como Capaneu [2]. Calçam o punhete [3], para bater uma, duas, três, quantas forem precisas, nos facínoras que, por coincidência, dos punhos se lhes acercarem. E a coincidência é do cacete, da polícia e da sorte: Saramago escreveu Caín e não Abel, e morreu [4]. Lisboa não gemina com Deacon City de “Mortal Kombat: Rebirth”, mas quem, por sorte, de elevada probabilidade, provar as cacetadas dos guardas da PSP, que se queixe ao TGV que passa, porque eles tem duas armas da sociedade da informação: o inquérito – o encolher de ombros mascarado de investigação dos factos; e public relations com acesso aos média, reconstroem os factos para consumo da opinião pública. Caso encerrado! e nem a conta do hospital reembolsam.
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[1] Obviamente, “coisa” no sentido de modo de ser, um dos conceitos transcendentais dos escolásticos: coisa, ente, algo, uno, verdadeiro e bom – e não como, mais ou menos grossa, res extensa cartesiana.
[2] Ésquilo, em “Sete Contra Tebas”; Capaneu, “um fanfarrão de orgulho sobre-humano, que profere terríveis ameaças contra as nossas muralhas”, atacava uma das portas da cidade, descreve-o o mensageiro do rei: “no seu brasão, figura um homem nu, portador do fogo, que traz na mão uma tocha flamejante e proclama em letras de ouro: ‘incendiarei a cidade’. Contra este guerreiro deves enviar… mas quem poderá enfrentá-lo? Quem, sem tremer, ousará medir-se com este homem e com a sua jactância?”.
[3] Luvas sem dedos, mas também antigo nome da Vila de Constância, terra de alguma lírica camoniana.
[4] Na arqueologia das palavras, Caín significa “possessão” e Abel “sopro de vida”. Várias malfadadas coincidências: Saramago morre numa sexta-feira e o Governo decreta dois dias de luto, um fim-de-semana, quando a malta escasseia de feriados para pagar portagens e dinamizar a economia. Fernanda Marques, ministra da Cultura de Cabo Verde, numa reunião em Lisboa, nota outra: “consideramos que foi quase um momento de presságio, o facto de estarmos a falar na importância da Língua Portuguesa, quando soubemos do falecimento do poeta Saramago”.
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Em Lisboa, os mainate “Parafuso” [1] relata para os primo Fabião, no Maputo, na loja do Patel, umas pachorrenta cidade, invaginada com os seus habitantes. Um pretérito passado. A Lisboa actual “é a treva!” [2]. Finta-se ladrões e polícias. Uns e outros, um perigo para o corpo, que nem pelas roupas se distinguem. – A estratégia táctico-policial dos polícias à paisana, na Baixa, reactivou a venda de gaze e mercurocromo; o sarrafaçal ministro, nunca o escacholaram, apregoa-os como uns santinhos armados de Hello Kitty, quem com eles se cruza enfarda e resigna-se. Bem remunerados, excitados pelas séries de TV, brandindo pistolas Glock predam as ruas pra cascar. Nas esquadras, o calduço, o carolo, o estaladão, o chapadão, são clássicos; subtis variantes desta estalada que te dou, consoante o perito que aplica, e ainda jogam o número do polícia bom polícia mau, durante este procedimento policial. São glamorosos, são WANAH, sem “N” [3], nunca se lhes deve pedir a identificação, porque ripostarão agredindo com o crachá nas trombas. – Outrora, a Mocidade Portuguesa [4] e a tropa incutiam os bons valores nos jovens, agora, o professor de moral é o videojogo: “Kick A Migrant” ₪ “Nanaca Crash” ₪ “Capoeira Fighter3” ₪ “Kill The Kardashians” ₪ “Call of Duty: Modern Warfare 2” missão “No Russian”. E, nesta formação por bits, muita sorte tem o cidadão, que a bófia lisboeta, não lhe expluda a cabeça.
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[1] Criação do artista moçambicano Romão Félix que pintava a cara de preto: “a figura do Parafuso foi baseado numa figura americana que houve, que era o Al Jolson, cantava os blues, aquela música lenta e eu comecei, portanto, a copiar daí as minhas pinturas” ₪ “Domingo À Tarde”.
[2] Uma das frases de Bianca, na telenovela “Caras & Bocas”, interpretada por Isabelle Drummond, a Emília no “Sítio do Pica-pau Amarelo” (2001).
[3] Bret Easton Ellis em “Glamorama”: “não – responde ela – já esqueci completamente o Damien. E apesar de não suportar a Lauren Hynde, comparada com a maioria das outras putas que andam atreladas aos tipos desta cidade, ela até é semi-aceitável.
– Isso é oficial? – pergunto a sorrir.
– Sabias que ela pertence ao WANAH? – pergunta Alison – aquele novo grupo feminista?
– O que é o WANAH?
– É um acrónimo de ‘We Are Not a Hole’.”
[4] Excepto Jorge Sampaio; em 2000, no programa da RTP “João Nicolau Breyner”, charlou: “ouve lá, tu és salpicadinho da costa ou rabanete? E eu achei aquilo insultuoso e respondi: ‘é à vontade do freguês’, fui expulso e a minha relação com a Mocidade Portuguesa acabou aí”.
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[(Pior) melhor sessão de sempre – o todo americano rapaz Spence Peppard: pescador, baterista, homem famelga: “desguelou-se” na canção “Crazy” (1961), escrita por Willie Nelson, epidemiada nos Estados Unidos por Patsy Cline. – Outro “Crazy” (2005) fritado por Gnarls Barkley, com ingredientes de “Preparati La Bara!” de Gian Piero Reverberi e Gianfranco Reverberi, para a banda sonora do western spaghetti, projectado nos piolhos portugueses com o título “Viva Django!”* (1968), realizado por Ferdinando Baldi; endoideceram também os Violent Femmes.
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* O único cowboy com pedalada para Tarantino: “Sukiyaki Western Django” (2007) realização de Takashi Miike; – Sartana: “Quel Maledetto Giorno D'Inverno... Django e Sartana All'Ultimo Sangue” (1970) realização de Demofilo Fidani; – e Nietzsche: “Deus Morreu, Django Vive” (1968) realização de JSB; muito à frente de Cat Stevens (não o infiel Yusuf Islam, a personagem de Terence Hill, em “Dio Perdona... Io No!” (1967) realização de Giuseppe Colizzi)].
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[Capas de discos – a Apple, vendedeira de inutilidades rotuladas de “coisas trazedoras de felicidade basta adicionar electricidade”, conluiou-se no ano passado com as fateixas de pesca ao big money a Sony Music, a EMI, a Universal Music Group e a Warner Music no “Projecto Cocktail”, para realegrar o (requiescat in pace) mercado dos álbuns. Matuta este gang que anexando-lhes extras: brochuras interactivas, fotos, letras de canções, vídeos, whatever! recupera o avoengo hábito de manusear um produto físico – o anseio da espera pelo LP, a ida à discoteca, recompensados com retirar o disco da capa, acompanhar as letras, apreciar Arte* e piscadelas de olho aos fãs – para um mercado nadante entre o CD e ferramentas digitais. Vendem música, embrulhada num folheto deslavado, dentro de uma caixa de plástico roscofe, agora, big idea, acenam a alcachofra à frente do burro no ensejo dos lucros estalarem. Mais uma ideia para dar com os burros nos girassóis (de Van Gogh) dependurados nos escritórios dos executivos da música. O problema das grandes editoras sempre foi o preço exorbitante dos seus CDs, e soma-se outro, consequência da evolução da sociedade de consumo: o aborrecimento; não já há paciência para álbuns, para ouvir X canções chatas e apenas uma para assobiar**. Nem é uma ideia nova, Brian Eno lobrigava para o empacotamento de música: “refrescante mercado de arte democrático, novas oportunidades para artistas plásticos, designers, animadores, realizadores ganharem algum”. E, alguns independentes, são efectivamente criativos: Moldover editou um CD, numa capa, que é um instrumento musical – fazedor de um género, etiquetado por ele próprio, de “Controllerism”: software e um controller; por referência ao “Turntablism”, que emprega pratos de gira-discos e um misturador. Explica ele o processo de produção ₪ ao vivo.
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* No século XXI, a Arte imita Lady GaGa, corpus GaGa, ministrado aos crédulos, de joelhos, como ordena Sua Santidade Bento XVI: na capa de “The Remix” (2010); e nos altares: “Paparazzi” ₪ “Poker Face” (acústico) ₪ o recente vídeo “Alejandro”. Na oração pela sua vagina – a boataria “internética” apunha-lhe um pau – dois especialistas em pénis afiançaram-lhe o órgão – Boy George: “ela foi um docinho. Pediu-me para lhe assinar a vagina”; e Mika: “ela veio até a minha casa em roupa interior e não vi sombra de pénis”.
** Theodor W. Adorno, criticando a música de entretenimento, “napalmizou” as, tão enaltecidas pelas boas almas, canções de protesto contra a guerra do Vietname: segundo ele traduziam o horrendo em consumo; estimava que a rádio e a alta-fidelidade causaram a audição de mais discos de Beethoven, mas a quantidade não elevou a qualidade da turba: as pessoas escutavam-nos para cantarolar e assobiar uma melodia, e não para apreciar a complexa estrutura das sinfonias – (do tipo: “Acid Police” dos Boredoms, ou “Guiltless World” dos Power Line, ou “The Unwelcome Savior” dos Light This City, ou as Galmet, ou a canção oficial da campanha, para a presidência da Polónia, do candidato Grzegorz Napieralski).
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As capas de discos passaritaram tímidas com os simples 45 rotações, e descararam com “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band” (1967), o nó histórico, da cartolina inchada em obra de Arte. Primeiro disco de capa dupla – os Beatles abandonaram o desejo inicial de um álbum duplo mas retiveram o invólucro – desenhada pelo artista pop, depois Sir, Peter Blake e a sua americana esposa, Jann Haworth, fotografada por Michael Cooper, foi uma concepção do negociante de arte Robert Fraser: nos anos 50, oficial do King's Rifles em África, murmurejou-se-lhe uma very british ligação sexual com Idi Amin Dada. A outra face das divisas inglesas, os Rolling Stones, contra-ataca com “Their Satanic Majesties Request”* (1967): uma capa 3D, também fotografada por Michael Cooper; excepto a de Mick Jagger, a cabeça dos outros membros banda rodavam, e olhando de perto via-se as caras dos Beatles: que no Sgt. Pepper’s, incluíram uma boneca Shirley Temple, no canto direito, vestindo uma camisola com: “Welcome The Rolling Stones”. E depois desbundou-se nas capas:
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* The Brian Jonestown Massacre citaram-no no seu segundo álbum “Their Satanic Majesties' Second Request” (1996).
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“In the Court of the Crimson King” (1969) dos King Crimson, o único quadro de Barry Godber – morreu de ataque cardíaco aos 24 anos – uma variação esquizóide de “O Grito” de Edvard Munch. Andy Warhol nunca se descoseu sobre o dono das virilhas da capa de “Sticky Fingers” (1971): Glenn O'Brien? Jay Johnson? Corey Tippin? Joe Dallesandro? enfarpeladas num fecho éclair verdadeiro, zona do corpo humano que ele muito apreciava, é provável que a foto dos jeans e o interior, as cuecas, pertencessem a pessoas diferentes, fotografadas talvez por Billy Name ou Paul Morrissey. Calão para fellatio, “Brain Salad Surgery” (1973) dos Emerson, Lake & Palmer; na parte exterior, um desenho de máquinas industriais, a capa abria sobre um rosto retalhado de cicatrizes, foi projectada pelo surrealista suíço H. R. Giger: vencedor do Óscar pelo “Alien” (1979). “Physical Graffiti” (1975” ) dos Led Zeppelin, foto de um edifício com as janelas recortadas, onde assomavam as letras do título do álbum, na capa interior, valeu um Grammy a Mike Doud.
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Brian Duffy fotografou o andrógino “Aladdin Sane” (1973), outra cara para “Ziggy Stardust”, aliás, David Bowie; o pintor belga Guy Peellaert desenhou o camaleão da pop, genitais olvidados, meio cão meio homem em “Diamond Dogs” (1974). Storm Thorgerson “psicadelizou” nas capas dos Pink Floyd. E Roger Dean nas capas dos Yes, Uriah Heep, Gentle Giant…
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“Blind Faith” (1969) dos Blind Faith: capa com uma adolescente nua, segurando uma miniatura de um avião, símbolo fálico para as pessoas sãs; o fotógrafo, Bob Seidemann, abordou uma adolescente de 14 anos no Metro, após conversa com os pais para autorização, achou-a demasiado velha, optou pela sua irmã, Mariora Goschen, de 11 anos, que queria um cavalo como pagamento: recebeu 40 libras ₪ “Be Good to Yourself at Least Once A Day” (1972) dos Man: capa dupla premiada que abria num mapa do País de Gales, apontando locais turísticos de interesse e cidades de origem de muitas bandas galesas ₪ “Shinin' On” (1974) dos Grand Funk Railroad: capa em 3D pelo antigo método de óculos bicolores ₪ “Power” (1988) do Ice-T: gourmet de sexo feminino, tantalizava a reprovação americana com a namorada oficial, Darlene Ortiz, fotografada por Glen E. Friedman, de shotgun e decote pródigo ₪ “Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space” (1997) dos Spiritualized: desenhada como uma embalagem de comprimidos, incluindo a posologia, pelo próprio Jason Pierce e Mark Farrow ₪ “Different Class” (1995) dos Pulp: fotos de Rankin, em cartão, dos membros da banda, aplicadas em vários cenários rurais, suburbanos, urbanos que, na edição vinil, alternavam como capa ₪ “Performance and Cocktails” (1999) dos Stereophonics: foto de Scarlet Page, filha de Jimmy Page; a modelo, Lucy Joplin, explica o olhar indiferente, ao beijar o modelo masculino: “eu e o meu namorado passámos a noite no absinto e ópio. Aquele olhar distante não podia ser conseguido doutra forma”. Pagaram-lhe 75 libras em dinheiro: “estourei-as em roupa interior e fui para casa com o meu namorado” ₪ “Discovery” (2001) dos Daft Punk: com capa alternativa para o mercado japonês, o CD oferecia algo inovador na época: um número de acesso a um site da banda, com remixes dos temas ₪ “The Information” (2006) do Beck: capa branca com vários autocolantes para decorá-la, explicou ele que não queria dois CDs iguais: “o trabalho artístico será personalizado. A ideia é fornecer algo que provoque interactividade”.
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Banca numa feira da ladra: piores capas ₪ assustadoras ₪ russas ₪ cubo Rubik ₪ indie. E, por esta Arte dura e pura Daisy Lowe, enteada de Gwen Stefani, dançaria em lingerie.
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Todavia… o melhor pacote para a música é: Ember Reigns – “Cry Little Sister” (pelos Seasons After), original gravado por Gerard McMann, para a banda sonora de “Lost Boys” (1987)].