O
mariola
(Assunção
Esteves, 2.ª ajudante de cozinha do Estado, presidente da Assembleia da República
[1]: “E, portanto, o meu medo, eu formulá-lo-ia de
modo abstrato: é o do inconseguimento, em muitos planos. O do inconseguimento,
desde logo, de não ter possibilidade de fazer no Parlamento as reformas que
quero fazer, de as fazer todas, algumas estão no caminho. O inconseguimento de
eu estar no centro de decisão fundamental, a que possa corresponder uma espécie
de nível social frustacional derivado da crise, isto é, os momentos difíceis
também nos dão oportunidade de sentirmos a nossa missão humana no mundo, mas
também tenho medo que a crise não permita até, eu diria, espaço de energia para
ser mais criativa. Há sempre esse medo. É também o do não-conseguimento. E
tenho medo do não-conseguimento ainda mais perverso: o da Europa se sentir
pouco conseguida. E de ela não projetar para o mundo o seu soft power sagrado, a
sua, a sua mística dos direitos, a sua religião civil da dignidade humana.
Tenho medo do egoísmo, tenho medo do egoísmo que nos deixa, de certo modo,
castrados em termos pessoais e que nos deixa castrados em termos coletivos, que
não permita aquilo que em francês se chama réussir,
o conseguimento, o conseguimento pessoal e coletivo. Tenho medo do não-conseguimento” (janeiro 2014) [2]. A máquina de fatiar líderes sempre cortou a mais
fina mortadela para as sandwiches do
poder, o ano de 1983 servia-as com um galão…
A
12 de maio, no semanário Tempo, apareceu brilhando, o Marcelo Rebelo de Sousa. Ó-ai-ólarilolai,
ó-ai-ólarilolela, ó-ai-ólarilolai Marcelo, ó-ai-ólarilolai, ó-ai-ólarilolela, ó-ai-ólarilolai
Marcelo. O Marcelo Rebelo de Sousa, cercado de luz, o nosso líder bendito
repenicava contra o acordo PS-PSD, ordenado pelo FMI em voz das alturas: ou
consenso ou não há dinheiro [3]. Derrotado o PSD
nas eleições de abril, o seu partido no papel submisso de “elemento subalterno
e secundário”, nessa coligação, perderia o pio crítico de cor política e “permite
que entremos naquilo que eu chamo ‘o pântano’, em que uma maioria tão vasta é
fonte de clientelismo, de tráficos de influência, de formas de pressão que se
tornam muito difíceis de controlar dentro do próprio sistema partidário” [4]. “E, então, os portugueses viram-se para onde?”.
“Viram-se para aquilo que lhes aparecer, como o messianismo de uma pessoa,
eventualmente do presidente da República, ou de alguém que surja no futuro,
como resposta que o sistema de partidos não é capaz de dar” [5].
Com
doces palavras, mandou-nos no seu partido votar, o Marcelo Rebelo de Sousa,
para no futuro nos salvar [6]. “E é porque eu
tenho esperança no futuro, e porque eu olho para o futuro a prazo de anos e não
de meses, que estou moderadamente confiante. Apesar dos riscos todos, que
antevi de, na altura em que falhar o Governo PS-PSD os messianistas
presidenciais aparecem com alternativas que quisessem formular, penso que há no
meu partido virtualidades suficientes, nas bases como nos dirigentes, para vir
imprimir uma nova orientação estratégica, para vir imprimir uma nova dinâmica
política e para construir uma nova alternativa, em que seja o PSD a liderar e
não propriamente a ser forçado, como acabou por ser forçado pelas
circunstâncias, a uma posição em lhe é difícil dizer que não ao convite-pressão
do Partido Socialista” [7].
Ah!
Demos-lhe graças, por acertar nas determinações, o nosso querido Marcelo Rebelo
de Sousa: “E a função deste Governo vai ser, pura e simplesmente, levar o dr.
Mário Soares a Belém. Não digo que seja a única, pois, naturalmente, o Governo
é vocacionado para resolver os problemas nacionais. Mas, em termos
estratégicos, na ótica do Partido Socialista, esta ampla maioria que se
procura, este Governo PS-PSD visa, no timing
que o Partido Socialista vier a fixar, permitir ao dr. Mário Soares capitalizar
a sua posição de primeiro-ministro e afastar-se eventualmente na altura e nas
condições que entender oportunas, para se candidatar à presidência da República ”
[8] (eleições presidenciais no final de 1985
vencidas por… Mário Soares). Ó-ai-ólarilolai, Marcelo Rebelo de Sousa, estrela
que nos guia, assinou por esta altura o livro “Contra o Bloco Central” [9], uma obra escrita também com os dedos de Santana
Lopes, José Miguel Júdice e Conceição Monteiro, ex-secretária pessoal de Sá
Carneiro, o núcleo do grupo Nova Esperança (1983-1985). “Depois da contestação
do grupo da futura ‘Nova Esperança’, com Júdice, Santana Lopes, Marcelo Rebelo
de Sousa, Balsemão vai de vitória em vitória, até à derrota final, sendo
substituído por uma troika, constituída por Nascimento Rodrigues, Eurico de
Melo e Carlos Alberto da Mota Pinto, o novo homem forte do partido, com Nuno
Rodrigues dos Santos elevado para o lugar honorário de presidente do partido.
Passa a ser secretário-geral António Capucho. O Conselho Nacional revela que o
partido está dividido em três grupos: os mota-pintistas, com a liderança de
António Barbosa de Melo; os adeptos de Balsemão, liderados por Mota Amaral; os
críticos do grupo de Lisboa, com Marcelo Rebelo de Sousa, José Miguel Júdice e
Pedro Santana Lopes, apoiados pela antiga secretária particular de Sá Carneiro,
Conceição Monteiro”.
A estes últimos associou-se um promissor jovem, convertido à social-democracia
por Santana Lopes, estudante em Genebra, chamavam-lhe… José Manuel Durão Barroso
[10].
Cerca
de 10 anos antes, na faculdade de Direito de Lisboa, Zé Manel, de suporte maoista
[11], militava no MRPP, - outrossim, a sua futura
esposa, Margarida Sousa Uva, acolhida no partido com o único critério
científico para recrutamento de uma maoista, a recomendação de Saldanha
Sanches: “É linda como uma virgem de Botticelli” [12].
Defendia então a causa das massas, o Zé Manel: “Esta questão contra o serviço
cívico, que já foi vista o ano passado, vemos que, seja quem for que está no
ministério da Educação e da Investigação Científica, chamemos-lhe assim,
defende essa medida, medida essa que não é mais que o reflexo da crise do
sistema do ensino burguês, e medida essa que é inteiramente incorreta,
antioperária e antipopular que lança estudantes contra trabalhadores e
trabalhadores contra estudantes” [13].
Na
terceira semana do mês de maio de 1983 o tabaco português sofria um agravamento
fiscal, aumentava 25 %. “O tabaco embalado na fábrica de Albarraque da
Tabaqueira, sabe-se que os maços de formato gigante, CT e SG aumentaram de
52$50 para 66$00 e os de formato normal (Ritz, SG Ventil e Filtro, Porto, entre
outros) passam de 47$00 para 60$00. O tabaco mais barato, o Definitivos, sobe
para 40$00” [14]. Sexta-feira, 6 de maio “o
semanário oeste-alemão Stern anuncia que suspenderá a publicação dos 60
cadernos do Diário Íntimo de Hitler. (…). O diretor do semanário de Hamburgo,
Henri Nannen, declarou numa entrevista à televisão, que a Stern ‘porá este caso
limpo’. ‘Evidentemente, identificaremos a nossa fonte. Não podemos proteger um
falsário’. O repórter da Stern, Gerd Heidemann, que havia afirmado ter
descoberto as notas íntimas do ditador após três anos de pesquisas, recusou,
sempre, revelar o nome da pessoa que lhe entregou os documentos. Contudo, num longo
depoimento, publicado em 25 de abril, Heidemann revelou como, após a compra do
antigo iate do marechal Hermann Göring, o Carin
II, recebeu informações sobre a existência do diário. (…). Para Nannen,
trata-se, agora, de tentar reparar o mal que este caso causou ao semanário.
Segura da autenticidade dos documentos, a Stern havia, mesmo, aumentado a sua
tiragem para 2,3 milhões de exemplares, isto é, mais 400 000 que habitualmente.
(…). Entretanto, a revista Paris-Match decidiu não publicar mais excertos do
Diário de Hitler. (…). O Sunday
Times , por seu turno, anunciou que não vai publicar excertos
do Diário. (…). Finalmente, o semanário espanhol Tiempo decidiu suspender,
também, a publicação do Diário”. Heidemann foi despedido por aldrabão [15].
Sexta-feira,
13 de maio, a segunda vinda de Joan Baez ao pavilhão do Dramático de Cascais –
a primeira fora sábado, 2 de agosto de 1980 pelas 21:30, bilhete 350$00. Baez cantou a sua negação de velhice: “We Are Children of the 80’s”: “We're the
children of the 80's, haven't we grown / We're tender as a lotus and we're
tougher than stone / And the age of our innocence is somewhere in the
garden”. Ao fundo do pavilhão, no
palanque reservado aos VIP, retratava o público de braços erguidos, Helena
Roseta: “Parece um daqueles quadros do século XVII, onde se veem as alminhas do
purgatório com os braços erguidos”. Braços esbanjadores do carote dólar em concertos. Terça-feira ,
17 de maio, mais História fazendo-se. “O dólar ultrapassou esta manhã em Lisboa
a barreira dos 100$00 o que significa ter a sua cotação quadruplicado em menos
de 10 anos, em relação ao escudo, português, e o que é ainda mais relevante
duplicado em menos de dois anos e meio, desde 1980”. Em 1973, um dólar valia 24,15
escudos. Em 1976 sobe para 30,229. Em 1977 sobe para 38,227. Em 1980 sobe para 50,062.
Entre 1980 e 1982 sobe para 66,570. Em junho de 82, não sobe o dólar,
desvaloriza-se o escudo, e a moeda que nos compra a paparoca vale 79,490
escudos [16]. E a conta não se calava. “Em 1982
Portugal teve um défice recorde na Balança de Transações Correntes de 3,2 mil
milhões de dólares, o que atirou a dívida externa total do país no fim do ano
para 13,4 mil milhões de dólares segundo cálculos do Banco de Portugal”.
Segunda-feira,
16 de maio. “Cena de ciúmes no Intendente leva guarda prisional à cadeia”. “A
zona do Intendente, primeiro, e a avenida Almirante Reis, depois, estiveram ao
fim da tarde (eram cerca das 19:00) em autêntico pé de guerra, tendo sido palco
de uma cena de tiros que, além de ter provocado dois feridos graves e uma
detenção, ainda levou à suspensão momentânea do trânsito dos elétricos. Tudo
começou quando o guarda prisional Benjamin da Silva, de 39 anos, natural de
Lamego, disparou dois tiros sobre um indivíduo, Francisco Gomes, de 26 anos,
que encontrou a namorar, junto à porta de um bar do Intendente, com a sua ex-mulher,
Maria Luísa Pereira, de 21, de quem tem uma filha de seis anos. Perseguido por
populares, Benjamin, antes de ser detido, refugiou-se num elétrico, onde
acabaria por fazer vários disparos, um dos quais atingiu no rosto António José
Camões Borralho, de 31 anos”. Fim de semana, 21-22 de maio. “Construção
civil à beira da falência apresenta pacote ao novo Governo”. “Milhares de casas
concluídas e sem comprador, por conhecidas restrições do crédito e altas taxas
de juros (só na margem sul do Tejo são 23 mil), empresas asfixiadas ou porque a
banca já atingiu os plafonds
creditícios fixados pelo ministério das Finanças ou porque é impossível
mantê-las em funcionamento ao preço atual do crédito, e o consequente
desemprego iminente para milhares e milhares de trabalhadores, tal é o retrato
do setor da construção civil traçado pelos industriais”. “Tendo como média o
custo de 2500 contos por habitação, só na margem sul do Tejo há uns 60 milhões
de contos imobilizados correspondentes a habitações concluídas e que os
empreiteiros não conseguem vender. Segundo Carlos Luhmann Neves, dirigente da
ACE-SULTEJO, a crise é de tal ordem que hoje já só se concluem 200 fogos por
mês, na área de jurisdição da sua associação, quando há poucos meses se
concluíam dez vezes mais” [17].
Terça-feira,
31 de maio “ a demolição do Monumental, por enquanto no interior e
limitada, terá começado hoje, segundo uma fonte municipal. ‘Não confirmo nem
desminto’ – diz o sócio gerente da Sociedade Cinematográfica e Teatral,
proprietária do edifício. (…). As duas salas de cinema [Satélite, exibia pela
2.ª semana “Un dramma borghese” (1979) e o Monumental, também pela 2.ª semana, exibia os “Doze
indomáveis patifes” (1967)] estão ainda em funcionamento, segundo disse o
referido sócio gerente, dr. Mesquita e Carmo. Mas, a sala de teatro está
encerrada, “isso acontece muitas vezes”, comentou o mesmo responsável”.
___________________
[1] Nobre figura do Estado com
entrada direta na História. Ficam registados pelas palavras iluminantes. Jaime
Gama, por estar sempre a repetir: “Sr. deputado, faça favor de terminar”. E
Assunção Esteves pelo matraquear de: “Pedia que retirassem as pessoas das
galerias, se faz favor” a).
–
a) Assunção Esteves é a duplicata portuguesa de Pinkie
Pie, “folgazona e energética, ela gosta de se divertir com as suas amigas”, das
Equestria Girls, da série “My Little Pony Friendship is Magic”. “Magic of Friendship” (2013) – no vídeo, o conseguimento, em morfologia
humana, de Twilight Sparkle e as suas amigas Fluttershy, Applejack, Rarity, Rainbow
Dashe e Pinkie Pie, na cafetaria do liceu Canterlot. (O imobiliário na
zona: o preço de uma casa
na árvore).
Entretanto,
uma caraterização mais psicológica, Henrique Neto: “Assunção Esteves nunca foi
tida como muito são da cabeça”.
[2] “Tá turbinada / Está toda
turbinada / Tá turbinada / E não lhe falta nada // Tá turbinada / Está toda
turbinada / Tá turbinada / La máquina está kitada”: “Tá turbinada” (2014), Ana
Malhoa ft. D-Snow e True Love. – A canção menciona o famoso “Uh, uh”, (inglês:
“Ooh-ah, Ooh-ah”), com o qual o divertido João Baião encantava o grande público
do “Big Show Sic” (1995-2001), bordão cantável
da canção “Let’s All Chant”
(1977), da Michael Zager Band.
[3] É ao rebanho, que o
Marcelo Rebelo de Sousa fala, desde então, nas cabeças, nova luz brilha.
Comentador de televisão, o carinhosamente chamado professor, dilucida para o
grande público maiores momentos de História. A 30 de outubro de 2013, o 2.º
primeiro-ministro de Portugal, Paulo Portas, apresentou, pontualmente às 19:15
na presidência do Conselho de Ministros, o desejado guião para a reforma do
Estado: “Este Governo não é favorável nem à estatização nem ao Estado mínimo.
(…). A política é o exercício do possível e o que nós queremos é um Estado
melhor. (…). Reformar é diferente de cortar. Cortar é reduzir. Reformar é melhorar.
Cortar é cumprir metas. Reformar é mudar modelos”. Remédio para o mal da pátria
em 112 páginas, tipo: PDF, peso: 221,49Kb, leu-o Marcelo Rebelo de Sousa: “Paulo
Portas saiu talentosamente. Tinha de apresentar um papel, que era um papel
impossível. Ele apresenta o que serve de base para programas eleitorais, como
quem diz agora o interessante é irmos para eleições. Ou seja assobiou ao
cochicho” b). “Serve para o PSD, CDS e PS, se
quiser, ir lá buscar ideias”.
–
b) Assobiadelas (dele). Dia 2 de julho de 2013
às 20:13 horas o
1.º primeiro-ministro de Portugal, Passos Coelho, transmitia ao povo: “O país
foi surpreendido pelo pedido de demissão do dr. Paulo Portas, ministro dos
Negócios Estrangeiros e presidente do CDS/PP, eu próprio tenho de manifestar a
minha surpresa. (…). Sacrifícios que todas as famílias conhecem seriam deitados
por terra. Seria recusar incompreensivelmente os primeiros sinais de viragem
que estão finalmente a chegar de forma ainda tímida, mas consistente, em
particular no 2.º semestre deste ano. (…). Não pedi, portanto, ao sr. presidente
da República a
exoneração do sr. ministro dos Negócios Estrangeiros. Numa democracia madura um
governo de coligação, que goza do apoio de uma forte maioria dos representantes
do povo não pode ser posto em causa, a não ser por divergências de enorme
gravidade. (…). O primeiro-ministro tem que ser o baluarte da confiança e da
tranquilidade, tem que ser o referencial da persistência e do empenho
democrático no único rumo que nos pode fazer sair de uma crise que se arrasta
há mais de 10 anos. O primeiro-ministro tem de assegurar a responsabilidade e a
energia necessárias para lutar contra todas as adversidades. Tem de representar
a vontade coletiva que não se verga nem desiste. Para tudo isto os
portugueses podem contar comigo”.
“Não
me demito. Não abandono o meu país. Abraço, como sempre abracei, o serviço ao
meu país, com a mesma dedicação e com a mesma esperança”, aponha assim o seu
pezinho Passos Coelho, ao momento histórico do “Irrevogável”, a demissão de
Paulo Portas: “1. Apresentei hoje de manhã a minha demissão do Governo ao
primeiro-ministro. 2. Com a apresentação do pedido de demissão, que é
irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso fazer. 3. São
conhecidas as diferenças políticas que tive com o ministro das Finanças. A sua
decisão pessoal de sair permitia abrir um ciclo político e económico diferente.
A escolha feita pelo primeiro-ministro teria, por isso, de ser especialmente
cuidadosa e consensual. 4. O primeiro-ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade
no ministério das Finanças. Respeito mas discordo. 5. Expressei, atempadamente,
este ponto de vista ao primeiro-ministro, que, ainda assim, confirmou a sua
escolha. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do ministério
das Finanças, ficar no Governo seria um ato de dissimulação. Não é politicamente
sustentável, nem é pessoalmente exigível. 6. Ao longo destes dois anos protegi
até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade. Porém, a forma como,
reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna, efetivamente,
dispensável o meu contributo. 7. Agradeço a todos os meus colaboradores no ministério
dos Negócios Estrangeiros a sua ajuda inestimável que não esquecerei. Agradeço
aos meus colegas de Governo, sem distinção partidária, toda a amizade e
cooperação”
“Irrevogável”
não “irrenunciável” ou outro sino tocaria. Severus Snape (Alan Rickman): “Eu
jurei proteger-te. Fiz um juramento irrenunciável”, Draco Malfoy (Tom Felton):
“Eu não preciso de proteção, fui escolhido para isto, de todos”. Ron Weasley
(Rupert Grint): “Juramento irrenunciável? De certeza que Snape disse isso”,
Harry Potter (Daniel Radcliffe): “Absoluta, porquê?”, Ron: “É que não se pode
quebrar um juramento irrenunciável”, Harry: “Estranhamente, já tinha chegado a
essa conclusão”. Harry: “Então, o que acontece a quem quebra um juramento
irrenunciável?”, Ron: “Morre”, em “Harry Potter and the Half-Blood
Prince” (2009). Ou se “irrevogável” fosse uma palavra espanhola outra bola
pingaria. Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona: “Demito-me de presidente
do FC Barcelona e a decisão é irrevogável, a partir de agora, e tal como
informei a direção há minutos, e segundo os nossos estatutos, o nosso vice-presidente
Josep Maria Bartolomeu vai assumir o cargo de imediato até ao fim do seu
mandato, que é 2016, como decidido pela direção” (janeiro 2014). Em português “irrevogável”
significa benesses, promoções, cargos para os amigos, molhos de elogios – Paulo
Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: “O que Portas deu ao país já
compensou o episódio da demissão”. Ele é o “melhor líder que o CDS e o
centro-direita já tiveram” – e montes de vaidades. Paulo Portas: “2014 será o
primeiro ano em que se poderá falar de Portugal depois da troika e depois da
recessão. O mesmo é dizer com mais soberania e com mais crescimento. O CDS
lutou muito para chegarmos aqui. A nossa gente está de cabeça erguida”.
Na
década de 80, em 1989, Paulo Portas passaritava para a política, como alegre
cliente da discoteca Trumps, interpretando papéis de onnagata (ator do teatro kabuki),
calejava-se para a finesse da esfrega
política. Paulo Portas: “Respeito o trabalho dos diplomatas. A diplomacia serve
para defender o interesse dos Estados. O trabalho dos diplomatas é por natureza
discreto ou, às vezes, secreto. A revelação de telegramas diplomáticos viola
esse caráter discreto ou secreto e pode pôr em causa missões, pessoas e
instalações. Podia ser muito tentador fazer comentários ou aproveitamentos.
Mas, por uma questão de princípio, o CDS não faz, não fez, nem fará.” (2010). Para
traquejo político, mais vale um ator kabuki,
que duas peças no D. Maria II. “Ayame, um onnagata
célebre do século XVII, ensinava que um ator como ele não deveria em nenhum
caso representar um papel masculino, sob pena de ‘perder a capacidade de compreender
a alma feminina e de perder a possibilidade de a exprimir’”. “Acerca do travesti japonês, Roland
Barthes, ele próprio homossexual, viria a dizer que ‘ele não copia a
mulher, ele significa-a: não se perde no seu modelo, antes emerge do seu
significado. A feminilidade é dada a ler, não a ver’”.
“Foi
uma mulher que criou o kabuki. Ela
chama-se Izumo no Okuni.
Em 1603, formou em Kioto um grupo de raparigas que dançava e cantava junto do
rio Kamo. Elas vestiam-se de homem, de modo fantasista – aliás a palavra
‘kabuku’ significava ‘uma aparência bizarra’. Os temas da dança eram muitas
vezes eróticos, mimando as dançarinas os jogos das cortesãs e seus amantes. O kabuki de Okuni foi retomado e
pervertido por outros grupos de mulheres: o palco passou a ser um pretexto para
que prostitutas atraíssem clientes. Tais desordens amorosas houve, que, em
1629, o xogunato Tokugawa acabou por proibi-lo. Mas o divertimento tinha criado
raízes, e foi recriado só com rapazes que se vestiam de mulheres. Muito jovens,
esbeltos, graciosos, os atores encantavam, mas, também desta vez, o espetáculo
degenerou em prostituição mal disfarçada. Em 1651, o kabuki dos rapazes viria a ser, por seu turno, proibido. Anos
depois, cedendo à insistência do público, as autoridades voltaram a autorizá-lo
sob certas condições que perduram até hoje: só podem ser atores homens adultos,
e o espetáculo não pode limitar-se a canto e dança, tem que incluir ação
dramática”.
Em
1983, os homens que se vestiam de mulher, sem porta oportuna na política, competiam
“com a prostituição feminina e criando os seus clientes específicos, que, são
eles próprios que o dizem, cedo ultrapassam o estupor ou o pânico para se
afeiçoarem a essa nova modalidade de troca de afetos”. Declarações ao Diário de
Lisboa: Luís (Luísa): “Sabe o que me disse o juiz que me condenou? Que ia dois
meses para a cadeia para perder o vício. Ora, eu sou homossexual há mais de 10
anos e logo ia perder o vício na cadeia, em dois meses no meio de tantos
homens. Com franqueza o juiz, com os estudos que tem. Eu protestei e ele disse
que tinha de acabar com a nossa raça. Então eu respondi-lhe que para isso tinha
de reunir os juízes todos, os polícias todos e ir por esses bares fora prender
tudo o que fosse doutor, tudo o que é gente fina… e ele mandou-me calar aos
berros, dizendo que eu estava a alterar a ordem pública no tribunal”. João
(Joana): “Eu, se pudesse, não me prostituía. Gostava de ser uma mulher
normal, de ter um trabalho, de ser, por exemplo, professora… Ora, isso não
é possível, as operadas que eu conheço continuam a ser artistas de travesti ou a andar na rua, não fazem
vida de mulher normal. Não era isso que eu queria. Eu até tenho fugido a fazer
espetáculos, porque me aborrecem os olhares das pessoas… é contra o meu tipo
ideal de mulher, eu não gosto de ser exibicionista”.
[4] Um partido, uma mãe. Manuel
Maria Carrilho: “E quando eu penso quais serão as consequências desta
manifestação? eu penso sobretudo, que o que podia acontecer no país. Imagine o
José Carlos Castro [locutor da TVI], que amanhã uma pequena, uma ínfima parte
desta, 10%, 20%, destas pessoas que estiveram hoje na rua, decidiam aderir aos
partidos políticos. Porque este é o grande instrumento das democra… da
democracia. É através justamente dos partidos, principalmente, enfim, há outros,
como nós sabemos, mas é através desse instrumento que se podia, que se pode
mudar” (comentando a manifestação de 12 de março de 2011).
[5] Um presidente, um pai. Cavaco
Silva: “Fui eu, e muito me honro disso, que criei o 14.º mês para os reformados
em Portugal. Muitos
daqueles que hoje falam em injustiça social não fizeram nada, nada, pela
justiça mais forte no nosso país”. “Funcionários públicos que tão duramente
foram atingidos nesta crise, talvez nalguns casos com alguma injustiça, porque
outros com muito maior rendimentos não foram chamados a dar o seu contributo. A
eles não lhe foram pedidos sacrifícios como foram pedidos aos funcionários
públicos” (em campanha eleitoral para a presidência da República ,
Arcos de Valdevez, janeiro de 2011).
[6] PSD, a família. Miguel
Macedo: “É o poder de compra que baixa, são os impostos que crescem, são as
dificuldades que aumentam para a generalidade dos portugueses, sobre isto o
primeiro-ministro [José Sócrates] não fala, porque tudo isto viola e mata o seu
bacoco triunfalismo político. Não é apenas o primeiro-ministro que vive num
mundo à parte, insensível ao drama das pessoas, quase ofensivo para os
portugueses que passam por sérias dificuldades. É muito mais do que isso.
Dizer-se que este Governo é de esquerda ou que é defensor do estado social, é a
maior mentira da nossa democracia. Este Governo é uma coisa bem diferente, é
um exemplo da incompetência, um referencial de irresponsabilidade, um símbolo
da degradação nacional, e uma mistura nunca vista de propaganda, arrogância e
descaramento político. É o governo no seu pior. Fala, mas não faz. Promete,
mas não cumpre. Anuncia, mas não concretiza. Para estes socialistas viciados em
propaganda, um anúncio é uma reforma” (como líder parlamentar do PSD, na
abertura das jornadas parlamentares em Braga, 31 de janeiro de 2011).
Carlos
Moedas: “Quando eu vejo hoje (24/3/2011) nas páginas online do Expresso a dizer que o dr. Passos Coelho anunciou um
aumento de impostos. Não é sério. Isto não é verdade e as pessoas têm de
saber. Aquilo que o PSD se vai concentrar é sobre o corte na despesa. Vai se
concentrar sobre aqueles 50 institutos, aqueles institutos que o PS disse que
ia fusionar, que é a cortar na despesa. Quantos cortou? Olhe, eu não encontrei
nada no Diário da República. Nada” (em abril 2011, ainda conselheiro económico de
Passos Coelho).
[7] Virtualidades e vitualhas.
Ele. Marcelo Rebelo de Sousa: “Em qualquer caso ele [Passos Coelho] quis dar
uma canelada no presidente, de passagem em Bagão Félix , de passagem em em Manuela Ferreira
Leite, enfim, de passagem não sei se em Catroga também (…). Aproveitou o
congresso da JSD para, o que é sempre popular, junto dos novinhos, bater nos
velhinhos. É sempre uma coisa agradável, faz parte da lógica das coisas, não
contribui para a unidade nacional ou p’a coesão nacional, mas mas tem aplausos”
(dezembro 2012). – “Ah, esse sonho passou. O sonho do Governo era isto: dava a
volta em 2012 ou 2013, tinha 2014 para chegar a 2015 e ganhar. Ora, agora a
realidade é: 2013 e 2014 vão ser difíceis, eu acho que vai chegar a 2015 (o
Governo), só que não tem muito tempo para dar a volta, p’a fazer o flic flac e
ganhar as eleições” (fevereiro 2013). – Cenas de serões na aldeia: Judite
Sousa, locutora da TVI, na noite eleitoral de 2011: “Eles que são dois monstros
do comentário político, ao meu lado, António Vitorino, Marcelo Rebelo de
Sousa”. Galhofam os moços. “A bela e os monstros” – diz Marcelo. Vitorino
concorda careteando riso. Prossegue Judite: “Eu julgo que é uma palavra, que
importantiza a vossa função, que é muito importante numa noite destas, não é
verdade?”; 2014, Ângelo Correia: “Podemos ter em Portugal dois grandes
candidatos à presidência da República. Marcelo Rebelo de Sousa de um lado e
António Guterres do outro. Se isso acontecer, Portugal está muito bem
entregue”.
[8] Marcelo Rebelo de Sousa na
televisão ensina um povo atrasado a ver. A discussão do Orçamento de Estado
para 2011, José Sócrates, primeiro-ministro, Passos Coelho, líder da oposição,
Eduardo Catroga, chefe da delegação do PSD. Decifrou Marcelo: Catroga…
a “arma poderosíssima para inverter a lógica das negociações”. “Vamos
entalar o PSD porque ele [Passos] vai ter, por um lado, que aceitar o corte
dos vencimentos dos funcionários e o IVA a 23% e, por outro lado, quando ele
vier querer baixar receitas vai ser obrigado a dizer onde é que corta. O PSD
respondeu a isso com vários papéis feitos por Catroga dizendo quais as áreas em
que se devia cortar, e não os sítios concretos. Deste modo, o PSD não se
comprometia com nenhum corte concreto de despesa”. “O PS subavaliou a
figura de Catroga, um avozinho simpático. De um lado e do outro estavam duas
pessoas com cabelos brancos, mas um de feição simpática, que é Catroga, com boa
telegenia, o outro carregado, por ter de dar más notícias aos portugueses há
não sei quantos anos, Teixeira dos Santos”. “O PS rompeu porque descobriu que
estava a ser levado à certa. Tinha partido para as negociações a pensar: eu
entalo o PSD, tiramos a foto de família, os tipos ficam comprometidos, Passos
ao lado de Sócrates comprometido com o Orçamento e com o corte na despesa.
E, de repente descobriu que não”. “É o cúmulo do requinte de Eduardo Catroga.
Quase que fiquei com pena de Teixeira dos Santos entre sexta-feira à noite e
sábado de manhã, porque se a ideia era, como os observadores diziam, já que
tinha de engolir sem saber onde é que iria fazer os cortes para compensar
aqueles milhões, que ao menos houvesse uma fotografia conjunta para comprometer
o PSD. A única fotografia que existe é a de Eduardo Catroga”. – Acontecimento
maior da História de Portugal batizado como a “Fotografia”. Eduardo Catroga: “E
portanto, eu, hoje, quando ‘tava a tomar o pequeno-almoço, tomei aqui umas
notas, porque considero esta minha comunicação das mais importantes que eu fiz
em toda a minha vida. E a minha vida já são 67 anos de idade, quase 68 e 43 ou
44 anos de vida profissional e apenas 2 anos de vida política. E portanto, não
me levem a mal, eu não vou ler, mas… tenho aqui um guião para não me esquecer. Apesar
dos meus 67 anos quase 68, dizem-me que eu continuo a ter uma ótima memória.
Mas eu não posso… preciso hoje deste guião para não me esquecer das mensagens,
das mensagens fundamentais. (…). Quer os elementos do staff que estavam também, portanto, na retaguarda do apoio técnico
nas nossas negociações, tiraram uma fotografia que eu vou, que eu vou, que eu
vou ficar, ficar, ficar, ficar, digamos, na minha… uma fotografia que diz, que
diz, que diz 23 horas e 19 minutos, e nós a assinarmos, 23 horas 19 minutos. Esta
fotografia para mim, para mim, vai ficar no álbum, no álbum, no meu álbum para
ilustrar a minha vida profissional de… e a vida profissional e a vida de… já
vai quase nos 68 anos”. O outro lado da negociação ficou fora da fotografia, Teixeira
dos Santos: “Gostaria muito de poder ter tirado uma fotografia com o dr.
Catroga aqui, para assinalar este momento. Ficará, obviamente, nos telemóveis,
mas é pena que os portugueses não possam ter essa fotografia e poderem
atualmente partilhar connosco este momento”.
A
recusa irlandesa do programa cautelar com entrada direta na História de
Portugal como a “Saída à irlandesa”, interpreta Marcelo Rebelo de Sousa. “Eu
tenho uma opinião oposta a toda a gente. Todos acham que foi péssimo, mas
eu acho que foi bom para Portugal”. “Isto foi bom, primeiro, sabemos as
condições que nos esperam. Ao contrário do que disse o ministro da Presidência
temos uma referência sobre o que nos aguarda. Em segundo lugar, quando eles
optaram por não ao programa cautelar abriram caminho para aquilo a que eu chamo
programa cautelar minimalista”. “Quando eles não têm programa cautelar nós
podemos construir um programa cautelar mais brando, mais benigno, porque
sabemos que a Alemanha se puder poupar dinheiro, poupa”.
[9] O acordo para o Bloco
Central – nome nacional da coligação PS-PSD – será assinado a 4 de junho de
1983.
[10] O abre-latas português.
“Nos anos 90, José Luís Arnaut era um advogado especializado em patentes quando
aceitou um convite de Santana Lopes para administrador da Lisboa, Capital
Europeia da Cultura. Dois anos depois, quando Santana ensaiou ir contra Marcelo
Rebelo de Sousa para líder do PSD, Arnaut apoiou Marcelo. Mas mal viu Durão
Barroso mexer-se nos bastidores, começou a aproximar-se. Num célebre congresso
em Tavira, Arnaut fez o pleno: entrou como apoiante de Marcelo e saiu a apoiar
Durão. Nunca mais se largaram”, em Expresso, n.º 2150.
[11] Durão Barroso
recorda-se: “Lembro-me claramente, em 1974, de estar entre as pessoas que
defendiam as ruas, na minha cidade natal de Lisboa, em Portugal, a celebrar
a revolução democrática e a liberdade… este sentimento de alegria foi sentido
pela mesma geração em Espanha e na Grécia. Foi sentido mais tarde na Europa
central e de leste, e nos países bálticos, quando reconquistaram a
independência” (cerimónia de entrega do prémio Nobel da Paz à EU, dezembro
2012).
[12] Na China ainda há virgens,
virgens de Richard
Hamilton.
“A primeira modelo de nu da China”. Zhang Xiaoyu
(Zhāng
Xiǎoyǔ),
1,63 m, 49 kg, 84-58-86, nascida a 6 de junho de 1985 em Heilongjiang, nordeste
da China, diplomada em ciências biológicas pela Universidade de Beihua. Beleza
chinesa: acuidade visual: 4.9. Especialidade: pintura, dança, computadores,
software didático, tirar fotos, etc.
Cor preferida: branco. Estação do ano: outono. Fruta: ananás. “A 15 de maio de
2013, a modelo de nu chinesa Zhang Xiaoyu
anunciou aos seus 450 000 seguidores no Weibo o lançamento do seu
brinquedo sexual de marca registada, mais ou menos obliquamente traduzido por ‘dispositivo molde
traseiro de Zhang Xiaoyu’. O dispositivo é um modelo em escala reduzida das
costas de Zhang,
nádegas e coxas com uma proeminente vagina vibrante, que vem num pacote
completo com lubrificante e fotos nuas de Zhang.
A página do produto no site oficial
de Zhang Xiaoyu afirma que o dispositivo é o ‘único no mundo’ a oferecer uma
‘experiência nova de orgasmo 4D’ que literalmente ‘ultrapassa a realidade’. O
dispositivo é capaz de simular contrações dos músculos vaginais, gaba-se da sua
textura realista, e vem com uma banda sonora pré-gravada de gemidos e gritos de
prazer de Zhang,
que irá ‘incitá-lo a uma penetração deleitante’. Proclama-se como ‘a
experiência sexual mais realista do mundo’ e permite-lhe ‘fazer sexo com Zhang
Xiaoyu a seu belo prazer’”.
Para além da Red
Light Revolution, na China está em marcha a revolução das marcas de luxo:
“A
China é o país com o maior número de compradores de luxo do mundo,
representando cerca de 29 % do mercado global. Um milhão de milionários e mais
de 120 bilionários fazem parte de uma fremente cultura de oferecer presentes espalhafatosos
e esbanjamento visível, onde fatos de tweed
escocês, malas caras, vinhos tintos finos franceses, perfumes Chanel e relógios
suíços trocam de mãos como pedras de mahjong”.
A ascensão do secretário-geral do Partido Comunista, Xi Jinping, a presidente
da China arrefeceu o mercado, pelo menos, entre os funcionários do Estado. Xi
Jinping prometeu medidas duras contra a corrupção como via certa para preservar
a integridade e futuro do Partido Comunista. Xi Jinping: “Prevenindo o partido
de ser corrupto na sua governação a longo termo do país, é uma política
principal. E devemos fazê-lo direito”. “Não deixem que regras se tornem ‘tigres
de papel’ ou ‘espantalhos’”. “Cada funcionário do Partido Comunista Chinês deve
ter em mente que todas as mãos sujas serão apanhadas. Os altos funcionários
devem respeitar a disciplina do partido quanto ao respeito e parar de arriscar”.
“O bureau político do comité central
do PCC dá o exemplo aos funcionários menores”.
“Perante tendências pouco saudáveis, (os poderes) político e judicial têm que ousar
mostrar a espada e mostrar decisão para eliminar a corrupção no nosso sistema
político e legal, limpando as ovelhas negras da família”. E assegurava Xi
Jinping “iremos às moscas e aos tigres” na limpeza da corrupção, que se
exterioriza nos presentes aos funcionários. “A diretiva governamental sobre
presentes data do final de 2013 e proíbe-os – o decreto dos Oito Pontos, de dezembro
de 2012, que era mais abrangente já dizia que todos os funcionários deviam
eliminar as ‘más práticas’ como o hedonismo e a extravagância. Os produtos
escolhidos pelos funcionários do partido para oferecerem a outros funcionários
do partido, a visitantes ou a pessoas consideradas importantes também tinham
ultrapassado o ‘nível aceitável’”. Entre esses presentes estavam Bolos da Lua
feitos de pasta de barbatana de tubarão ou ninho de andorinha e revestidos a
ouro, “licor chinês Maotai (276 € / garrafa), relógios Vacheron Constantin e
Rolex (um funcionário do departamento de habitação de Nanjing tinha um Vacheron
de 11 mil € com um salário de 6 mil €), material das marcas Hermès, Louis Vuitton,
Gucci, Chanel e Apple, casas e terrenos, cartões de crédito, dinheiro vivo e
equipamentos eletrónicos – as prendas perfaziam 60 % das vendas anuais da Hanvon”.
Um dos tigres, Liang Wenyong, chefe do partido em Gushanzi, num banquete de
lagosta, dissertava sobre o povo como se fosse um líder ocidental: “Têm as
taças cheias de arroz, a boca cheia de porco, mas dizem mal do Governo. As
massas chinesas são uma vergonha e não merecem o nosso respeito”. Em 2013, o
primeiro ano da governação de Xi Jinping as compras de luxo desceram 15 %, e a sua campanha contra a corrupção já pôs diante da justiça mais de 20 mil dirigentes.
[13] Ninguém vive fora da sua
época, nem nas roupas nem nos penteados nem nas ideologias nem no vocabulário,
apesar da ilusão de que envelhecer é caminhar para o melhor, e de que velhos
não são ridículos e absurdos. Uma sensação da esposa de Saldanha Sanches e também
militante do MRPP Maria José Morgado: “Éramos um grupelho de universitários. Eu
era uma marrona maoista, uma criatura absurda. (…). Arquétipos estúpidos e
lunáticos. Queríamos tomar o poder e globalizá-lo. Ainda bem que não o tomámos”.
Dentro de 40 anos, as declarações atuais de Durão Barroso, provocarão a mesma
risota que o seu registo maoista: “Respeito
muito a democracia grega e, claro, o Parlamento grego, mas tenho também de
respeitar os restantes 16 parlamentos que aprovaram o programa. Por isso,
claro, os acordos têm de ser respeitados por todos. E se os acordos não são
respeitados, significa que não estaremos em condições de continuar com um país
que não respeita os acordos” (maio 2012). “Esta crise não teve origem na
Europa, já que refere a América do
Norte, foi na América do Norte que esta crise teve origem, e grande parte do
nosso setor financeiro foi contaminado por… como posso dizer? (how can I put it) … práticas pouco
ortodoxas por parte de alguns setores do mercado financeiro” (em inglês, cimeira
do G 20, junho 2012). “Aqueles jovens, nas ruas da Ucrânia, estão a
escrever, com temperaturas geladas, a nova narrativa para a Europa (…). Também
porque a Europa é a promessa de esperança e liberdade e penso que a União Europeia
tem o direito e o dever de apoiar o povo ucraniano neste momento deveras
difícil (…). Pedi-lhe [a Viktor Ianukovitch] que mostrasse contenção face a
estes últimos desenvolvimentos, não usando a força contra as pessoas que
pacificamente se manifestam” (em inglês, dezembro 2013). “Esta crise não foi
causada pela União Europeia, foi causada, principalmente, por um comportamento
irresponsável dos mercados financeiros, e também, nalguns casos, por erros a
nível nacional, quer sejam através de gastos nacionais excessivos, ou através
de erros de supervisão” (em espanhol, janeiro 2014).
[14] Da Colômbia, um
estimulante substituto da nicotina. Sofia Vergara, 1,70 m, 64 kg, 81-71-99,
sapatos 39, olhos cor de avelã, cabelo loiro, nascida a 10 de julho de 1972 em
Barranquilla, rotulada de “Viagra
natural”, prima / irmã adotiva de Sandra
Vergara. Gostos: batom preferido: L’absolu Rouge in Exotic Orchid da
Lancôme. Livro favorito: “Cem dias de solidão”, Gabriel García Márquez. Cor
favorita: azul. Flor favorita: orquídeas. Água de colónia favorita: Terre
d’Hermès - Eau de toilette natural spray. Sapatos favoritos: sapatos de
camurça Sergio Rossi. Quando jovem aos 13 anos “Eu queria cirurgia. Disse à
minha mãe: ‘Assim que for mais velha, por favor, tira-me estas tetas’. Ela
disse: ‘Sofia, cala-te. Quando tiveres 18 anos, será diferente’. Eu era tipo, ‘para
que quero estes melões?’. Sou uma 34 DD. É difícil de vestir. Não importa o que
vista, pareço uma stripper”. A mãe
não se enganou. “Estou grata por tê-las e, honestamente, elas ajudaram-me muito
na minha carreira. E sempre me senti sexy”.
“Sou uma loira
natural, mas quando comecei a representar, ia às audições e eles não sabiam
onde me enfiar, porque eu era voluptuosa e tinha o sotaque mas… tinha cabelo
loiro. No momento em que pintei o meu cabelo de preto, foi ‘Ó, ela é uma
rapariga latina
escaldante’. Adorei… Sendo morena
diluiu-me um pouco”. “Para cada 100 papéis que saem para outra atriz, há dois
que encaixam em alguém como eu. Quero dizer, não posso interpretar uma
cientista. Sei quem sou. Sei como pareço. Sei como soo-o.
Não vou dizer ao meu agente, ‘Inscreva-me para a Schindler’s List 2’”. Sofia recusou
o papel de Charlotte Bless em “The Paperboy” (2012): “Era um papel divertido.
Todavia, fiquei muito feliz porque não tive que fazer xixi na cara de alguém.
Fiquei feliz por não ter sido eu. Para (Nicole Kidman), isso não
é nada. Para mim, teria sido três semanas de stress. Como é que eu vou fazer
xixi lá?” – o início da carreira no histórico anúncio Pepsi ☻ na hermosa isla de San Andrés, Colômbia, “Oh hi, I'm a video of young Sofia Vergara on the beach” ☻ “tetas balançantes” ☻ aos 41
anos num fato de banho Agent
Provocateur.
[15] “Na década de 70,
Heidemann comprou o iate Carin II, que pertencera a Hermann Göring, conheceu a
sua filha Edda Göring e começou um caso amoroso com ela que durou 5 anos. Eles
recebiam no iate, e os seus convidados incluíam dois generais da Segunda Guerra
Mundial, Karl Wolff e Wilhelm Mohnke. Heidemann apareceu com a sua história dos
diários perdidos escritos por Hitler numa conferência de imprensa em 25 de
abril de 1983. Vendeu os direitos à revista alemã ocidental Stern por 10
milhões de marcos (5 milhões de euros), juntamente com a conversa de como eles
tinham estado escondidos num celeiro na Alemanha de Leste durante muitos anos.
(…). Contudo, acabaram por descobrir serem falsificações, e Heidemann foi
preso, julgado e condenado em julho de 1985 a quatro anos e oito meses de
cadeia por fraude, assim como Konrad Kujau que tinha realmente feito a
falsificação dos livros na caligrafia de Hitler, tal como tinha feito, anteriormente,
outros documentos fraudulentos de Hitler. Numa reviravolta dramática, em 2002,
foi revelado que Heidemann tinha trabalhado para a Stasi, embora ele alegasse
que fora agente duplo. (…). Em 2008, Heidemann vivia na pobreza: ‘Sou saudável.
Sou pensionista e recebo 350 € por mês da segurança social. Também me pagam a
renda, o meu seguro de saúde e o seguro de cuidados na velhice”. “As suas dívidas,
superiores a 700 000 €, incluem 150 000 € em contas do estaleiro naval, que
datam de quando ele era dono do Carin II. A sua mulher abandonou-o em 1986, o
filho, Ronald, morreu de SIDA, a filha, Susanne, emigrou para a Austrália, para
construir uma nova vida longe do pai atormentado por escândalos”.
– Esta burla, possível na Alemanha, seria impossível em Portugal, país de só
bom jornalismo, todo ele começado pela expressão “É
português…”. A explicação é matemática, cientifica, algorítmica.
O cérebro, comanda: “Pedra portuguesa teve melhor ano de sempre e já superou a
crise pós-2008 (…). As vendas de pedra para o exterior valeram quase 340
milhões de euros em 2013, mais 6% do que no ano anterior”.
O local, ajuda: Octávio Mateus, cientista: “Portugal tem uma riqueza
impressionante em termos de dinossauros”. “Somos um dos países com mais
espécies de dinossauros por quilómetro quadrado”. E as intrujices jornalísticas
fogem a sete pés: “Jeans
Doll Gives Side View of Nice Soles”, modelo Léa, 1,64
m, sapatos 37, olhos e cabelo castanhos.
[16] Dinheiro não dá
felicidade mas o dólar compra-a. Lorenzo Carvalho c/ a girl band brasileira Girls, (entretanto a Sony
Music perdeu o interesse nas moças), “Understand” (2013): “De
Ferrari, Lamborghini ou Maserati / Tiro onda todo dia de Bugatti / De Ferrari,
Lamborghini ou Maserati / Tiro onda todo dia de Bugatti”.
[17] Em 2014 “Nos últimos
cinco anos tivemos uma quebra de 44,4 % na produção e o consumo de cimento
contraiu-se 62,5 %. Para se ter uma ideia, em 2013 foram licenciados apenas
7537 fogos. Já em 2000 foram construídas 118 mil casas’, enumera Reis Campos,
presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário,
acrescentando que apesar do stock das
atuais 100 mil casas ainda por vender, já pouco resta nas zonas centrais de
Lisboa e do Porto”, em Expresso n.º 2164, revista Economia.
na sala de cinema
“Quella villa accanto al cimitero” (1981),
real. Lucio Fulci [1], c/ Catriona
MacColl (como Katherine MacColl), Paolo Malco, Ania Pieroni… Estreia sexta-feira,
8 de abril de 1983 no cinema Odeon. “Uma mulher (Daniela Doria) procura o
namorado numa casa abandonada. Depois de encontrar o seu cadáver ela é
esfaqueada na cabeça
e o seu corpo arrastado através de uma porta da adega”. C/ banda sonora de Romano “Walter”
Rizzati. “Una
vacanza del cactus” (1981), real. Mariano Laurenti. “Giuseppe
Zerboni (Enzo Cannavale), a sua mulher Fedora (Graziella Polesinanti), Angela (Anna
Maria Rizzoli
[2]), Augusto Squarciarelli (Bombolo) e
Ragionier Pistilli (Vincenzo Crocitti), toda a equipa da Zerboni & Basta,
partem para umas férias prémio na Grécia, em Rodes. Zerboni está
convencido que finalmente conseguirá conquistar a Angela que corteja há algum
tempo. Para facilitar as coisas encarrega o seu armazenista, Augusto, de manter
ocupada a mulher, Fedora, que sofre de uma forte, mesmo embaraçante, miopia.
Augusto, por sua vez, encasquetou-se de encontrar o túmulo de um tio que morreu
em Rodes, e de plantar um cato confiado pela sua velha tia viúva em Roma. Tudo predisposto
para umas férias excitantes e cheias de divertimento, como muitas vezes
acontece, encontram-se a passar uma semana plena de equívocos, situações
cómicas e escapadelas amorosas”. "Varliivo leto 68" (1984), (“O ilusivo verão
de 68”), filme jugoslavo, real. Goran Paskaljević. “Divertida comédia
iniciático-sexual que é um dos trabalhos mais amplamente populares do seu
autor. Sátira, costumes e uma pincelada apressada num conjunto assumidamente
eufórico e vitalista, se bem que admite influência de certos aspetos do cinema
de Truffaut, pertence plenamente à escola humorística balcânica dos anos 80. Apesar
da sua pobreza estética e certa obviedade crítica, desperta simpatias e conta
com momentos memoráveis, além de um elenco esplêndido, encabeçado pelo grande
Danilo ‘Bata’ Stojković como o atribulado juiz de província obcecado para que o
seu filho aprove em marxismo, enquanto este, o melancólico Slavko Štimac (o primeiro
ator infantil e, em seguida, habitual de Kusturica), apenas consegue pensar no
que é verdadeiramente importante”
[3]. “Situada no plano de fundo da liberalização
da Jugoslávia do marechal Tito em 1968, esta comédia é sobre a saída da
adolescência de Petar, como ele procura o amor em qualquer lado, agora que
descobriu que existe. O seu pai é um tipo distante que o quer focado nas suas
notas para que ele tenha hipótese de um bom futuro (e ser um bom marxista), mas
o calejado avô de Petar compreende-o e dá-lhe o conselho de que ele necessita. Entretanto,
Petar está embeiçado pela sua bela professora e causa estragos na sua situação
académica ao tentar vingar-se dela por ter ido tomar banho ao rio com um
companheiro masculino. Esta afronta aos seus sentimentos é prontamente
esquecida, quando ele conhece uma encantadora moça, que visita a cidade com a
orquestra jovem – e o amor voa a partir daí”.
“Educating Julie” (1984), filme inglês, real. Gail Hardman. “Julie
Potter (Gail Ward) é uma jovem estudante a tirar a licenciatura em Sociologia
na universidade. O filme começa com o seu tutor (Anthony Schaeffer), a informar
a turma que, durante as férias, a cada um deles será atribuída uma tese preliminar
para fazer, que será avaliada como 10 % da nota final. Ele distribui os temas
escritos em pedaços de papel num copo para tirarem à sorte. Um dos alunos (Gary
Willock) vê que um dos temas é ‘Nudismo nos anos 80’ [4]
e, como partida, segura-o firmemente na borda do copo e deixa os outros
escolherem os outros tópicos, finalmente passando o copo a Julie, que fica
horrorizada quando lê qual é a sua tese. Cada aluno comunica ao tutor qual é o
seu tema, e então Julie é incitada a ler o seu, o que ela faz, causando uma explosão
de riso na sala, e Michael reivindicando que o queria fazer. O tutor severamente
diz-lhe que não há troca de temas e termina a aula. (…). Mais tarde no pub, ela está com o namorado Steve
(Miles Taylor), que lhe fala sobre planos para as férias de verão deles,
dizendo que um amigo dele lhes emprestou uma roulote nas ilhas Norfork e que
podem usá-la. Julie está atrapalhada e Steve pergunta-lhe qual é o problema.
Quando ela lhe fala sobre a sua tese, ele desata a rir e oferece-se para ajudar
Julie com o assunto”. “Ela e o namorado visitarão vários clubes de nudistas na
Inglaterra, sul de França e na Florida para saber porque razão as pessoas
gostam de nudismo” [5]. "La fille de 15 ans" (1989), real. Jacques Doillon.
“Willy (Jacques Doillon), um divorciado de meia-idade, decide levar o seu
filho, Thomas (Melvil Poupaud), numas férias a Ibiza, instalando-se numa
vivenda isolada numa parte da costa preservada da destruição humana. Thomas
insiste em levar a sua amiga Juliette (Judith
Godrèche
[6]), uma rapariga da sua idade, com quem
desfruta uma íntima relação platónica. Quando se trata de amor físico, Juliette
é mais sabichona para a sua idade. Ela só dorme com homens mais velhos e não
tem intenção de se comprometer numa relação a longo termo. Enquanto as férias
progridem, Juliette percebe que Willy se sente atraído por ela. Ela confidencia
a Thomas que vai seduzir-lhe o pai e depois rejeitá-lo, na esperança de poder
livrar-se de atenções indesejadas. Desconhecendo o subterfúgio, Willy está
dividido entre a sua atração física pela adolescente e o amor pelo filho” [7].
___________________
[1] 3.º filme da “Trilogia da
morte” de Lucio Fulci com Catriona
MacColl. “A trilogia da morte é caraterizada por tramas surreais e oníricas,
bem como uma encenação extremamente violenta e splatter [subgénero do cinema de terror saturado de hemoglobina].
Uma das características principais da trilogia é a referência a alguns
clássicos da literatura do horror gótico. Muitas são, de facto, as referências
às obras de escritores como Howard Phillips Lovecraft e Edgar Allan Poe. ‘Paura nella città dei morti
viventi’ (1980) é o primeiro filme de terror em que Fulci experimentou
um argumento livre da nomenclatura convencional onde nada é explicado ou
explicável. “...E tu
vivrai nel terrore! L'aldilà” (1981), considerado a obra-prima do realizador
romano, leva ao extremo a experimentação narrativa e acrescenta-lhe um toque de
poesia em cima. ‘Quella
villa accanto al cimitero’ é o último filme da trilogia, e apresenta um
roteiro mais convencional e com menos efeitos splatter. O filme, pelo seu conjunto de horror, splatter e suspense, é considerado o
mais assustador da trilogia”.
[2] Anna Maria Rizzoli,
modelo e atriz nascida em Roma a 26 de agosto de 1953. Diplomada em línguas no
liceu foi modelo até aos 22 anos e ganhou na commedia sexy all’italiana, nos finais de 70 início de 80, o
cognome de “os mais belos seios de Itália”. Ela “não tinha uns seios muito
abundantes, o que demonstra que o gosto dos italianos mudou várias vezes ao
longo do tempo. Poucos anos depois eles teriam, de facto, uma ampliação. A
Rizzoli era toda natural, alta, loira, frequentemente nua. Começou em programas
fora de horas da televisão, muitas vezes eróticos, como ‘Playboy di
Mezzanotte’”. Foi namorada de Walter Chiari e a revista Playboy
teve o prazer de apresentar o seu primeiro nu em março de 1977.
[3] Miúdas. Miúdas. Miúdas, opostamente ao vermelho (cor-de-rosa,
cor alternativa) pavor do Pequeno Panurgo Pedro: deparar-se
enclausurado num quarto de hotel sitiado por um bando de japonesas com F Vodka:
Elixir of Fashion num “Sexy Soul Japan Photoshoot”. C/ Sayuki Matsumoto, 1,72
m, 91-60-88, sapatos 38, olhos castanhos, cabelo ruivo, nascida a 9 de dezembro
de 1985 na cidade de Yokkaichi, Mie, Japão. Hobbies:
jogar futebol e cantarolar. Ayaka
Sayama,
1,57 m, 85-60-87, sapatos 38 ½, olhos e cabelo castanhos, nascida a 17 de maio
de 1993 em Kanagawa. Hobby : música. Talento:
torcer a língua. Natsuko
Tatsumi,
1,58 m, 82-56-82, sapatos 38, olhos e cabelos castanhos, nascida a 21 de
janeiro de 1988 em
Tóquio. Hobbies :
karaoke, compras e trombone. Talento: afinação do Eclectone. Akina Aoshima,
1,60 m, 87-58-86, sapatos 37 ½, olhos e cabelos castanhos, nascida a 4 de março
de 1987 em Miyakonojo, Miyazaki. Hobbies:
basquetebol e cantar. Talento: dança japonesa. Megumi Haruna,
1,61 m, 46 kg, 83-60-85, sapatos 39, olhos e cabelos castanhos, nascida a 8 de
outubro de 1990 em Tóquio. E …
somando japonesas sobre japonesas voa a águia mia o leão. Scandal, banda feminina “formada em agosto
de 2006 por quatro alunas do liceu, começaram a tocar nas ruas ao vivo até
serem notadas e assinarem pela etiqueta indie
Kitty Records”.
São elas Haruna Ono, voz e guitarra, Mami Sasazaki, guitarra e voz, Tomomi
Ogawa, baixo e voz e Rina Suzuk, bateria e voz, auto-proclamando-se “O mais
poderoso pop rock japonês feminino”: “Shunkan Sentimental”
(2010) (“Momento sentimental”) ♪ “Awanai Tsumori no, Genki de
ne” (2013) (“Eu estou indo você não ir, e cuidar”) ♪ “Runners High” (2014), do split single com T.M. Revolution, (“Takanori Makes Revolution”, nome
artístico de Takanori Nishikawa), no videojogo “Sengoku BASARA 4”.
[4] “Diary of a Nudist” (1961),
real. Doris Wishman. “Arthur Sherwood
(Norman Casserly), editor-chefe do The Evening Times (‘As notícias do dia são
as suas notícias… hoje’), depara-se com uma colónia de nudistas durante uma
caçada e cheira-lhe a uma boa história. Ele inscreve Stacy Taylor (Davee
Decker), a sua melhor jornalista, na comunidade nudista para que ela possa
expor a imoralidade do campo a partir do interior”. O tópos (“τόπος”) do corpo é vestido, nu,
só para ganhar dinheiro ou Arte. Das coreografas e realizadoras brasileiras
Rosane Chamecki e Andrea Lerner, i.e. chameckilerner, na peça “Costumes by God”: “Os
corpos masculinos e femininos são revelados, não como neutros, mas como
desejáveis, eróticos e, algumas vezes, corpos pornográficos. A política da
nudez, a troca de poder entre aquele que olha e aquele que é olhado, a beleza,
as fantasias e, algumas vezes, apenas a sugestão de nudez jogarão com a
perspetiva do público”. C/ a coreógrafa uruguaia Luciana
Achugar (noutra performance:
“FEEL … FORM” (2012), c/ Rebecca
Brooks, Jennifer Kjos e Melinda Lee) e a diretora, coreógrafa e artista
performativa cipriota Maria Hassabi.
[5] A razão líquida é o “Body Art Festival Spectacular Nudism”.
[6] Judith
Godrèche, nascida a 23 de março de 1972 em Paris: “Na sombra, continuei a
escrever argumentos. Colaborei no de ‘La fille de 15 ans’, de Jacques Doillon,
sem co-assinar… Aos 21 anos, escrevi outro contando a história de uma rapariga
que rouba uma criança. Finalmente, tornou-se um romance, ‘Point de côté’,
publicado por Françoise Verny na Gallimard”.
“A separação dos seus pais quando ela tinha oito anos, foi um choque, e
contribuiu para interromper os estudos aos 15 anos e a sua entrada na via
adulta muito nova, após os seus próprios esforços para fazer audições para o
cinema e, em seguida, o seu encontro com Benoît Jacquot com quem viveu no final
dos anos 80”.
No seu primeiro papel interpretou a filha de Claudia Cardinale em “L'été prochain” (1985),
de Nadine Trintignant; foi Ophélie na comédia de Jean-Pierre Mocky “Les saisons du plaisir”
(1988); e canta no primeiro filme que realizou, escreveu o argumento e
interpretou, “Toutes les
filles pleurent” (2010).
[7] Elas já estão para além do
organdi e do perfume Patchouly. “100 escovadelas antes dedormir” (2005), real. Luca
Guadagnino, c/ María Valverde a), Geraldine
Chaplin… “Melissa P. (María Valverde) é uma tímida virgem de 15 anos que se
sente cada vez mais distante da sua família. O pai trabalha numa plataforma de
petróleo no estrangeiro e a mãe, Daria (Fabrizia Sacchi), está demasiado
ocupada com o seu papel de dona de casa para se aperceber de que há algo errado
com a filha. A única pessoa que nota o desconforto de Melissa é a sua avó
Elvira (Geraldine Chaplin). Contudo, Melissa sente-se completamente isolada
quando Elvira é descartada num lar de idosos. A educação sexual de Melissa
avança da masturbação para um humilhante broche, atrás da piscina, ao Daniele
(Primo Reggiani), o rapaz mais atraente e rico do sítio. Apesar do encontro
tudo menos romântico, a pancada de Melissa por Daniele só aumenta. Ela fantasia
acerca de Daniele e vem-se na aula de ginástica. Mais tarde, perde a
virgindade, o que novamente não é um encontro idílico”.
O
filme tem o título original “Melissa P.”, de Melissa Panarello,
nascida na Catânia a 3 de dezembro de 1985, co-autora do argumento e autora do
romance base “100 colpi di spazzola prima di andare a dormire”. “No inverno
europeu de 2002, longe dos olhos da mãe e do pai, a jovem italiana Melissa
Panarello começou a escrever um diário em que relatava, sem pudores e meias
palavras, as precoces e variadas experiências sexuais vividas por uma colegial
entre os 15 e os 16 anos. A história de Melissa começa quando ela perde a
virgindade aos 15 anos de idade. A descoberta de um mundo novo e diferente, o
desejo de amar e se sentir amada e a ilusão de encontrar este sentimento
através do sexo. É esse o ponto de partida para um relato que mistura de forma
provocadora ficção e realidade, num vasto e surpreendente rito de iniciação
sexual”.
Livro
(pdf): “Então, de repente, houve outra surpresa: a minha boca cheia de um
líquido quente, azedo, espesso e abundante. O meu súbito início a esta nova
descoberta deu-lhe uma ligeira pontada, ele agarrou a minha cabeça e empurrou-a
na sua direção ainda com mais força. Ouvi-o ofegar e houve um momento em que
pensei que o calor da sua respiração descia até mim. Bebi o líquido porque não
sabia que mais fazer com ele. A minha garganta emitiu um suave gluglu que me
embaraçou”. Entrevista:
“Prefiro a pornografia ao erotismo, porque é mais explícita, é mais verdadeira,
tem menos véus, tem menos inibições. A minha literatura tem mais a ver com a
pornografia do que erotismo. Conto a realidade das coisas, em vez de
escondê-la”
–
a) “As cenas de sexo só se filmaram após ela
completar os 18 anos, entretanto rodaram outras partes do filme”.
María
Valverde,
1,64 m, 76-58-86, sapatos 38, olhos cor de café, cabelos castanhos-claros, nascida
a 24 de março de 1987 em
Madrid. Canção favorita: “I’m Like a Bird”, de Nelly Furtado.
Pijama favorito: masculino. Música preferida: hip-hop, rap, ragga, R&B, rock (Dido, Red Hot Chili Peppers, Nelly Furtado, El Chojin…). Comida
favorita: ervilhas preparadas de qualquer maneira. Estreou-se no cinema aos 16
anos com um papel principal em “La flaqueza del bolchevique”
(2003), pelo qual venceu o prémio Goya para melhor atriz revelação.
no aparelho de televisão
“General Hospital” (1963-presente), transmitida
pelas 16:40 na RTP 1, de segunda a sexta, de 18 de setembro 1989 até ao
episódio 140.º, quarta-feira, 4 de abril 1990, é uma telenovela médica
creditada no Guinness como a soap opera americana em exibição há mais
tempo. Nos anos
80,
as aventuras e os cabelos das mulheres avolumaram-se no General Hospital. “Um dos maiores
tramas de GH nesse
tempo foi a história de Luke e Laura, imortalizada na canção de Christopher
Cross ‘Think
of Laura’. Após um começo improvável (Luke viola Laura), eles acabam
apaixonando-se e casam-se
a 16 de novembro de 1981 em frente de 30 milhões de espetadores, representando
a hora mais bem cotada na história das soap
operas. (…). Alguns membros do elenco
de General Hospital tornaram-se grandes estrelas, regressando depois para
pequenos papéis convidados. Algumas grandes estrelas que tiveram o seu
lançamento no Hospital incluem Ricky Martin, Nikki
Cox, Mark Hamil, Demi
Moore,
John Stamos e Janine Turner”. No dobrar do milénio Kelly
Marie
Monaco
1,60 m, 45 kg, 91-55-81, sapatos 36, olhos e cabelos castanho-escuro. “Nascida numa
família numerosa italiana católica a 23 de maio de 1976, em Filadélfia, Kelly
Monaco
lançou a sua carreira aparecendo como playmate
do mês
da Playboy em abril de 1997.
Depois de pequenos papéis, como modelo e como a nadadora salvadora novata Susan,
na série ‘Baywatch’
(1989-2001), Monaco
conseguiu dois papéis na soap opera ‘Port Charles’ (1997-2003),
como Olivia ‘Livvie’
Locke Morley entre 7 de julho 2000 / 3 de outubro 2003 e Tess Ramsey (2002-03).
Quando esta foi cancelada, ela transferiu-se para o papel da detetive privada
Samantha ‘Sam’ McCall em ‘General
Hospital’”. (Kelly no vídeo “Rockstar”, p/ Mams Taylor).
“Maude” (1972-1978), série flutuante pelas 21:30
ao longo dos anos na RTP 2. Duração 30 min. Estreia segunda-feira, 10 de outubro
de 1988, e será transmitida de segunda a quinta, sendo substituída na sexta, no
mesmo horário, por “O
sétimo direito”, c/ Henrique Santana e Lia Gama. Na semana de 21 de
novembro trocam, “O sétimo direito” desloca para as segundas e “Maude” é
transmitida de terças a sextas. Na segunda-feira, 13 de fevereiro de 1989 termina
“O sétimo direito” e Maude” será transmitida de segunda a sexta. Na
sexta-feira, 14 de abril de 1989 estreia a série inglesa “Troubles” e “Maude”,
na semana seguinte fixa-se nas quintas-feiras, de 27 de abril de 1989 a 18 de
janeiro de 1990. “Maude
é protagonizada por Beatrice Arthur como Maude Findlay, uma mulher de
meia-idade, sem papas na língua, politicamente liberal, a viver no subúrbio
Tuckahoe, no condado de Westchester, Nova Iorque, com o seu quarto marido,
Walter Findlay (Bill Macy), dono de uma loja de eletrodomésticos [1]. Maude adotou os princípios da libertação da
mulher, sempre votou nos candidatos do Partido Democrático, apoiava firmemente
o aborto legal, e defendia os direitos civis e a igualdade racial e de género.
Contudo, a sua autoritária e, algumas vezes, dominadora personalidade,
frequentemente metem-na em problemas quando fala destas questões. A série é um
derivado de ‘All in the
Family’, no qual Beatrice Arthur interpretou a personagem de Maude, a prima
de Edith Bunker. Tal como ‘All in the Family, ‘Maude’ era uma ‘comédia de
situação’ com enredos atuais criada pelo produtor Norman
Lear”, que se inspirou para este personagem na sua mulher Frances Lear”. “M*A*S*H”
(1972-1983), transmitida na RPT 1 cerca das 21:15, às sextas-feiras, 21 de outubro
de 1983, duas semanas depois muda-se para os sábados pelas 19:50, de 5 de
novembro / até 9 de março de 1984. Duração: 25 min. Produção televisiva do filme “MASH”
(1970) de Robert Altman, estreado na terça-feira, 17 de setembro de 1974, no
cinema Londres. Altman não gostava da série. MASH é um acrónimo de “Mobile Army
Surgical Hospital”. A série gira em torno de uma unidade cirúrgica na guerra da
Coreia a MASH 4077. A major Margaret “Hot Lips”
Houlihan (Loretta Swit), membro do Corpo de Enfermeiras do Exército, é responsável
por todas as enfermeiras da unidade. “O personagem Hot Lips Houlihan foi
inspirado na enfermeira-chefe Elizabeth
J Thurness (Jane, Janie, Hotlips Hammerly)”. “A 4077th consistia de dois
cenários separados. Um set ao ar
livre nas montanhas perto de Malibu, Califórnia (Calabasas, condado de Los
Angeles) foi usado para a maior parte dos exteriores e as cenas da tenda em
cada temporada. Este é o mesmo set
onde foi rodado o filme. O set
interior, no palco de som da Fox Studios em Century City , foi
usado para as cenas interiores em toda a série”.
___________________
[1] Decorações para os
subúrbios “The Outsider”,
da banda americana A Perfect Circle, formada em 1999 pelo guitarrista Billy
Howerdel e Maynard James Keenan, vocalista dos Tool c/ Paz Lenchantin
no baixo, Troy Van Leeuwen na guitarra e Tim Alexander na bateria ♪ “Thinking of You” ♪ “Judith”, real. David Fincher.
na aparelhagem stereo [1]
Austin
(Ross Lynch): “Aquilo que ouvimos nem sequer era música. Eram só sons”, Ally
(Laura Marano): “Então? é o que a música deve ser: sons aleatórios que
preenchem o silêncio”, no episódio 20, “Future Sounds & Festival
Songs”, da 2.ª temporada da série da Disney “Austin & Ally”
(2011-presente). O copo do silêncio, no país das laranjeiras [2], enchia-se de “som pesado, vozes gritantes ou
acordes rápidos. O heavy metal remonta ao final dos anos 60 e
chegou a Portugal na década de 80” ,
na “Reportagem sobre o Metal em Portugal” (8 outubro de 2005) no “Pop
Up”, um programa de cultura urbana, com Raquel Dias, transmitido na RTP 2
(2004-06). “O Pop Up mostrou tendências, conceitos, espaços, objetos, pessoas.
Deu a conhecer o que de inovador se faz nos vários domínios de expressão
artística e urbana” [3]. Entretanto, duas
décadas antes:
Na
“Breve
História do Metal Português”. “Os The Playboys, formados pelo então
guitarrista Júlio Pereira – mais tarde famoso a solo na área da Música Popular
Portuguesa – terão sido pioneiros nacionais do rock psicadélico de orientação tendencialmente mais pesada.
Constituídos em 1966 atravessam diversas formações. Além de Pereira, o núcleo
duro inclui ainda Jorge Sebastião (baixo), Sérgio Spínola Gonçalves (teclados)
e João Seixas (bateria, voz), principal compositor do grupo. O quarteto ainda
grava um single com os temas ‘Because
I Hate You’ e ‘Little Rosy’, que alegadamente nunca chegou ao mercado. Hoje, os
The Playboys são considerados por alguns especialistas um ‘bastião do hard rock’
luso. No final de 1967, formam-se os Pop
Five Music Incorporated constituídos por Paulo Godinho (voz principal,
guitarra e teclados, irmão de Sérgio Godinho), António José Brito (baixo e voz,
mais tarde conhecido como Tozé Brito, senhor de longa carreira musical e
posteriormente executivo da Universal Music e Polygram), Luís ‘Pi’ Vareta
(guitarra e voz), David Ferreira (órgão Hammond, piano e voz), e Álvaro Azevedo
(bateria, futuro Arte & Ofício e Trabalhadores do Comércio). Um dos
primeiros grupos nacionais a gravar em estereofonia, os Pop Five Music Incorporated atuam
‘principalmente no Porto, em bailes de estudantes e arraiais de verão, e mais
tarde em Lisboa e Coimbra, apresentando um repertório que incluía versões dos
êxitos pop-rock anglo-americano’.
(…). Em 1969, Miguel Graça Moura (instrumentos de teclas, atualmente conhecido
maestro) ocupa o lugar de David ferreira, encarregando-se da direção musical do
grupo. A integração no repertório de temas de Jeff Beck, Chicago ou Blood,
Sweat & Tears contribui para a aproximação estilística ao género musical
que viria a ser conhecido por hard rock, não sem que algumas influências
progressivas se distingam. A crescente popularidade da banda torna-a a principal
atração das festas estudantis e dos arraiais populares”. “Também os Objectivo surgiram
no final dos anos 60, incluindo na formação original Tó Gândara (guitarra),
Luís Filipe (guitarra e teclados), Zé Nabo (baixo) e Mário Guia (bateria). Pouco
depois, o escocês Mike Sergeant e o norte-americano Kevin Hoidale substituem
Gândara e Filipe. Em 1969, a
banda lança pela Sonoplay um EP com os temas ‘At Death's Door’, ‘A
Place in the Sun’, ‘Gin
Blues’ e ‘I Know That’,
após cuja edição Mário Guia cede o lugar ao já então mítico baterista Zé da
Cadela. Com a nova formação os Objectivo editam o primeiro disco estéreo em
Portugal, o single com os temas ‘The Dance of Death’ e ‘This Is How We Say (Goodbye)’.
A 8 de agosto de 1971 a
banda atua na primeira edição do Festival
de Vilar de Mouros com grande êxito”.
Duas
décadas depois, o metal português atemoriza menos. “O heavy metal já não é o
papão de outros tempos, mas continua a fazer delirar muita gente e a chocar
muito mais. De preferência para se ouvir alto e a bom som. (…). A legião de
metaleiros é imensa, uma forma de estar que continua a ser altamente chocante,
quando quem não sabe bem o que é, vê indivíduos a saltarem constantemente uns
para cima dos outros, é isso mesmo o mosh”,
na “Reportagem Heavy
Metal em Portugal”, no programa da RTP 1 “Alta Voltagem” (1996),
autoria e apresentação Rui
Unas. Aquilo que as
imagens ilustram não é bem mosh, o
ato de dançar aos encontrões, mas stage
diving,
mergulhar o corpo do “desejo” (LadyGaga) para dentro do mar de público. Corpo que vê ao sol nu: The
Flaming Lips “Watching the Planets” (2009): “Oh, oh,
oh, oh, oh / Oh, oh, oh, oh, oh / Oh, oh, oh, oh, oh / Oh, oh, oh, the sun's
gonna rise / Oh”. Vestido licenciosa ou
retamente: John T. (John Wayne): “Onde é que arranjaste essas coisas?”,
Feathers (Angie Dickinson): “Usava-as no último sítio onde trabalhei”, no filme
“Rio Bravo” (1959), real.
Howard Hawks, (estreia terça-feira, 22 dezembro de 1959 no Politeama). Em
Portugal, inflado de coragem: Álvaro Santos Pereira: “Eu acho que o importante
quando se vai p’a funções públicas, o importante, é defendermos acima de tudo o
interesse do país, foi isso que eu fiz, ao longo de dois anos, tive muito
orgulho, muita honra de servir a minha pátria, e por isso mesmo é tudo o que eu
tenho a dizer” (janeiro 2014, o ex-ministro da Economia racionalizava o chuto
no traseiro para fora do Governo) [4].
Ó
metal pesado quanto do teu peso… é
metal de Portugal:
Cruel Hate “eram de Aveiro.
Formado em novembro de 1989 por Paulo Pacheco e Rui D’Oliveira, guitarras,
Carlos Bento, voz, Mário da Costa, bateria, e Alberto Calé, baixo. Em 1990, os
Cruel Hate gravaram uma maquete chamada ‘Imminent Destiny’, mas devido à má
qualidade a banda não a lançou. Em julho de 1991, tocaram ao vivo pela primeira
vez na sua cidade natal. Em março de 1992, gravaram ‘Dying in Fear’ no estúdio
profissional Rec & Roll, com produção de Luís Barros (baterista dos
Tarântula). Cinco canções faziam parte dessa maquete: ‘War With No Pain’,
‘Blindness’, ‘Atomic
Calamity’, ‘Times of Despair’ e ‘Living in Fear’. A 5 de setembro, pelas
22:00 horas, tocaram com os Inkisição na praia da Barra, Ílhavo. Em outubro de
1992, foram convidados para atuar no primeiro Festival de Heavy Metal de Penafiel, junto com os Inkisição,
Genocide e W.C. Noise para 1200
f ãs”, na
Adega das Lages, 10 de outubro pelas 15:30 horas, bilhete 500$00. Battalion “eram do Feijó, Almada. Formado em 1988 por
Paulo Mendes, voz, Vítor e Carlos, guitarras, Hélder, bateria e Rogério, baixo.
No final de 1989, Paulo abandona a banda durante a gravação da sua maquete e é
substituído por uma cantora chamada Adelaide. Mas logo, Adelaide sai e Paulo
regressa aos Battalion” ▬ “Child and the Wizard”, no Rock Rendez Vous em 14 de janeiro de 1990. Phoenix “eram de Odivelas, Lisboa. Composto por Zé
Manuel Barata, voz, Armando Barros, guitarra, Ricardo Fonseca Leite, baixo e Tó
João Barata, bateria. O grupo lançou apenas um 7 polegadas , com as
faixas: ‘Carlinhos - O
Maior’ e ‘Summer Love Dream’, por volta de 1984, pela etiqueta Discossete”. Helllegion “vieram do Barreiro, formados em 1988 pelos
guitarristas Marcelo Sousa e João Lopes. Depois junta-se-lhes João Augusto,
baixo / voz. Experimentaram vários bateristas mas não conseguiram encontrar um.
Entretanto, João abandona o posto de vocalista, que é ocupado por Marcelo. Em
1990, o baterista Paulo Silva junta-se ao grupo. Em abril de 1991, gravaram uma
maquete de 5 faixas com canções velhas, na sua sala de ensaios, o quarto de
dormir do João Lopes. A maquete chamava-se ‘Ready for War... The Legion
Arrives’, que incluía as faixas: ‘Kill by War’, ‘Curse of All the Pharaos’,
‘Human Jesus’, ‘Power from
Hell’ e ‘Legion Arrives’. A banda tocou
no Festival ‘Diz Sim à
Vida’, a 14 de julho de 1991 no estádio do barreirense. Os Helllegion
gravaram a sua segunda maquete, ‘Mortal Radiation’, cerca de 1993, com duas
faixas ‘Mortal Radiation’
e ‘Auschwitz’. A 20 de novembro de 1993, tocaram na Escola Secundária de Santo
André, Barreiro”. Lakrau “banda de Loures, a primeira formação data de
1990, e era composta por Carlos Pereira, baixo / voz, João Silva, bateria
(ambos ex-Massive Roar). A eles juntou-se mais tarde Ricardo Santos, guitarra.
Após seis meses de ensaios, houve a necessidade de outro guitarrista, então
João Alves foi integrado. Foi com esta formação que a banda compôs as primeiras
canções. No final de 1990, o repertório ainda era escasso, mas pronto para ser
apresentado ao público. Assim, a 9 de fevereiro de 1991, os Lakrau tocaram pela
primeira vez ao vivo, com os Mantron, na Voz do Operário, Lisboa [venda
antecipada: 400$00, venda próprio dia: 500$00]. Em 7 de novembro tocaram no
Johnny Guitar, Lisboa, e cerca de um mês depois, tocaram com os Massacre no
pavilhão da Associação de Moradores de Santo António dos Cavaleiros, Lisboa.
Mais tarde a banda entrou nos estúdios Heaven Sound para gravar a faixa ‘Enemy’, que integraria a
compilação ‘The
Birth of a Tragedy’ (MTM Records) em 1992”. Raising Fear, banda de trash metal do Porto,
fundada em 1991 por Artur, voz, António, baixo e os ex-Genocide, Mário Ribeiro
e Alfredo, nas guitarras e Paulo Mosh na bateria. Em 1992 a MTM Records lançou a
faixa “Gone Mad” no LP duplo “The Birth of a
Tragedy”. Em 1994 lançam a maquete “Raising Fear” com as faixas “Fear of Fear”
(instr.), “Hallucination”, “Weak Minds”, “Why” e “War Again”. A faixa “Why” será incluída no CD duplo “Hypermetal”
(1996) da editora e distribuidora de metal
Música Alternativa.
___________________
[1] Inventado pelo engenheiro
da EMI Alan Blumlein.
“Um dia em1931, Alan Blumlein levou a sua futura esposa, Doreen, ao cinema e
disse-lhe durante o filme: ‘Reparaste que o som vem apenas de uma pessoa?’.
Doreen, segundo ela própria pouco entendida em tecnologia, respondeu: ‘Ó,
vem?’. E ele disse: ‘Sim, e tenho uma forma de o fazer seguir a pessoa’. Em 14
de dezembro de 1931, Alan Blumlein solicitou a sua famosa patente n.º 394,325,
Binaural Sound, na qual descreve em grande detalhe, um método eletrónico de reprodução
de som de dois microfones e dois alto-falantes. Ele chamou a este sistema
‘binaural’ por causa do fator humano de termos dois ouvidos pelos quais ouvimos
o som. Porque esta patente estava tão à frente no seu tempo, demorará 20 anos
antes de ser totalmente apreciada, muito depois da morte trágica de Blumlein em
1942. É claro, hoje, conhecemos binaural como stereo”.
[2] O 1.º primeiro-ministro Passos
Coelho: “No domínio da cultura, das artes, tudo passava ali pelas Laranjeiras”.
Catavento de opinião abalizada, Passos Coelho propalava sobre a origem da
palavra “forrobodó”, do título do conde de Farrobo que teve um palácio nas
Laranjeiras, local de trabalho do 2.º primeiro-ministro Paulo Portas.
Farrobo
é a face dos portugueses atuais, morreu na mais completa miséria, penhorado. “Segundo
as confidências de Herculano a Oliveira Martins, as reuniões conspiratórias
fizeram-se na casa que o historiador ocupava junto do palácio da Ajuda, na sua
qualidade de bibliotecário pessoal do rei D. Fernando. Não é crível que
Herculano se metesse nessa aventura sem permissão, ou mesmo uma indicação, do
rei-consorte. ‘Ali se pactuaram as reformas urgentes que o marechal realizaria
assim que se tornasse vencedor: as eleições diretas, a abolição da
hereditariedade nos pares, a dos vínculos gradualmente convertidos em pequena
propriedade enfitêutica. Herculano exigia que tudo se fizesse com gente nova,
excluindo os velhos todos’ (Portugal contemporâneo, ii, 290)”, em “História de
Portugal”, José Hermano Saraiva. A revolta chamou-se Regeneração e o marechal era
o duque de Saldanha. Para financiar a revolução o duque dirigiu-se ao conde de
Farrobo, na época um dos homens mais ricos de Portugal, propondo, se vencedor,
resolver-lhe “a questão do ouro” em troca da massa. A questão do ouro era um
pleito fiscal que se arrastava nos tribunais há quase 20 anos. Farrobo fora recompensado
pelos serviços prestados ao liberalismo com o monopólio do tabaco, sem ter
ficado claro se o imposto pago ao Estado seria em moeda corrente ou em ouro. Em moeda, era papel
inútil, não valia nada, em ouro, era uma fortuna. O previdente Farrobo, pesando
vitória ou derrota de Saldanha, em vez de soltar logo a bolsa, contou à rainha
D. Maria II as maquinações do duque, pedindo-lhe sentença a seu favor na
questão do ouro. Simplesmente, a rainha conhecia os planos e contou ao duque a
chibadela, a Regeneração triunfou e Saldanha exigiu celeridade dos tribunais
contra Farrobo. A quantia a pagar era astronómica, arrestaram-lhe todos os
bens, palácios, carruagens, obras de arte, quadros, (Miró não era nascido), e
Farrobo morreu cego e pedinte.
[3] Mike
Dowson, fotógrafo: “Muitas raparigas
com seios grandes
têm personalidades diferentes das raparigas com seios pequenos,
a sociedade trata as mulheres de acordo com a forma do corpo, eu acho as
raparigas com seios
grandes, muitas vezes, mais sociáveis. Elas são normalmente mais
extrovertidas que as raparigas com seios pequenos por causa da
atenção que recebem. Claro que existem muitas exceções, mas o mundo tende a
reparar nas raparigas com seios grandes e elas têm de ajustar-se à atenção que
recebem. E, pessoalmente, não tenho preferências, se tivesse, estaria a
limitar-me e seria um erro. Para mim toda a gente é bonita”.
“Não comparo ou associo fotografia com arte. Muitas pessoas o fazem mas é um
meio completamente diferente. A arte é uma mentira em busca da verdade e a
fotografia é um mero passatempo fascinante que todos podem desfrutar. Não deve
ser levado a sério” {tumblr}.
[4] Behemoth “Blow Your Trumpets Gabriel”
(2013): “Hosanna Hosanna / Let wine ov Sodom
fill our mouths / Hosanna Hosanna / May sin ov Gomorrah grace our hearts”.