Beneficio principis (“por
favor do príncipe”) [1]
1984. Janeiro. A classe política
alta, do século XXI, é das mais bem consciencializadas de sempre da sua efémera
crisálida na causa pública, um ciclo, dois ciclos, e esvoaçam para a causa
própria: a comezinha conta do supermercado, o trivial nível de vida. Há
instituições vocacionadas que os absorvem findo o mandato; em funções, engenham
muitas outras, formigando o day after: o Quarteto para o Médio Oriente, a
Aliança das Civilizações, Bancos de Fomento, uma panóplia, no entanto,
insuficiente. O exit da política, admitem-no
desfaçados, faz-se para o enter na
área financeira e económica que, enquanto governo, regaram e adubaram,
decretaram e legislaram, agasalharam. Terminada a comissão nos comandos da
nação, as empresas privadas inovam suas administrações com políticos classe
alta, que já nem disfarçam quem servem. Risca ao meio o primeiro-primeiro-ministro
de Portugal, Pedro Passos Coelho: “Esse acordo [credores / Grécia] depende de
circunstâncias de natureza financeira e económica e não meramente política. A
política comanda muitas coisas, comanda a nossa vontade de atingir determinados
objetivos, mas depois temos que ser capazes de transformar essa vontade numa
realidade” (maio 2015). Este particular primeiro-primeiro-ministro, há muito
prometido nas estelas, ao povo, à cábrea solta orçou cinismo pessoal rebocado
ao realismo político. “Um príncipe, que não possa usar da virtude da
liberalidade sem dano seu, deve, se é prudente, fazer pouco caso da fama de
mesquinho, porque com o tempo será tido sempre por mais liberal, vendo que com
a sua parcimónia as suas rendas lhe bastam; pode defender-se de quem lhe faça
guerra; pode meter-se em empresas sem agravar os povos, de modo que vem a ser
liberal com todos aqueles a quem nada tira, que são infinitos, e só é mesquinho
com aqueles a quem nada dá, que são bem poucos”, Maquiavel, “O príncipe” [2].
No ano de 1984, Portugal
rasgou-se entre dois hinos, um oficial outro não-oficial, incentores dos incentivadores
da seleção de futebol, que defendia as quinas nas terras do desconstruído
jogador de futebol Jacques Derrida. (“Em 1947, mais interessado em futebol que
nos estudos, Derrida reprova o bacharelato.”)
[3]. A Federação Portuguesa de Futebol
encomendou o hino, e por uma guerra de trombones que não há memória, escolheu
outro. Foi hino oficial da Seleção Nacional de Futebol ao Campeonato da Europa
em França: Lado A “Viva Portugal,
Viva!”, Lado B “Vive Le Portugal” (letra e música: Fernando Correia Marques
/ Luís Arriaga), com as goelas de Cecília Passos, Fernando Correia Marques,
José Cid, Lenita Gentil, Luís Arriaga e Susy Paula, direção de Armando Gama. Foi
hino oficioso, com capa desenhada por Francisco Zambujal: Lado A “Seleção
De Todos Nós” (letra: António Avelar Pinho / música: Tozé Brito), Lado B, a
versão em francês, “Portugal Oh Portugal” (letra: António A. Pinho / António
Tavares Teles / música: Tozé Brito). [4]
Fora das quatro linhas, 1984
prognosticava-se uma linha de fome. “Criado em 1971, o Instituto de Ação Social
Escolar (IASE) iniciava dois anos mais tarde uma série de experiências piloto
que visavam melhorar a alimentação fornecida aos alunos, introduzindo o hábito
do consumo de leite. Na base das experiências, a convicção de que existe um
traço de união entre a alimentação e o aproveitamento escolar, e o exemplo dos
princípios de Oslo: o fornecimento de um suplemento alimentar, de forma a
abranger mais alunos, sem necessidade do recurso a instalações e equipamentos
onerosos. As zonas escolhidas foram o distrito de Bragança, concelho de
Odemira, Lisboa e alguns concelhos do distrito de Castelo Branco. Áreas
diferenciadas, onde as condições de vida e de alimentação dos alunos da primária
determinaram que se começasse a distribuir leite em pó, que depois de
transformado nas escolas era consumido pelas crianças. (…). A partir de 1981
passaram a ser distribuídos por dia e criança 2 dl de leite já estandardizado,
igual ao do consumo público. Esterilizado a alta temperatura e em tempo curto
(140 graus centígrados em três segundos), com 1,5 % de gordura. (…). [Em
janeiro de 1984] a divulgação pública de um projeto de decreto-lei em papel
timbrado do ministério da Educação, gabinete do ministro, veio lançar a dúvida
sobre o futuro do leite escolar. No documento sobre escolaridade obrigatória
são advogadas sanções às crianças por falta de aproveitamento. O artigo 14.º,
n.º 1, especifica que ‘nos casos de falta de passagem de ano não justificada
serão reduzidas em 50 % os benefícios a que se refere no 2 do artigo 6. (…).
Fica em causa, para além dos auxílios económicos, alojamento e transporte, é
metade do suplemento alimentar. Os que chumbarem, ressalvados os casos de
deficiente capacidade intelectual ou doença prolongada, apenas receberá por dia
1 dl de leite. (…). Com o conhecimento e experiência de casos vários, a UNICEF
denuncia que a recessão económica mundial está a atingir as crianças, não só
pela diminuição dos rendimentos familiares como por uma política de cortes em
serviços infantis, entre os quais os programas de alimentação complementar.
‘Devido ao facto de programas de bem-estar social desse tipo serem normalmente
tidos como luxo, costumam ser atingidos rápida e desproporcionalmente pelos
cortes governamentais’. (…). A hipótese do corte do leite, mais do que uma
medida puramente administrativa, consagra uma determinada política, a mesma que
levou Margaret Thatcher a tira o leite às escolas quando chegou ao poder.” [5]
Segunda-feira, 23 de janeiro “o
cadáver esquartejado de María Teresa Mestre apareceu, após duas semanas de
sequestro, nos arredores de Tarragona, cidade do nordeste de Espanha. (…). O
marido de María Teresa, Enric Salomó, foi preso após ter-se descoberto a
adulteração de cinco milhões de litros de azeite, cuja ingestão provocou, pelo
menos, 381 mortos e milhares de diminuídos físicos [6].
Enric era proprietário da Aceites Salomó, uma das empresas em que se produziu
quimicamente óleo industrial de colza, que foi lançado no mercado como se de
azeite de oliveira se tratasse, em maio de 1981. Há três semanas verificou-se o
sequestro de María Teresa, por cuja libertação os raptores exigiam, numa carta,
25 milhões de pesetas.” “María Teresa Mestre decidiu investigar o que se encontrava
por trás daquele crime, e diz-se que se deparou com informação que punha em
evidência a mafia do azeite em terras ibéricas. Foi segunda-feira, 9 de janeiro
de 1984, terminadas as férias de Natal, María Teresa Mestre, de 44 anos,
acompanhou a sua filha, Maite Salomó, do seu apartamento em Vilafortuny,
urbanização de Cambrils, à estação de comboios de Tarragona no seu Volkswagen
Golf branco. Maite apanhou o comboio para Barcelona, onde devia regressar às
aulas. María Teresa, muito bem penteada e maquilhada, vestida de casaco preto,
calças de veludo e botas de cano alto, dirigiu-se a um posto da Cáritas
Diocesana para deixar uns sacos de roupa. Ainda entrou numa loja em Tarragona
antes de desaparecer. Dias depois, a sua família recebe uma carta exigindo um
resgate de 25 milhões de pesetas, assinada como GADAC. Na busca de María Teresa
colaboraram todos os seus entes queridos, vários videntes amigos da vítima,
entre eles Pilar Prades que estava acompanhada de Ángel Emilio Mayayo, um amigo
próximo da família. (…). O que ninguém imaginava era que Ángel Emilio Mayayo,
de 29 anos, vizinho e amigo dos Salomó-Mestre, que durante o desaparecimento de
María Teresa tinha mostrado uma atitude otimista, incentivando a família, tinha
sido previamente o assassino da mulher. Parece que Mayayo convidou María Teresa
a entrar no seu apartamento, e ali lhe golpeou na cabeça com uma chave inglesa,
causando-lhe a morte, posteriormente cortou-a em três pedaços, ocultando-os na
cave da sua residência, enquanto colaborava na sua busca. Em 22 de janeiro
desfez-se dos restos mortais de María Teresa, numa lixeira em Cambrils, mas não
tardou em ser descoberto. Ángel Emilio Mayayo foi condenado a 21 anos de
cadeia, nunca explicou o motivo que o levou a cometer tão atroz crime, nem o significado
daquelas sete moedas na luva da sua vítima.”
Domingo, 29 de janeiro a ETA-Político
Militar mata em Madrid, Guillermo Quintana Lacaci, antigo capitão-general da
região militar de Madrid, atualmente na reforma. “O tenente-general na reserva
ativa Guillermo Quintana Lacaci, ex-capitão-general da região militar de
Madrid, foi assassinado a tiro por dois desconhecidos às 12h45, perto da sua
residência, situada na rua Romero Robledo, 20, em Madrid, lugar muito próximo
da sede do ministério da Defesa. (…). Quintana Lacaci, atualmente sem comando
de tropas, dirigia-se para o seu domicílio na companhia da esposa, María Elena
Ramos, de 58 anos, que ficou ligeiramente ferida numa perna (…). No decurso do
tiroteio resultou também um ferido ligeiro, o coronel aposentado Ángel
Francisco Gil Pachón, de 64 anos, que passava no lugar dos acontecimentos. Os
autores dos disparos fugiram num automóvel Renault 18 de cor branca, em que se encontrava
outras duas pessoas, uma dela ao volante. O casal Quintana regressava a pé e
sem escolta ao seu domicílio, situado num bairro de vivendas militares, depois
de assistir à missa do meio-dia na paróquia de Cristo Rey, hábito que cumpria
todos os domingos à mesma hora. (…). Quando se aproximava da porta n.º 20 da
rua Romero Robledo, especificamente entre os números 16 e 18, duas pessoas,
segundo a versão policial, que traziam pistolas, começaram a disparar contra o
militar, pela frente e à queima-roupa. No total foram encontrados 13 cartuchos
de 9 mm Parabellum, marca Geco, munição habitualmente utilizada pela ETA Militar.”
[7] “A organização basca responde assim aos recentes
acontecimentos no sul do País Basco francês, onde se refugiam a maior parte dos
seus dirigentes: primeiro foi a morte do dirigente etarra ‘Txapela’, por
desconhecidos, ação mais tarde reivindicada por uma organização até então
desconhecida, os Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL) que, segundo se
especula, poderão ter ramificações parapoliciais [8].
Depois foi a ‘transferência’ de dirigentes da ETA Militar do sul de França,
entre os quais seis foram deportados para o Panamá, numa colaboração sem precedentes
das autoridades francesas com a polícia espanhola. Finalmente, a publicidade
dada pelos órgãos de informação espanhóis ao regresso do exilio de membros da
ETA ‘arrependidos’, que fizeram duras declarações contra a loucura dos seus
ex-companheiros de armas.”
____________________
[1]
“O poder financeiro, o poder tecnológico, o poder cultural, o poder funcional,
são mais identificadores de cada um dos Estados, do que o velho conceito de
soberania”, Adriano Moreira, no livro “O novíssimo príncipe”. Durante a Guerra
Fria, para Adriano Moreira, o novíssimo príncipe era o militar, caído o muro de
Berlim, o mais que novíssimo príncipe é o gestor gabaritado. “Ângelo Correia
acende o cachimbo e aconchega-se no maple da Torre das Amoreiras, onde tem o escritório,
para responder, perentório: ‘É o contrário, mesmo o contrário do engenheiro
José Sócrates. Conheço-o há 30 anos e rarissimamente o vi encolerizado’.
Trabalhou com ele no partido, assistiu à sua saída da política, ajudou-o quando
precisou de emprego. Muitos veem nele o mentor espiritual do regresso do líder
ao PSD, o seu grilo falante que lhe guia a consciência. A Fomentinvest, empresa
de consultadoria na área do ambiente, viu Passos Coelho passar de seu
administrador a candidato a líder do PSD, agora com vontade - e chance - de
chegar a primeiro-ministro. Lá preparou o seu regresso aos palcos da política,
escrevendo a biografia ‘Mudar’ em dois meses, entre o trabalho de gestor
e as aulas que passou a dar na universidade. (…) ‘Era um jovem adulto. Notava-se
isso na atitude, na conversa, na maneira de estar’, lembra Rudolfo Rebelo. Álvaro Pinto,
que o conhece desde os 11 anos, confirma o quanto ‘era diferente dos jovens
da altura, marcava pela maturidade’. Tinha hábitos bem mais próprios
de um adulto do que de uma criança: ler, ouvir música, cantar ópera a partir
dos discos de vinil do pai e da sua paixão por Maria Callas. Transmitia essas
'modernices' a Álvaro, seu vizinho da frente e dos poucos amigos que fez nos
primeiros tempos em Trás-os-Montes. ‘Entretínhamos-nos a gravar debates
políticos, em casa’, diretamente para o leitor de cassetes que, depois,
reproduzia, roufenho, as vozes de adolescentes a aprender a cartilha política.
Miguel Relvas, seu vice-presidente e companheiro inseparável desde então, reconhece-lhe
os mesmos traços. ‘Sempre foi muito ponderado, estuda tudo, lê muito. Gosta de
trazer a decisão tomada, quando o momento chega’, diz. Não podiam ser mais
diferentes: ‘eu sou tipo buldózer, ele não é nada disso. É calmo,
reflexivo’. Mesmo em jovem. Mesmo com os quatro maços de cigarros que chegou a
fumar por dia. Mesmo com as noitadas regadas a álcool para aguentar. Mesmo
quando foi ‘muito excessivo, porque os tempos eram outros’, diz Relvas. Ninguém
revela manchas no passado, como se houvesse necessidade de passar um
certificado de que o líder é clean. (…).
Aos 21 anos, numa noite de copos no Botequim, conhece Fátima Padinha,
uma das Doce, a girl band que primeiro pôs o país a abrir a boca
de espanto com os decotes generosos e gestos modernaços que trazia para os
palcos. A mulher teve nele o impacto de uma bala. Não perderam tempo e passaram
do desconhecimento completo a casal para a vida. Nessa mesma noite decidem
viver juntos, apesar da notória falta de meios de subsistência nem se
ralam. O convite de Couto dos Santos para a Secretaria de Estado da Juventude
vem a calhar para acertar as contas do casal. Mas não aparenta prender-se por
dinheiro. ‘É completamente despojado’”,
no jornal Expresso, 23-09-2014.
[2]
Vive em Massamá, Portugal, o mais que novíssimo Magnífico Lourenço de Médici. “O
Pedro diz sempre a verdade”, sr. Cardoso, dono do restaurante O Comilão. “O
Pedro Passos Coelho que conheço de presidente da JSD, com 25 anos, é o mesmo
que conheço como primeiro-ministro. (…). Um não é um não. Um sim é um sim”,
Jorge Moreira da Silva. “É assustador o desapego que ele tem do poder.
Toma medidas com o maior desassombro, sem medo de agradar ou desagradar. O que
ele nunca coloca em cima da mesa é saber se a sua decisão lhe pode custar ou
não o lugar”, Marco António Costa. “Não precisamos de adivinhar para saber qual
é o rumo que o primeiro-ministro está a seguir. Ele é assim. Com ele sabemos
para onde é que o país vai”, Pedro Santana Lopes. “Do ponto de vista da atitude
política, Passos Coelho é o mais sá carneirista de todos os líderes do PSD a
seguir a Sá Carneiro. Do ponto de vista do rigor, do sentido de
responsabilidade, do afastamento da emoção, da influência, Cavaco Silva e
Passos Coelho têm parecenças”, Luís Montenegro. “Mas até os mais bem-educados
rebentam. E ele é sempre igual. É impressionante”, Francisco Pinto Balsemão. “Eu
hoje não tenho dúvida que já identifiquei essa característica em Pedro Passos
Coelho, essa característica em que Pedro Passos Coelho está acima de quase
todos, e que faz dele um grande líder político: é a sua capacidade
sobre-humana de manter a calma e o controlo nos momentos mais difíceis. Aliás,
de uma forma singular, quanto maior a pressão, maior a sua calma”, Carlos
Moedas. “É o português mais bem preparado para exercer as funções de
primeiro-ministro nos próximos cinco anos em Portugal”, Luís Montenegro. “Toda
a maneira de estar dele, de comunicar, me intrigava desde que foi nomeado
primeiro-ministro”, Sofia Aureliano. “É zero materialista. Tem ar de lisboeta,
mas alma de transmontano. (…). Guia o seu velho Opel Corsa, passeia os cães,
fala com as vizinhas, sente-se bem na tasca. Não é dado a luxos, não liga nada
a isso”, Ângelo Correia. “Ele era muito atento às filhas, muito preocupado com
fazer programas com elas, levar ao cinema, ir ao teatro, abdicava de fazer
coisas para estar com as miúdas, por causa do banho e do jantar. E eu dizia: este
homem não existe”, Laura Passos Coelho.
O primeiro-primeiro-ministro de
Portugal tem uma vida tão rica que de duas em duas semanas é publicada uma
biografia pelo exigente mercado editorial nacional para acompanhar. Pedro
Passos Coelho em si maior: “A vida política representou para mim, mais do que
uma vez, um interesse bastante absorvente. Estive em lugares dirigentes da JSD
e do PSD durante vários anos, estive mesmo oito anos com deputado e quase
outros oito na vida autárquica, embora acumulando com outras funções na vida
privada. Fundei também, juntamente com outras pessoas, alguns movimentos como o
‘Pensar Portugal’ e a ‘Plataforma Construir Ideias’. Porém, a vida política
esteve sempre longe de esgotar o meu interesse, que se repartiu ao longo da
vida por muitas áreas, incluindo a economia e a gestão, a matemática, a
história e a arte, a música e o canto, entre outros”, na revista Tabu, incluída
no jornal Sol n.º 456, maio 2015.
[3]
Concomitantemente, Jean-Luc Godard “desinteressa-se dos estudos e reprova o
bacharelato em 1947.”
[4]
A música musica todos atos portugueses, Tony Carreira é
incansável na sonorização da banda sonora quotidiana, no trabalho, no lazer,
nos assuntos do coração, nos atos solenes, soleniza-se a folha da pauta. Nos congressos
do Partido Socialista, a entrada do secretário-geral na sala, combóia a efusividade
dos congressistas a irrupção canora de uma cassete gravada. Em 1995, António
Guterres, introdutor desta modinha de irromper, irrompeu com a música “Conquest of Paradise”,
de Vangelis, da banda sonora do filme “1492: Conquest of Paradise”. Em 2004,
José Sócrates irrompeu com a faixa “A batalha”, da banda
sonora do filme “Gladiador”, de Lisa Gerrard e Hans Zimmer. Em 2011, António
José Seguro irrompeu com o genérico da série de TV “Norte e Sul”, de Bill
Conti. Em 2014, António Costa irrompeu com a “Abertura do Festival
Académico”, de Johannes Brahms.
[5]
“Diz-se que o romance favorito da Sra. Thatcher era ‘O dia do chacal’, de
Frederick Forsyth, que é uma história de uma imaginária tentativa de assassinar
Charles De Gaulle.” “No Reino Unido, ao longo destas últimas décadas,
habituámo-nos a políticos que procuram consenso. Thatcher não era assim. Ela
foi uma ideóloga e uma profeta.” “Ainda não sabemos se Thatcher é
significativa enquanto indivíduo ou se foi apenas um recipiente vazio para onde
a História se deixou verter.” “Não eram introspetivos, mas orientados para a
ação. Cromwell era
flexível, pragmático, cosmopolita, enquanto Thatcher era rígida, muito agarrada
aos seus princípios e insular. Cromwell era um génio. Thatcher era enérgica,
teimosa e determinada, mas, em vários aspetos, muito normal. Sem dúvida que
isso explica o apelo que tinha junto dos eleitores”, Hillary Mantel, autora do
livro “O assassinato de Margaret Thatcher: 6 de agosto de 1983”: “Imagina o que
poderia ter sido um atentado contra a Dama de Ferro, na altura à frente do
executivo conservador que governava a Inglaterra. Uma mulher abre
inadvertidamente a porta a um homem que se faz passar por canalizador mas é na
realidade um sniper do IRA. O homem
tem um objetivo bem definido: colocar-se na janela das traseiras, virada para
um hospital onde Thatcher foi sujeita a uma cirurgia oftalmológica e de onde
sairá em breve (segundo as informações de uma enfermeira cúmplice), montar a
arma, fazer mira, disparar a bala mortal. A história é narrada pela dona da
casa, a fútil mulher burguesa que começa por confundir o operacional do
Exército Republicano Irlandês com um paparazzi
(sic), até ver as ‘as peças metálicas’ que ‘mesmo uma ignorante como eu sabia
não fazerem parte do material de um fotógrafo”, na revista E do jornal Expresso
n.º 2211.
Os números desmentem o mito
que na era Thatcher a economia britânica floresceu: o crescimento médio anual
do PIB foi de 2,3 %. No governo de Tony Blair cresceu 2,5 %. Margaret Thatcher
demonstra que líderes com demência,
ou outra doença mental, são fulcrais para a produção de teoria política e
económica e criação de fanáticos groupies.
“O primeiro sinal de que Margaret Thatcher estava a perder o seu extenso
domínio dos assuntos internacionais surgiu pouco depois das eleições de 1997,
que terminaram 18 anos de governo conservador e trouxeram ao poder Tony Blair.
Como primeira-ministra, ela, como era público, subsistia com quatro horas de
sono por noite e o ritmo nunca abrandou depois da sua queda do poder, sete anos
antes. Ela tinha enorme procura no circuito internacional de palestras, a
viajar pelo mundo promovendo a sua filosofia do mercado livre. Então,
abruptamente, no final de 1996, os seus assessores detetaram uma fragilidade
mental anómala na Dama de Ferro. Ela começou a repetir-se nos debates. Mas não eram
apenas os seus famosos poderes mentais que estavam a diminuir. Lady Thatcher estava também com
dificuldades de audição. Só aos íntimos foi permitido saber que havia algo de
errado nela.”
[6]
“O então ministro do Trabalho, Saúde e Segurança Social, Jesús Sancho Rof, numa
intervenção televisiva patética, descreveu a doença com a frase: ‘O mal causa-o
um bichito. É tão pequeno que, se cai da mesa, morre’. A teoria do bichito
(micoplasma) e o dano pulmonar que causava a doença fez que, ao princípio, se
chamara ‘pneumonia atípica’. Quando se constatou que a porta de entrada da
doença não era respiratória, mas digestivo-alimentar, oficialmente se anunciou
que se devia à ingestão de azeite de colza desnaturado com anilina, distribuído
através de venda ambulante, segundo decretou em 1989 o Supremo Tribunal, que
condenou pelos factos os industriais responsáveis pela distribuição e
comercialização deste tipo de azeite. Nem todos acreditaram nesta versão.
Por exemplo, os médicos Antonio Muro Fernández Cavada e Luis Frontela Carreras,
pensavam que as mortes não foram causadas pelo azeite de colza desnaturado, mas
por um pesticida – um nematicida organofosforado – fabricado pela multinacional
alemã BAYER, o Nemacur. A empresa alemã IG Farbenindustrie AG (Interessen
Gemeinschaft Farbenindustrie AG) era um conglomerado de empresas do setor
químico, que durante a época da Alemanha nazi fabricou o inseticida Zyklon B,
de infausta memória. No final da guerra, o conglomerado foi dividido em várias
empresas. As mais conhecidas são BASF, AGFA e a já citada BAYER. A própria
BAYER viu-se obrigada a reconhecer no início de 1987, que colocou no mercado um
fármaco coagulante (o fator VIII, para o tratamento da hemofilia), que tinha
atuado como veiculo de transmissão do VIH, o vírus da sida, uma doença que, de
acordo com certos investigadores – como Jacob
Segal (alemão) e John Seale (inglês) – tem uma origem artificial e é
produzido pela combinação dos vírus Maedi-Visna, que afeta as ovelhas, e o
vírus humano da leucemia das células T (HTLV1). Em suma: é uma arma biológica
produzida em laboratório.”
[7]
“Iñaki Rekarte é um dos membros da ETA, que conseguiu a liberdade em novembro
de 2003, ao aplicar-se a sentença do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos que
revogou a aplicação retroativa da doutrina Parot”,
“que permitiu mantê-los na prisão para além da data de saída, prevista no
Código Penal de 1973, a que foram condenados.”
“Iñaki Rekarte nasceu em Irun, em 1971, geria uma taberna em Navarra, e é um
assassino. Em 1992, era o chefe do Comando Santander da ETA e o encarregado de
apertar o botão que fez saltar pelos ares, em 19 de fevereiro desse ano, um
carro-bomba à passagem de uma carrinha da polícia no bairro de Albericia, que
acabou com a vida de três pessoas. [“Os falecidos são um casal de habitantes do
bairro e um trabalhador do hospital Marqués de Valdecilla, situado nas
imediações. Entre os feridos estavam dois agentes que viajavam no veículo
policial e 15 transeuntes que passavam no local da explosão, um estacionamento não
urbanizado no chamado cruzamento de Albericia, a uns 300 metros do Quartel
General do Corpo Nacional de Polícia”].
Queria matar polícias mas não conseguiu. Tinha 20 anos. Foi condenado a 203
anos de cadeia. Esteve 21 anos privado de liberdade. ‘A maioria dos membros da
ETA éramos os mais burros dos nossos bairros, poderíamos ser qualquer coisa,
mas, asseguro-te, que nada de bom’, declara Rekarte. ‘Fomos uma quadrilha de loucos,
capazes de matar desconhecidos. Arrepender-me-ei toda a vida.” “A sua entrada
na organização não foi nada protocolar: ‘Não existiu reunião alguma. Ao meu
amigo Juanra e a mim deram-nos um papel com um desenho no qual se explicava
como fazer bombas e vários explosivos’. As ordens eram simples, ‘matar os
inimigos, especialmente polícias e guardas civis.”
[8]
“Entre as ações admiráveis de Aníbal, alinha-se esta: possuindo exército muito
numeroso, composto de homens de todas as nacionalidades e idades e lutando em
terras alheias, não apareceu jamais nenhuma disputa em seu seio, nem com
respeito ao príncipe, tanto nos bons como nos tempos adversos. Tal facto não
deve ser atribuído senão à sua inumana crueldade, a qual, de permeio a infindas
virtudes, o tornou sempre venerado e terrível no entender de seus soldados.
(…). E para deixar provado que as outras virtudes, por elas mesmas, não seriam
bastante, tome-se por exemplo a Cipião, homem extraordinário, não apenas nos
seus tempos, mas ainda na memória dos fatos que a história registra, cujos
exércitos se revoltaram quando na Espanha; e este fato encontra sua explicação
na sua excessiva bondade que dera aos soldados mais liberdade do que convinha à
disciplina militar”, Maquiavel, “O Príncipe”.
No século XX, a crueldade do
príncipe será substituída por mentir com convicção na TV. “Felipe
González fundou os GAL (Grupos Antiterroristas de Liberación). ‘Estava por
detrás de tudo’, disse [04-04-2011] com toda a frontalidade e sem hesitar um
segundo, José Amedo. E fê-lo na Audiencia Nacional durante o último julgamento
dos GAL, pelos ataques com rajadas de metralhadora contra os bares Batxoki de
Bayona, causando cinco feridos graves, entre os quais duas meninas e quatro
dias depois no Consolation, em San Juan de Luz (França), em fevereiro de 1986, [para
os quais José Amedo e Michel Dominguez contrataram três mercenários
portugueses, António Jorge Ferreira Cisneros, Paulo Figueiredo Fontes e Rogério
Carvalho da Silva],
que se realiza 25 anos depois, apesar de a investigação estar encerrada há uma
década. O único acusado é Miguel Planchuelo, então chefe da Brigada de Informação
da polícia de Bilbao, para quem a acusação pede 114 anos de cadeia por seis
delitos de tentativa de assassinato e pertencer um grupo armado [foi absolvido].
(…). Amedo,
subinspetor da polícia, condenado em 1991 a 108 anos de cadeia por ambos os
atentados, de que resultaram meia dezena de feridos, finalmente decidiu, quando
os delitos já estão prescritos, indicar o nome e apelido do ex-presidente
socialista Felipe González, sobre quem sempre recaiu a suspeita de ser o ‘X’ do
GAL. ‘A decisão para atuar em França não foi policial’ declarou o ex-polícia,
ilibando de passagem Planchuelo. ‘Mas exclusivamente política. Foi uma decisão
de Felipe González, do señor José
Barrionuevo e do señor Julián
Sancristóbal (ex-ministro do Interior e ex-governador civil de Biscaia,
respetivamente).”
Felipe González, como bom
príncipe século XX, nega na TV ser o señor X. Para quem não sabia nada do assunto, o socialista
estava bem informado. Em 7 de novembro de 2010, declarava numa entrevista ao El
País: “Há muito que não estou no poder, mas vou dizer-te uma coisa que talvez
te surpreenda. Todavia, nem sei se fiz bem ou se fiz mal, não te estou a expor
um problema moral, porque ainda não tenho a certeza. Tive uma única
oportunidade na vida de dar uma ordem para liquidar toda a cúpula da ETA. Antes
da queda de Bidart, em 1992, [a 29 de março é presa a cúpula da ETA, Francisco
Múgica Garmendia, alias ‘Pakito’, José Luis Álvarez Santacristina, ‘Txelis’, e
José María Arregui Erostarbe, ‘Fiti’ ou ‘Fitipaldi’, num chalé de Bidart, em
França],
queriam estragar os Jogos Olímpicos, ter projeção universal… Não sei quanto
tempo antes, talvez em 1990 ou 1989, chegou até mim uma informação, que tinha
que chegar até mim pelas implicações que tinha. Não se tratava de umas
operações rotineiras de luta contra o terrorismo: a nossa gente tinha
descoberto, não digo quem, o lugar e o dia de uma reunião da cúpula da ETA no
sul de França. De toda a direção. Operação que estava a ser seguida há muito
tempo. Localiza-se o lugar e o dia, mas a possibilidade que tínhamos de
detê-los era zero, estavam fora do nosso território. E a possibilidade de que a
operação se fizesse em França naquela altura era muito escassa. Agora teria
sido mais fácil. Mesmo que tenham sido os nossos serviços a descobrir, se se
reúne a cúpula da ETA numa localidade francesa, a França cai-lhes em cima e
prende-os a todos. Naquela época, não. Naquela época só havia a possibilidade
de explodi-los todos juntos na casa em que se iam reunir.”
“O poder não é força bruta, mas
tampouco é honesta delegação de vontades individuais, como se elas pudessem
anular a sua diferença. Quer seja hereditário ou novo, ele é sempre descrito no
‘Príncipe’ como questionável e ameaçado. Um dos deveres do príncipe é resolver
as questões antes que se tornem insolúveis pela emoção dos súbditos. Dir-se-ia
que se trata de evitar o despertar dos cidadãos. Não há poder com fundamento
absoluto, há apenas uma cristalização da opinião. Ela tolera, ela toma como
adquirido o poder. O problema é evitar que este acordo se decompunha, o que se
pode fazer em pouco tempo, independentemente dos meios de coerção, passado um
certo ponto de crise. O poder é da ordem do tático. Os homens deixam-se viver
no horizonte do Estado e da lei enquanto a injustiça não os torna conscientes
do que ambos têm de injustificável”, Merleau-Ponty, em “Note
sur Machiavel” (pdf). Numa nova era de conservação do poder, a palavra dos
líderes, a sua transparência, a sua veracidade, só é confirmável, passando-os
por interrogatórios
da CIA, numa das suas “prisões pretas”, alugadas a governos falidos europeus, e
não em testemunhos perante parlamentos ou comissões. - “Screwed Up In Detox” (2009)
♪ “Darkness Fall”
(2009) ♪ “Mental Crisis”
(2009) p/ Klobbermeister.
“Juntados pelo seu gosto por filmes de terror, Roxx Popinoff, Kount Kornelius e
Thurmos Maximus formaram os Klobbermeister no final dos anos 80. Rapidamente
tornaram-se a primeira banda de metal
/ horror punk. Após Thurmos Maximus ter legalmente morrido a segunda vez, os
Klobbermeister separaram-se para prosseguir projetos a solo e iluminação
espiritual. Falhando em ambos, os membros originais refizeram os Klobbermeister
em 2006, com o acréscimo de Cardinal Synn e Vlad the Inhaler.”
na sala de cinema
“Inseminoid”
(1981), real.
Norman J. Warren, c/ Robin Clark, Jennifer Ashley, Stephanie Beacham, Judy
Geerson … estreado sexta-feira, 4 de março de 1983 no cinema Éden. “Uma equipa
de arqueólogos interplanetários do projeto Xeno é ameaçada quando uma criatura
alienígena fecunda com uma nhanha verde um dos seus membros, Sandy, fazendo-a
tornar-se homicida e assassiná-los um a um.”
“Inseminoid
trata de uma equipa de arqueólogos que examina uma rede subterrânea de cavernas
num planeta remoto. Eles encontram algumas formações de cristais bizarras e
algumas inscrições nas paredes das cavernas, que parecem apontar para uma
civilização avançada, que foi extinta há muito tempo. A atmosfera do planeta é rigorosa
e extremamente fria apesar dos dois sóis que o orbitam. Um dos membros da
tripulação, Ricky (David Baxt) fica um pouco maluco, quando é exposto aos cristais
através de um corte no braço e, aparentemente, está sendo controlado por algum
tipo de inteligência que o força para os cristais. Ele tenta abrir a fechadura
das portas de entrada e saída para tornar o ar tóxico para todos os outros, mas
é travado por um arpão que por acaso estava por ali. Algum tempo após o seu
enterro, mais dois membros da tripulação aventuram-se em recolher mais alguns
cristais para estudo, quando são atacados por uma criatura alienígena. Um deles
é chacinado pela criatura, mas o outro, Sandy (Judy Geerson), é levada para uma
espécie de câmara onde é inseminada pelo alienígena.” [1] “Animali
Metropolitani” (1987), último filme realizado por Steno, c/ Donald
Pleasence, Senta Berger, Ninetto Davoli, Maurizio Micheli, Maurizio Ferrerini, Mara Venier, Enzo
Braschi, Leo Gullotta, Karina Huff, Sofia Lombardo … “Ano
2300: uma turma de atentos e educados símios assiste, na Universidade de
Buffalo, a uma conferência dos professores Scimmia e Orango sobre o tema ‘O
homem e o macaco’. Os dois demonstram que é o macaco a descender do homem e,
para confirmá-lo, projetam um documentário intitulado, precisamente, ‘Animais
metropolitanos’, no qual o professor Livingstone e a sua assistente, mrs. Abbot,
examinam o comportamento na Roma do século XX.”
“Primeira parte do filme, em torno do 20.º minuto. Estamos num restaurante imaginário
All’Abboffata dei Cesari.
Que, com empregados vestidos como romanos antigos e fundo musical da sociedade
dos grandes comedores, um dos autodenominados ‘pesquisadores’ dos usos e
costumes romanos, analisa um rigatoni
com uma lupa. Chega o dono, um tal Nerone: Então, forasteiros, digam-me a
verdade, esta carbonara é ou não é o fim do mundo? Responde o
professor-pesquisador: Devo terminar ainda o meu exame, mas posso antecipar que
a alimentação destes animais metropolitanos é tal capaz de estimular o meu
palato… até quase, quase a degustação.”
“Megaforce”
(1982), real. Hal Needham, c/ Barry Bostwick, Michael Beck, Persis Khambatta [2] … estreado na sexta-feira, 25 de novembro de 1983 nos
cinemas Alvalade e Éden. “História acerca de uma unidade de intervenção rápida que
é posta em ação sempre que a liberdade está ameaçada.” “A história envolve dois
países fictícios: a pacífica República de Sardun e o seu agressivo vizinho
Gamibia. Incapaz de se defender por si própria de uma invasão gamibiana, Sardun
envia a major Zara (Persis Khambatta) e o general Edward Byne-White (Edward
Mulhare) pedir ajuda à Megaforce – um exército mercenário secreto composto por soldados
da fortuna de vários países, equipado com armas e veículos avançados. O líder
da Megaforce, o comandante Ace Hunter (Barry Bostwick), aceita a missão de paz
quando descobre que o seu rival e ex-amigo da academia militar, Duke Guerera (Henry
Silva), está a comandar a invasão gamibiana.” Curiosidade: “Os
produtores contactaram as autoridades militares para cooperarem na conceção dos
veículos militares usados nas batalhas, as autoridades recusaram. Quando o
filme foi lançado, as mesmas autoridades ficaram tão impressionadas com os
veículos, que pediram aos produtores os planos. Os produtores cooperaram.” “Giovani,
Belle... Probabilmente Ricche” (1982), real. Michele Massimo
Tarantini, c/ Gianfranco D’Angelo, Nadia Cassini, Carmen Russo, Olinka Hardiman
[3], Michele Carmine … “Claudia, Rita e Caterina
são três amigas que vivem numa pequena cidade italiana de província e,
aparentemente, levam uma vida de mulheres casadas limpa e respeitável. Um dia,
elas são convocadas pelo escritório do notário público e são informadas que
Anna, uma das suas colegas no liceu, que ganhou má reputação como ‘puta’ na
cidade por causa delas e foi forçada a sair, morreu. Entretanto, ela tinha
acumulado uma grande fortuna no estrangeiro e decidiu legá-la a elas. Contudo,
tem uma estranha condição: Claudia, Rita e Caterina devem trair os maridos no
prazo de três dias e fornecer provas fotográficas ao notário ou então a herança
será doada a uma casa de repouso.”
“Lust for
Freedom”
(1987), lançado pela Troma, real. Eric Louzil, c/ Melanie Coll, William J.
Kulzer, Judi Trevor … “Algures… no meio de nenhures, há uma cidade tão sinistra
que os visitantes que ousam cruzar as suas fronteiras para sempre se perdem num
pântano de corrupção. Criminosos, mafiosos e inadaptados gerem a cidade e
visitantes inocentes tornam-se suas escravas. Elas são atiradas numa prisão
decrépita infestada de ratos onde são violadas, torturadas, brutalizadas e
obrigadas a praticar todo o tipo de inomináveis e perversos atos. Tudo isto
muda quando Gillian Kaites chega à cidade. Gillian é bonita e sensual, resistente
e forte e ferozmente independente. Depois de testemunhar a morte violenta do
seu namorado num tiroteio policial, Gillian decide sair da cidade. Ela procura
paz e sossego, mas atravessa as colinas que abrigam o horror e a violência.” “Let’s Talk About Sex” (1982), real. Paul
Vatelli, c/ Bridgette Monet (enfermeira), David Cannon (intruso), Patricia
Manning (madrasta), introducing Tina
Ross (Tina) [4], with Julie Parton (moça da t-shirt amarela) [5] … estreado segunda-feira, 7 de julho de 1986 no cinema mais
confortável de Lisboa, o Olimpia. A empresa Dial-a-Fantasy satisfaz através do
telefone os impulsos libidinais dos seus clientes. Masculinos: violar uma
enfermeira, comer a madrasta, ver as duas amigas do patrão (Julie Parton e Mona
Page) mamarem-se uma à outra molhando ele o bico também, foder a operadora da
linha erótica; ou femininos: masturbar-se imaginando-se a beber o sumo de ostra
de outra mulher.
___________________
[1]
Há inseminações e inseminações, a pior é “Torturous Impregnation by
Fecalized Insemination” (2006), p/ Guttural Secrete: “Worn, asshole is
puckered, worn… easily I slide my cock in Warm… anal walls leaking, shit… /
gradually spills from her ass. No vagina for me only rectal decimation of her
most / intimate of areas. Her asshole pulsates as I drive my meat stick deeper,
tearing her, / Inner walls, ejaculating inside the shit stained cavity.
Wretched semen spreads throughout / her intestinal tract, Coating the inside of
her completely. My semen have found their mark, penetrating her egg to begin
transformation, Rectal vomitous seed, Injected from the rear / it's only the
beginning, Of the pain she will endure. From the thing that grows inside / of
her that must feed. Umbilical food supply gone. The taste that it craves is its
/ whore of a mom, Victimized through… Torturous impregnation by fecalized
insemination.” (“Gasto, o buraco do cu é enrugado, gasto… facilmente deslizo a
minha piça em quentes… paredes anais vazando, merda… / gradualmente derrama do
seu cu. Nada de vagina para mim apenas dizimação retal das suas mais / intimas
áreas. O seu buraco do cu pulsa enquanto movo o meu rolo de carne mais fundo, rasgando
as suas, / Paredes interiores, ejaculando dentro da cavidade suja de merda.
Miserável sémen espalha-se através da / sua região intestinal, Revestido o seu
interior completamente. O meu sémen encontrou o seu alvo, penetrando o seu ovo
para começar a transformação, Nauseabunda semente retal, Injetada por trás / é
só o começo, Da dor que ela vai suportar. Da coisa que cresce dentro / dela que
tem de se alimentar. Fornecimento umbilical de comida foi-se. O gosto que ele
deseja é a sua / puta de mãe, vitimizada através… Tortuosa impregnação por inseminação
fecal.”).
[2]
Persis
Khambatta
(2 de outubro de 1948 / 18 de agosto de 1998), aos 17 anos foi Miss India
1965. Modelo e atriz rapou o cabelo para entrar no mercado americano, como a piloto
Ilia, do planeta Delta IV, que
em meados de 2270 serviu a bordo do USS Interprise, sob o comando do capitão
James T. Kirk, no filme “Star Trek: The Motion Picture” (1979), estreado
sexta-feira, 21 de março de 1980 nos cinemas Berna, Éden e Montecarlo (av.
Pedro Álvares Cabral, 37), e no Porto nos cinemas S. João e Passos Manuel. Os
deltanos não têm pelos, exceto sobrancelhas e pestanas, assim Persis rapou o cabelo.
[3]
Olinka Hardiman, 1,71 m, 55 kg,
84-66-86, olhos azuis, cabelos loiros, nascida a 16 de janeiro de 1960, na Provence-Alpes-Côte
d'Azur, t.c.c. Marilyn Lamour, Marilyn Mitchell, Mary Monroe, Olinka Massloff,
Olinka Petrova, Olinka Petrowa, Olinka Petrowna, Olinka Richter, Olinka Wilde,
Olinka Zlotsky, Olivia Link. “Deusa loira, a atriz porno Olinka Hardiman foi a
pirolítica rainha do hardcore
elegante europeu dos anos 80, alcançando fama numa série de filmes 1.º escalão,
produções francesas, alemães e italianas, que a lançaram como uma depravada sósia
de Marilyn Monroe. Provavelmente, muitos homens ao crescerem nem sequer se
deram conta que os filmes de Olinka eram, na verdade, hardcore, visto que foram mostrados frequentemente como versões
cortadas softcore no horário noturno
da TV, especialmente em países europeus como França e Alemanha.” {site} Olinka
estreou-se em “Bloodline”
(1979), real. Terence Young, embora a sua cena (de morta) tivesse sido cortada,
este contratempo não a inibiu de ter um invejável palmarés: “Marylin
geht nach Cannes / Emmanuelle à Cannes” (1980), real. Jean-Marie Pallardy ■
“Neiges brûlantes
/ Wenn Mädchen heiß den Frühling spüren” (1981), real. Michel Lemoine t.c.c.
Michel Leblanc ■ “Sechs
Schwedinnen auf Ibiza” (1981), real. Gérard Loubeau ■ “Marilyn - Wild und unersättlich / L'amour
aux sports d'hiver” (1981), real. Michel Lemoine ■ “Prision
très especiale pour femmes” (1982), real. Gerard Kikoïne ■ “Heißer
Sex auf Ibiza” (1981), real. Gérard Loubeau ■ “Fantasmes
de femmes
/ Exzesse in der Schönheitsfarm” (1983), real. Michael Goritschnig t.c.c.
Michel Jean ■ “La
Maison des milles
et un plaisirs”
(1984), real. Michel Lemoine ■ “Inside Marilyn”
(1985), real. Walter Molitor ■ “Ein
Sommer voller Leidenschaft / L'été les petites culottes s'envolent” (1986),
real. Michel Lemoine.
[4]
Tina
Ross, olhos e cabelos castanhos, nascida a 1 de janeiro de 1964, morreu em
1984 num acidente de viação, t.c.c, Laurien Wilde, Tina Ronie, Lauren Wild,
Kresten Boyd, Tina Ronnie, Tina Ashley, Christy Boyd, Lauren Summers,
Bernadette Farrar. Falecida aos 23 anos, Deus consentiu que incluísse no seu
palmarés os clássicos: “Bubble
Gum” (1983), real. Damon Christian ■ “Tomboy”
(1983), real. Henning Schellerup ■ “Golden Girls”
(1983), real. Alan Everett.
[5]
Julia
Margaret
Parton, 1,63 m, 52
kg, 86-56-86, sapatos 37, olhos verdes, cabelo castanho, nascida a 4 de julho
de 1964 em Louisville, Kentucky, t.c.c. Julie Parton, Joyce Patrick, June Bower,
Rachel Wells, June Bauer, Gaye Gibson, Rachel Welles, Nina Alexander. “Ela
tornou-se quase instantaneamente uma das mais cobiçadas estrelas da então em
crescimento indústria do vídeo hardcore
de Hollywood, e com o seu aspeto de supermodelo e espantoso corpo roliço, é
fácil perceber-se porquê. Nina Alexander, como era conhecida na época, trouxe
um erotismo terreno aos seus papéis e era acertadamente contratada como
sedutora sexual de primeira ordem. O estrelato parecia assegurado, mas Nina
Alexander abandonou a indústria quase tão rapidamente como chegara. Ela fez um
regresso ao porno em 1990, na onda da revelação pública de que ela era, de
facto, uma prima afastada da supervedeta da música country Dolly Parton. Nina Alexander mudou o seu nome para Julia
Parton, e regressou ao hardcore com
um papel em ‘Night
Trips 2’. Julia Parton, neste retorno ao porno, restringiu-se à cena
lésbica, mas isso não a impediu de ser, mais uma vez, uma das mais faladas
atrizes porno no momento. A sua sensualidade sufocante e a sua famosa
genealogia conseguiu-lhe bastante trabalho nesta segunda volta. Julia Parton
abandonou outra vez a cena porno em 1994 para se concentrar numa florescente
carreira de strip. Ela tem mais de 50
ardentes produções
fotográficas
para ser recordada.”
Julia
Parton tem um invejável palmarés sustentado: “Golden Girls Film
86” (1982), real. Michael Carpenter ■ “Kitten's
Big Challenge - Kitten Vs. Nina” ■ “Centerfold
Screen Test” (1986), real. Buck Adams ■ “The Naked
Detective” (1996), real. Ernest G. Sauer ■ “Casa Bianca”
(1999), real. Jerome Tanner ■ “Passion
Before Midnight” (2003), real. Stan Allen ■ “Heavenly
Hooters” (2003), real. David Christopher.
no aparelho de televisão
“Anos
Dourados” (1986), minissérie brasileira escrita por Gilberto
Braga, que substitui o “Roque Santeiro”, transmitida de segunda a sexta pelas
20h15 na RTP 1, de quinta-feira, 4 / quarta-feira, 31 de agosto de 1988. “No
bairro carioca da Tijuca no final da década de 1950, o amor dos jovens Lurdinha
(Malu
Mader) e Marcos (Felipe Camargo) tem de enfrentar diversos obstáculos para
prosseguir, principalmente os de ordem moral, apresentados pelos conservadores
pais de Lurdinha, Dr. Carneiro (Cláudio Corrêa e Castro) e Dona Celeste (Yara
Amaral). A trama conta também o romance da desquitada Glória, mãe de Marcos -
vivida por Betty Faria, com um homem casado, o major Dornelles (José de Abreu),
que vive com Beatriz (Nívea Maria) um casamento fracassado.” “Romantismo era a
palavra-chave dessa trama, que tinha como protagonistas Lurdinha e Marcos, dois
jovens que se apaixonaram à primeira vista. Ela era uma normalista, estudante
do Instituto de Educação, uma moça tímida, submissa e muito doce. Ele, aluno do
tradicional Colégio Militar, um rapaz íntegro e puro. Os dois conheceram-se
durante um baile e dançaram ao som das grandes orquestras, rosto no rosto, com
a música de Billy Eckstyne (‘I Apologize’), mas
também dançaram ao som de ‘Anos dourados’ (‘Parece que dizes / Te amo, Maria / Na
fotografia / Estamos felizes / Te ligo afobada / E deixo confissões no gravador
/ Vai ser engraçado / Se tens um novo amor / Me vejo a teu lado / Te amo? Não
lembro / Parece dezembro / De um ano dourado / Parece bolero / Te quero, te quero...
/ Teus beijos nunca mais’), de Tom Jobim”.
Lurdinha e Marco somente dançaram a música, conta Chico Buarque: “‘Anos
Dourados’ era um seriado de televisão, e pediram a música pro Tom e o Tom me
pediu pra fazer a letra. Aí o Tom fez a música e aí entrou o seriado no ar.
(…). A letra não saía, aí o Tom falava, escuta vai entrar no ar, o Tom ligou,
olha entrou no ar, Chico segunda semana, quando saiu do ar, eu consegui fazer a
letra.” {1.º
episódio}. “Jessica
Novak” (1981), c/ Helen Shaver [1],
transmitida aos domingos, na RTP 1, pelas 21h25, de 8 de janeiro / 19 de
fevereiro de 1984. “Jessica é uma jornalista da KLA-TV. Assistimos ao
alinhamento do telejornal lá do sítio: primeiro o naufrágio de um petroleiro. A
seguir uma conferência de imprensa oficial. Em quarto lugar, a história de uma
família destruída, a mulher abandonada, o marido que fugiu com os dois filhos, destrambelhado,
meio louco, de cabeça perdida. (…). Jessica descobre que a destruição daquela
família resultara do lay-off de que o
homem fora vítima. O homem nem sequer era um revolucionário: queria trabalhar e
queria que lhe pagassem. Tão pouco e tanto! Desesperado porque perde o pão e a
consideração social. ‘Ainda há meses – conclui Jessica – esta família era uma
família feliz: acreditava no sonho americano…’. Para nós, portugueses,
esta história assume um especial significado. Os trabalhadores
portugueses também já estão na alçada do lay-off,
para pagar uma crise que não provocaram… Não me recordo bem se as
legendas falavam do lay-off. Se não,
foi pena. Não é que eu goste de expressões estrangeiras, mas esta já entrou no
território do nosso medo” (Mário Castrim). “Coming
Through” (1985) c/ Alison Steadman, Philip Martin Brown,
Kenneth Branagh, Helen Mirren … Telefilme inglês, com o título “Vidas cruzadas”
transmitido na RTP 1, pelas 21h15, segunda-feira, 6 de julho de 1987. “Em 1912,
D. H. Lawrence e Frieda von Richthofen Weekley encontram-se, apaixonam-se e em
semanas tinham fugido. No processo, Frieda abandonou o marido e três filhos. O
seu caso chocou a sociedade. ‘Coming Through’ apresenta em duas histórias
entrelaçadas, as atitudes em relação escritor, que é, ou venerado como um
delicado moralista ou atacado como um escandaloso pornógrafo. Numa história
vemo-lo durante a sua vida na sua cidade natal de Eastwood e na segunda vemo-lo
através dos olhos de um casal moderno, que pesquisam o trabalho de Lawrence e o
seu caso com Frieda.”
“Na segunda história, Kate chega à Universidade de Nottingham para iniciar um
estudo sobre a vida e obra de D. H. Lawrence e encontra David, um jovem já
licenciado, mas desempregado, que se autoproclama um especialista na obra de
Lawrence e se oferece para lhe servir de guia… e não só. Enquanto visitam os
locais mais representativos da vida do autor, Kate vai construindo as suas
próprias ideias sobre a vida e amores de Lawrence. E será a partir daí que a
sua própria vida sofrerá uma profunda alteração.” “Head
of the Class” (1986-1991), com o título “O diretor de turma”,
série americana transmitida aos domingos na RTP 1, pelas 13h35, de 15 de maio /
11 de setembro de 1988. “A série
acompanha um grupo de alunos sobredotados do Programa Personalizado de Honra,
na fictícia Monroe High School (mais tarde Millard Filmore High School), em
Manhattan, e o seu professor substituto de História, o descontraído Charlie Moore (Howard
Hesseman). (…). Vários futuros famosos atores apareceram na série como Johnny
Depp e Brat Pitt.” “Echoes” (1988), minissérie irlandesa
transmitida às quintas-feiras na RTP 1, pelas 21h00, de 26 de janeiro / 16 de
fevereiro de 1989. “Realizada por Barbara Rennie para o Chanel 4, a minissérie
de quatro episódios tem por cenário uma pequena cidade irlandesa, na década que
vai de 1952 a 1962. A ação gira em torno de dois jovens, provenientes de
estratos sociais bem distintos e da sua paixão.” “2.º Episódio: com o início do
verão, Castlebay conhece uma agitação e uma vivacidade próprias da época. Gerry
Doyle (Stephen Holland) sente-se tão à vontade distribuindo charme e atenções,
provocando o interesse das raparigas. Caroline Nolan (Alison Doody), uma amiga
de David Power (Robert Hines), tenta conquistar a atenção do jovem fotógrafo,
mas Gerry prefere Clare (Siobhan Garahy), mais altiva e mais distante…” “3.º
episódio: na Universidade de Dublin, Clare partilha o quarto com Valerie (Eleanor
Feely) e Mary (Helena Hingston). As raparigas depressa se tornam amigas. Clare,
certa de que o seu futuro será brilhante, aproveita para se entreter com a vida
social muito variada. Depressa se apaixona por David Power, que também é
estudante em Dublin.” Último episódio: David e Clare são forçados a regressar a
Castlebay e casar. Porém, ninguém na vila parece contente com este casamento. A
mãe de David está relutante em aceitar a nova nora e Gerry acha que ela se
contentou com uma segunda escolha. Clare está determinada a continuar a estudar
em casa.” “Anne
of Green Gables” (1985), c/ Megan Follows … série
canadiana transmitida, com o título “As aventuras de Ana”, às quintas-feiras na
RTP 1, pelas 22h10, de 18 de agosto / 8 de setembro de 1988. “Anne Shirley, 11
anos, órfã, vive escravizada pela cruel família Hammond, na Nova Escócia.
Porém, quando o sr. Hammond morre, Anne é enviada para um orfanato onde,
finalmente, recebe a maravilhosa notícia de que foi adotada por um casal na Prince
Edward Island. Ao chegar à ilha, Anne é recebia na estação de comboios pelo
velho Matthew Cuthbert, que fica surpreendido por encontrar uma rapariga em vez
de um rapaz. Matthew e a sua irmã Marillia tinham solicitado um rapaz para
ajudá-los nas tarefas agrícolas, mas ele não podia simplesmente abandonar a
rapariga na estação. Matthew decide levar Anne para conhecer
Marillia, e no percurso de carruagem para casa, fica completamente encantado pela
órfã de cabelos vermelhos.”
___________________
[1]
Helen
Shaver é uma das louvadas: “Um orgasmo a mais ou a menos, realmente não
importa, pois não?” – no filme “In Praise of Older Women” (1978), real.
George Kaczender, c/ Tom Berenger, Karen Black, Susan Strasberg … “A história
desenrola-se na Hungria após a Segunda Guerra Mundial, mas o filme foi rodado
em Montreal, Canadá. (…). Andras Vayda cresce na turbulenta Hungria, devastada
pela guerra, onde fornece raparigas locais para os ocupantes soldados
americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Desiludido com as raparigas da sua
idade
conhece Maya, uma trintona casada, que lhe ensina o amor e o romance. Maya é
apenas a primeira de muitas mulheres maduras que Andras irá conhecer durante a
adolescência e juventude.”
Outra será Paula
(Alexandra Stewart).
na aparelhagem stereo
É a nova new thing, em vez do
provincial silingórnio, os funcionários de topo do Estado engrossarem a voz diretamente
para a câmara de TV, traduzindo tim-tim por tim-tim o quê da verdadeira
realidade; exemplifica o secretário de Estado dos Transportes Sérgio Monteiro:
“Eu queria fazer uma pergunta a a aos eeh eeh à direção sindical e uma
reflexão que faço em voz alta, com os portugueses. Quais são os
portugueses que têm estas condições na sua relação laboral? Muito poucos. Ora,
de que se queixam então os dirigentes sindicais do sindicato dos pilotos, que
livremente aceitaram este acordo e depois o decidiram violar?” (maio 2015).
Intervalo para publicidade, depois desta reflexão, apetece um refrigerante
espanhol sem borbulhas - “Dois
TriNaranjus de laranja” \ “Eu não sou como o outro”
\ “TriNaranjus vive a
valer” \ “TriNaranjus
vive a valer 2” \ “Com
Trina vitaminas é sempre a abrir” \ “TriNaranjus é tri natural”
\ “Bebe Trina” \ “Os Seios da Sónia!” [1] \ “Não te compliques” \ “Viva a naturalidade à mesa”.
As condições laborais vantajosas, além dos vaidosos gestores privados de topo [2], circunscrevem-se aos funcionários públicos
dotados de ferramentas tecnológicas e legislação amiga do aumento da produtividade.
“O ministério das Finanças decidiu afetar 5% das receitas com os processos de
execução fiscal ao Fundo de Estabilização Tributária (FET), que funciona como
um suplemento remuneratório dos funcionários da Autoridade Tributária e
Aduaneira (AT) para premiar a sua produtividade. Terão direito a este bónus os
cerca de 9000 funcionários do Fisco, que receberão este ano 57 milhões de euros
de complemento salarial. [Em 10 anos, o Fisco pagou 635 milhões aos seus funcionários].
A percentagem é fixada, anualmente, por portaria do titular da pasta das
Finanças, após avaliação da execução dos objetivos definidos no plano de
atividades dos serviços da AT. Segundo a portaria hoje [4 de maio 2015] publicada
em Diário da República foi ‘fixada em 5%’. A decisão é justificada na Portaria
assinada pela ministra das Finanças com ‘o profissionalismo que os
trabalhadores da AT’ e ‘o acréscimo de produtividade ocorrido em 2014’,
tudo para que fosse ultrapassado o objetivo de cobrança previsto no plano de
atividades da AT do ano passado. Em 2014, o Fisco conseguiu 1148 milhões de
euros em cobrança coerciva, ultrapassando a meta de 1,1 mil milhões de euros
estipulada, superando em 4,3% o objetivo que tinha sido fixado.”
Antes, a nova new thing
eram os Ramones e os seus concertos em Portugal, terça-feira, 23 e quarta, 24
de setembro de 1980, no pavilhão Dramático de Cascais, preço 400$00, provocaram
comoção. Luís Filipe Barros relembra: “Ontem morreu o Mark Ramone [foi o Tommy
quem morrera] dos Ramones,
um dos membros fundadores, o último dos membros fundadores dos Ramones, não é?
Morreu o Mark Ramone, e tenho uma história engraçada com os Ramones, em
Cascais, muito engraçada, nunca esperei que aquilo acontecesse. O António
Sérgio fazia o ‘Som da Frente’, acho eu, que era na minha Radio Comercial, eu
tinha o programa à tarde e ele fazia o programa à noite, e ele não podia ir ver
os Ramones,
que era a grande referência dele, tinha lançado aquilo ainda não existia o
‘Rock em Stock’, em 77, quando ele tocava aquilo. E quando eles vieram cá, no
final do concerto, virei-me p’ó Casimiro: Epá, e se a gente, já que o António
Sérgio, é meia-noite, pá, não pode vir assistir a isto, se a gente levasse lá
os Ramones, um dos Ramones, pelo menos, à Rádio Comercial? Então levei o Joey
Ramone, foi simpatiquíssimo, um tipo com dois metros e tal de altura.
Então, lembro entrarmos no carro do Casimiro, que era o organizador do concerto
e de repente eu disse-lhe: Tu vais lá pra trás, ele foi lá para trás, e de
repente só vejo duas pernas assim, os pés no para-brisas, viemos assim até
Lisboa, porque o tipo era demasiado grande”, na tvi24 em setembro de 2014.
Mais tarde, outra new thing.
Sábado, 26 de maio de 1984 “em Lisboa, a noite hoje é dedicada aos rockers portugueses. O ponto de encontro
é no pavilhão de Os Belenenses onde a partir das 22 horas se pode ouvir (e ver)
o grupo de rock britânico Echo &The Bunnymen.
À mesma hora, mas desta vez amanhã, o grupo toca no pavilhão do Clube Infante
de Sagres. Os concertos são organizados pela Zero Internacional e o Rock
Rendez-Vous.” Definia-se o vocalista, Ian McCulloch: “Mesmo nas nossas atuações
procuramos não dar uma imagem demasiado distanciada da realidade. Não nos
mascaramos, não damos pulos em cima do palco, somos naturais, ficamos ali a
tocar a nossa música e a tentar perceber o público, porque a relação com a
audiência é o mais importante num concerto. Prefiro não fantasiar, acho que é
mais honesto. Não quero que as pessoas pensem que fazemos parte de algum novo
movimento rock. Demasiadas bandas
mascaram-se para taparem a mediocridade, vestem um disfarce para ocasiões
concretas. Não somos assim, é uma questão de escolha.”
Produtividades nos anos 80:
█ “Americanos” (1989), p/ Holly Johnson. “Toda a América alimenta-se dos assim
chamados game shows, concursos de
todo o tipo, que são o maior negócio da televisão americana ao vivo. Toda a
gente agarra os sonhos de cada um e insere o grande prémio. Portanto, Holly
Johnson escolheu este tópico para o seu vídeo ‘Americanos’. Juntamente com o
fotógrafo Eric Watson, que já tinha sido responsável por alguns dos Pet Shop
Boys e pela realização de ‘Americanos’, Holly pensou num concurso ficcional
chamado ‘Solid Gold Lottery Show’, onde ele próprio interpretava o apresentador
num fato de lamé dourado. Protagonista é a típica família mexicano-americana média,
que virtualmente se gruda ao televisor durante o concurso e tem o desejo
ardente de ganhar o jackpot no jogo
de perguntas. Na letra de ‘Americanos’ Holly fala dos americanos no seu melhor:
como se tornar presidente sem um centavo, onde se pode vestir apenas blue jeans
e chinos e só beber Coca-Cola e Pepsi.” PS: a canção foi
incluída na banda sonora de “Cookie” (1989), real.
Susan Seidelman, c/ Peter Falk, Dianne Wiest, Emily Lloyd (que
venceu a depressão, as drogas, o síndroma de Tourette e o transtorno obsessivo-compulsivo)
… estreado sexta-feira, 6 de julho de 1990 no cinema Quarteto sala 3. █ “Love Missile F1-11” (1986),
p/ Sigue Sigue Sputnik. “O vídeo apresenta
muitas cenas de uma cidade futurista e referências ao ‘Terminator’, ‘Star
Wars’, ‘Star Trek’, ‘Clockwork Orange’, ‘Blade Runner’ e ‘Scarface’. O vídeo é
principalmente situado numa atuação e a banda é apresentada como organismos
cibernéticos série T-800 modelo 101. Nalguns países, censuraram a cena no carro
onde Martin Degville
coloca o silenciador numa MAC-10, que mais tarde dispara, por ter sido
considerado como uma ‘instrução sobre a utilização de uma arma de fogo’.” “Buy EMI” (1986) “Os Sigue
Sigue Sputnik tinham planos para comprar a EMI, a sua editora, e transformá-la
numa grande megacorporação que vende tudo, desde maquilhagem a cortes de
cabelo.” [3] “Confrontation”, “a
música é como uma arma no palco”, Tony James: “O slogan UltraViolence /
Designer Violence tornou-se bastante real. Estávamos agendados para tocar na
Universidade de Reading e aqueles estudantes estavam prontos para me explicar
por que eu não era tão esperto como pensava ser… com garrafas. O concerto foi
como aquela cena da Batalha de Hastings, quando as setas dos arqueiros vêm em
ondas, exceto estas eram garrafas. De entre o gelo seco e o fumo começaram a
chover garrafas.”
“Mickey Mouse Is Going To
Hell” (2003), um título tirado do livro “No Logo” de Naomi
Klein: “Claramente as técnicas de branding
prosperaram e adaptaram-se desde que publiquei ‘No Logo’. (…). Compreendi
porquê durante a leitura do romance de William Gibson, ‘Pattern Recognition’,
de 2003. A protagonista do livro, Cayce Pollard, é alérgica às marcas,
particularmente Tommy Hilfiger e o homem da Michelin. Tão forte é esta ‘mórbida
e algumas vezes violenta reação à semiótica do mercado’, que ela tem os botões
das suas jeans Levi’s raspados para
que não haja marcas registadas. (…). Decidi escrever ‘No Logo’ quando
compreendi que estas, aparentemente, díspares tendências estavam ligadas por
uma única ideia – que as empresas deviam produzir marcas, não produtos. Esta
foi a época em que as epifanias estavam a atingir os CEO como relâmpagos dos
céus: Nike não é uma empresa de ténis de corrida, é sobre a ideia de transcendência através do desporto, Starbucks
não é uma cadeia de cafés, é sobre a ideia
de comunidade. Na prática estas epifanias significavam que muitas empresas
que tinham fabricado os seus produtos nas suas próprias fábricas, e tinham
mantido, grandes, estáveis, forças de trabalho, abraçavam o agora ubíquo modelo
Nike: fechem as vossas fábricas, produzam os vossos produtos através de uma
intrincada rede de empreiteiros e subempreiteiros e consumam os vossos recursos
no design e no marketing requeridos para projetar a vossa grande ideia. Ou eles
iam pelo modelo Microsoft: manter um rigoroso centro de controlo de acionistas
/ empregados que executam o ‘núcleo de competência’ da empresa e terceirizar
tudo o resto para temporários, desde gerir a sala de correspondência ao
escrever códigos. Alguns chamaram a estas companhias reestruturadas ‘empresas
ocas’, porque o seu objetivo parecia ser transcender o mundo corpóreo das
coisas para que pudessem ser uma marca completamente solta.”
█ “Double Dutch” (1983) ♪ “Madame Butterfly”
(1984), p/ Malcolm McLaren. “Destroy
Boredom: Punk Rock and the International Situationist”: “A única forma de
criar uma exibição da situação, quer dizer, você tem de apossar-se da noção e
redesenhá-la de acordo com o seu próprio ser”, diz Malcolm McLaren. “Contudo,
‘situacionista’, definitivamente, não é um termo artístico que Malcolm McLaren
sonhou para enganar as pessoas. Vem de muitos anos antes do reino do terror do
palrante Malcolm e já tinha sido usado para um efeito muito maior. O termo
chamou a atenção de certos setores do povoléu britânico, cinco anos antes de
Malcolm McLaren tomar emprestadas algumas ideias situacionistas para os Sex Pistols [filme em
Super 8 por Derek Jarman, 1976], quando na noite de 12 de janeiro de 1971, o
país, e mais especificamente a casa de Robert Carr, secretário de Estado do
Emprego do governo de Ted Heath, foi abalada por duas explosões de bomba. A
velha Inglaterra já tinha, é claro, sentido a raiva anti-imperialista do IRA de
forma semelhante. Mas isto foi diferente. O IRA usava ataques à bomba para fins
muito específicos: tropas rua e governo local. As bombas do Carr estavam
indubitavelmente relacionadas com a sua polémica lei das relações industriais,
mas as pessoas responsáveis não faziam parte de nenhum grupo revolucionário tradicional.
Tudo o que a Special Branch tinha para prosseguir a investigação era um
comunicado da organização, chamando-se ‘rufar de tambores’. ‘A Angry Brigade –
Robert Carr apanhou esta noite. Estamos a chegar perto’. A Special Branch tinha
ouvido falar deles antes, mas sempre os descartou como anarquistas chalupas
(relativamente) inofensivos [4]. Depois das
bombas no Carr tomaram-nos mais a sério, perguntando-se se isto não era o
princípio de algo grande – a Revolução que as pessoas estavam a profetizar ao
longo dos anos 60? Os informadores da Special Branch e os arquivos sobre grupos
políticos eram inúteis. De facto, a única pista real que eles tinham era uma
lista de alvos incluídos num comunicado anterior: ‘Embaixadas, Porcos
Importantes, Espetáculos, Juízes, Propriedade’. O terceiro termo a partir do
fim, ‘Espetáculos’, intrigou um empreendedor sargento da Special Branch, que
começou a visitar livrarias libertárias e a peneirar revistas e literatura
marginal. O empreendedor sargento da Special Branch descobriu que a palavra ‘Espetáculo’
era um slogan vulgar, usado por um grupo sedeado em Paris conhecido como
Situacionistas, para descrever o capitalismo, o Estado, a girândola toda.
Inspirados tanto nos surrealistas e dadaístas como em Marx e Bakunine, o ponto
de partida dos situacionistas era que o movimento operário original tinha sido
esmagado pela burguesia no ocidente e pelos bolcheviques no oriente; as
organizações da classe trabalhadora, como os sindicatos e partidos políticos de
esquerda tinham-se vendido ao capitalismo mundial; e além disso, o capitalismo
podia agora apropriar-se até das ideias mais radicais e torná-las seguras, na
forma de ideologias inofensivas para serem usadas contra a classe trabalhadora,
que era suposto eles representarem” em “O guia
escuteiro para a Internacional Situacionista”.
█
“St. Elmo's Fire (Man in
Motion)” (1985), p/ John Parr. “O cantor
inglês John Parr, que coescreveu a canção com David Foster, para a banda sonora
de ‘St. Elmo’s Fire’, explicou durante um discurso no Children’s Choice Awards,
em Sheffield, que ele ‘não estava particularmente entusiasmado’ por estar a
trabalhar no filme e que, a motivação para a canção veio de um jovem atleta canadiano,
Rick Hansen, 15 anos, que recentemente tinha ficado paralisado num acidente de
viação. Ele disse que ‘as rodas’ de ‘Man in Motion’ mencionadas na letra, que
vulgarmente se julga significar as rodas do jipe de Demi Moore, na verdade, se
referem às da cadeira de rodas.” Tema
principal do filme “St.
Elmo's Fire” (1985), real Joel Schumacher, c/ Emilio Estevez, Rob Lowe,
Andrew McCarthy, Demi Moore [5], Judd Nelson,
Ally Sheedy, Mare Winningham [6] … █ “Dub Be Good To Me” (1990),
p/ Beats International. Escrita por Norman Cook
(Fatboy Slim) “esta é uma mistura de duas músicas: ‘Guns of Brixton’ (1979)
dos Clash e ‘Just Be Good
To Me’ (1983) dos S.O.S. Band. (…). Norman Cook: Foi uma ideia da Lindy Layton
fazer uma cover do êxito dos SOS
Band. Eu sabia que combinava bem com outros beats,
porque tentei-o enquanto DJ. Eu usei a linha do baixo da canção dos Clash, como
forma de tirar o chapéu aos Clash, porque eu era um grande fã. Também queria
fazer algo mais lento que a música house
corrente, contudo algo funky que se
pudesse curtir.” A vocalista Lindy Layton na carreira a solo obteve um êxito
com uma versão de “Silly
Games”, de Janet Kay e participou nalgumas séries de TV: “Casualty”, c. Beth
(1988); “Voice of the
Heart”, c. Katharine Tempest jovem (1989); “Press Gang”, c. Cathy
(1990) █ “Oh Sherrie” (1984), p/ Steve Perry. Vídeo filmado no Park Plaza Hotel em Los
Angeles. Perry era, nesta altura, o vocalista e teclista dos Journey. Entrevista
por Dick Clark: “Neste momento vamos focar a atenção na produção do grande
sucesso a solo de Steve Perry. Ele foi escrito em 1984 sobre a sua namorada da
altura, Sherrie Swafford. Steve diz que ‘Oh Sherrie’ foi o resultado de uma
sessão conjunta entre três compositores, ele, o teclista Craig Kampf e Bill
Cuomo, um homem que trabalhou o som de sintetizador em ‘Betty Davis Eyes’, de
Kim Carnes. Os três começaram a trabalhar na canção à meia-noite e acabaram
pelas 5 da manhã. E, curiosamente, Steve diz que, quando eles começaram, a
Sherrie estava na sala com eles. Mas não por muito tempo.” Perry: “Na verdade,
Sherrie cansou-se e foi para a cama. E não sei de onde vieram, logo as
palavras, ‘Oh Sherrie’ apareceram e o ‘Hold on, hold on’. Era tudo o que
tínhamos para os coros. Não tínhamos letra, não tínhamos nada. Tínhamos uma
algraviada gravada em fita, determinados sons de vogais e coisas, mas isso como
que começou toda a ideia. E quando dou por mim a canção estava quase
terminando-se a si próprio porque era uma canção tão pessoal. [7] Eu precisava realmente de alguém com grande
perspicácia lírica como o Randy Goodrum tinha e ele ajudou-me a terminar a letra.”
Randy Goodrum: “Tinha chegado a conhecê-lo e à Sherrie, não muito bem, mas
tinha uma ideia geral de como eram como pessoas. Senti uma certa quantidade de
drama na sua relação, para dizer o mínimo. Eu gostaria de encontrar uma
premissa e partir daí, em vez de um bordão. E enquanto eu soubesse qual é o objetivo
ou a missão da canção, então a letra normalmente encaixa no lugar. Assim,
foquei-me nisso, era eu a dizer: eis uma relação da forma como a percebo entre
duas pessoas. E então o Steve deu-me uma fita com ele a cantar o que eu chamo
uma faixa la-la, que é quando o cantor canta coisas absurdas, e sem palavras,
ouvi a sua voz, e ouvi algumas das suas vogais que soavam bem nas notas agudas,
e algumas que soavam bem no meio.” █ “Don't Stop Believin'” (1981),
p/ Journey. “Steve Perry explicou que esta
canção surgiu durante uma série concertos em Detroit quando se viu num quarto
de hotel incapaz de dormir, a olhar pela janela. (Strangers waiting, up and
down the boulevard / Their shadows searching in the night / Streetlights
people, living just to find emotion / Hiding, somewhere in the night). ‘Eu
estava a curtir da ideia de como as luzes estavam viradas para baixo, de modo a
que não se pudesse ver nada’, recordou ele. ‘De repente, vejo pessoas a sair da
escuridão para a luz. E o termo ‘streetlight people’ surgiu-me. Então, Detroit
estava presente na minha mente quando começámos a escrever’.”
___________________
[1]
No século XXI já não se desconstrói a mulher nos seus componentes, a mulher é
um package. A estrela do outro mundo Alexis
Crystal, 1,65
m, 50 kg, 86-64-89, sapatos 37, olhos e cabelos castanhos, nascida a 1 de
janeiro de 1993 em Praga, República Checa, t.c.c. Alena, Alexis, Alexis
Chrystal, Alexis Crystal, Anouk I, Carrie, Dee, Domi, Dominika, Dominika18,
Liz, Lizetta, Milka, Sindy. Entrevista: “gostas de
anal?” R: “Sim… na indústria, só fiz três cenas mas foi fantástico. Foi
verdadeiramente algo diferente, não é como na rata, mas em três minutos tive um
orgasmo, como uma loucura… apenas o dedo no cu e ele estava a lamber a minha
rata, foi tãããooo… ele foi verdadeiramente atencioso, muito lentamente, enfiando,
lambendo a minha rata. E depois, eu estava preparada, ele espeta a piça no meu
cu e uuuaaau e uuuuaaaau… Eu gosto, não tanto nas filmagens, porque, sabes?
gosto em casa, tem que limpar o meu cu, não podes comer antes…” “Gostas de
raparigas também?” R: “Sim, claro, porque elas têm mamas como eu, têm rata como
eu, sabes? são como eu, elas são como eu. Oh meu Deus, mamas, ok, como as
minhas mamas, ok.” Entrevista:
“O que gostas de fazer no tempo livre?” R: “Desporto, aeróbica, dança, COMPRAS”
“O que é que te excita?” R: “Um homem calmo, sexy, asseado.” Obra pictórica {fotos} {fotos} {fotos}
{fotos}
{fotos}
{fotos} {fotos}
{fotos} {fotos} {fotos} {fotos}
{fotos} {fotos}
{fotos}
{fotos} {fotos} {fotos}.
“A sua pele é perolada e quase
transparente, os seus seios são a perfeita mão cheia e o seu rabo é adorável e bastante
bom para trincar, firmemente, sentado, e roliço no seu esguio corpo petite.” A sua obra
fílmica,
acamada numa sólida formação na arte de Talma, resplandece-a como a atriz da
década 2010 - {“Good
Fucking”} ▪ {“18
Virgin Sex”,
c. Sindy. “Sindy é estudante numa Universidade de Agronomia, mas não tem a
certeza se é isso que ela quer fazer na vida. Ela gosta de caminhadas, andar de
bicicleta e tirar fotos aos amigos, quando eles fazem piqueniques ou saem
juntos. Sindy planeia tirar a carta de condução em breve.”} ▪ {“Fucking
a Classmate at 18”} ▪ {“Threesome
Outdoor”} ▪ {“Fucked
by a Fisherman”} ▪ {“Creampie
Angels”, c. Dominika} ▪ {“Teen
Sex Movs”,
c. Dominika} ▪ {“Gangbang
Wife”} ▪ {“Fountain
of Love”} ▪ {“Climax”} ▪ {We Like To Suck, c. Liz} ▪ {Alexis
Crystal é uma viçosa morena com uma personalidade afoita e um corpo doce.
Esta coelhinha estival não consegue manter as mãos longe da sua húmida ratinha
e não podemos culpá-la} ▪ {Nubiles
Films} ▪ {Nubiles
Films} ▪ {“Her
Sweet Hand”, c. Dee} ▪ {“Perky
Teen Tries Sex Dating For Cash”,
c. Abby} ▪ {“Casting
Couch”} ▪ {“Teenage
Fantasies 4”,
c. Anouk} ▪ {“Teenage Fantasies 5”, c. Anouk} ▪ {“Teenies
Hot Talent 1”} ▪ {“Teenies
Hot Talent 2”} ▪ {"Summertime 8"} ▪ {“Teeners
From Holland 19”, c. Anouk + Lucy N} ▪ {“Teeners From
Holland 20”, c. Anouk} ▪ {My
Sexy Kittens 64} ▪ {“Pleasant
Surprise”} ▪ {“Don’t
Hide Your Tool”} ▪ {“All
Shades of Passion”} ▪ {"Drinks for 2",
como Carrie + Caprice + Clover} ▪ {“She Is
Beautiful”} ▪ {“Old
Goes Young”,
c. Sindy} ▪ {"Woodman Casting"} ▪ {"Jim's Casting Cuties”, Alexis trabalhou no comboio fantasma onde partiu uma perna} ▪ {“Teach
That Bitch”} ▪ {Club Seventeen}
▪ {Club
Seventeen} ▪ {Teenburg - “Cabelo comprido,
cara bonita, a descarada Milka acordou com a necessidade de algo que lhe
fizesse a sua passarinha sentir-se bem, e, como o seu namorado está a
preparar-se para os exames, e não tem tempo para aparecer e tratar da esfomeada
adolescente, ela tem de manusear ela própria o problema, e ela fá-lo saltando
para o sofá, desembaraçando-se das roupas e pondo os seus hábeis dedos a bom
uso, massajando a sua apertada racha e enfiando o dedo até que tem um
formidável orgasmo onanista.”} ▪ {Teenburg - “A maioria dos
homens tem um problema logo pela manhã, aquele pau matinal é tão difícil de
alijar, mas Filip tem uma maneira de tratar disso, ele tem a sua quente
namorada ruiva em casa, e Milka está felicíssima por tratar dessa ereção! Esta pálida
gracinha tem um autêntico corpo escaldante, figura esguia com tetas pequenas,
rosto engraçado e buracos do amor que estão com comichão por amor puro e duro.”}
▪ {Teenburg - “Não há nada que
apimente a monotonia de um lento dia de verão como ler uma revista dedicada aos
jovens, pelo menos não para a Milka. A sensual adolescente ruiva, com tetas
valentes naturais e boa figura atlética, esteve a ler alguns factos sobre sexo
e ficou ansiosa por testá-los e comprovar se eram verdadeiros.”} ▪ {Teenburg
- “Os seus pais ficariam bananas se soubessem o que o Filip e a Milka estão a
tramar, a bela adolescente ruiva e o seu namorado deviam supostamente passar
tempo juntos, vendo televisão e coisas dessas, mas, embora os pais estejam
mesmo em baixo, a fazer o almoço e a conversar, os adolescentes estão empenhados
nos viciosos jogos sexuais deles. Milka coçava-se por uma bela foda.”} ▪ {“Drive By
Girls”, c. Roberta} ▪ {“Sweethearts
Special 2: Real Redheds”} ▪ {“Alexis’ Kitty”} ▪ {“Deep
Hole”} ▪ {“The
Circle” + Silvie Luca} ▪ {“Coming
Out” +
Morgan Blanchette} ▪ {“Waiting For Rain”}
▪ {“Nice Day”} ▪ {“Gymnatic
Wall For Sex”}
▪ {“She
Is Nerdy”, c. Greta} ▪ {“Cumshot
Christmas”} ▪ {“Porn”} ▪ {“Spontaneous”} ▪ {“Lazy Painters”
+ Angel Piaff} ▪ {“Join Us” + Nikita} ▪ {“Party
Hardcore 69”} ▪ {“Barcelona
Heat - Lost Love”} ▪ {“Barcelona
Heat - Love Found”} ▪ {filmes produzidos por
Marc Dorcel -
“Prision”,
real. Hervé Bodilis, “Lola, uma jovem bonita de boas famílias, está prestes a
viver uma experiencia única que vai mudar a sua sexualidade para sempre.
Encarcerada numa área de alta segurança na Europa de leste com outros
candidatos, ela decide passar três dias e três noites na pele de uma prisioneira.”} ▪ {“Machine
Fucked”} ▪ {“Too
Much To
Handle”} ▪ {“When Needs
Come”} ▪ {“It
Takes Three” + Silvie Luca + Elisa} ▪ {“Pose
for the Camera” + Naomi Nevena + Carla Cox} ▪
{“All
Yours”} ▪ {“Attacked From All Sides”}
▪ {“Foot Romance”}
▪ {"Partysex 4" + Tess Lyndon} ▪ {"Orgasm World Championship: Match # 3 + Leila} ▪ {“A
Sensitive Nature”
+ Caprice A} ▪ {“A Gentle Lick”
+ Caprice A} ▪ {“Love Rectangle”
+ Caprice A + Gaby} ▪ {Reality
Kings} ▪ {“Vixen
Alert”,
“Alexis, estudante de intercâmbio de 18 anos, recém-saída do liceu, precisava
de um alojamento, enquanto frequentava a faculdade. Ela respondeu ao nosso
anúncio e explicamos-lhe as condições. Gosto de raparigas que sabem que os anos
de faculdade são para experimentar e divertir-se e abraçá-los completamente.
Chucky apareceu e eu apresentei-os. Não demorou muito para ela enfaticamente
declarar que o meu amigo Chucky era agora seu amigo com benefícios especiais. O
seu corpo petite, agradáveis mamas
arrebitadas e doce rabo fizeram-me relembrar os meus anos de faculdade, por
isso, ela ganhou uma semana grátis, e depois vou ajudá-la a encontrar outro
lugar.”} ▪ {“Mikes
Apartment”, “Gostas de ser fodida na tua pudelka?” Alexis: “Nah nah, nah nah”}.
[2]
Presidente da Semapa Pedro Queiroz Pereira: 2 461 875 €. Presidente
da Galp Energia Ferreira de Oliveira: 1 717 000 €. Presidente da
Portucel José Honório: 1 483 045 €. Presidente da Sonae:
1 272 600 €. Presidente da EDP António Mexia: 1 154 091 €.
Presidente do BPI Fernando Ulrich: 1 122 940 € (abril 2015).
[3]
E depois a realidade
aconteceu.
[4]
“A Angry Brigade, o único grupo terrorista de origem essencialmente britânica,
era constituída por um número de estudantes universitários ingleses de
extrema-esquerda, inspirados pelos acontecimentos de maio de 1968 em França, que
tinham por fim criar um clima de instabilidade e fomentar o apoio da população
em geral aos anarquistas. De 1968 a 1971 cometeram vários assaltos a bancos e
estações de correio, e 27 atentados à bomba, até que as autoridades deterem
oito dirigentes e agosto de 1971 (os chamados Stroke Newington Eight) e assim
desmantelaram a organização, que nunca chegou a ter mais de 50 membros” em
“Ação direta”, John Andrade.
[5]
“Demi Moore tinha um problema com drogas, tal como o seu personagem, Julianna
‘Jules’ Van Patten, quando integrava o elenco do filme. Na verdade, um dia, o
realizador Joel Schumacher pediu-lhe que abandonasse o set porque estava realmente pedrada. De facto, Moore teve que ir
para reabilitação, para se manter limpa, a fim de interpretar um personagem com
um problema de drogas.”
[6]
“Mare Winningham interpreta uma virgem enquanto na verdade estava grávida
durante as filmagens.” “Winningham, cuja personagem é judia, foi criada como
católica e não era religiosa na altura da rodagem do filme. Cerca de vinte anos
depois de fazer ‘St. Elmo’s Fire’, Winningham converteu-se ao judaísmo.”
[7]
O século XXI tem a vantagem, sobre o século XX, de ter eliminado as relações sociais
assentes na ficção do coração ou enredadas na figura literária do amor,
extinguindo os conas e choninhas choramingões, quando ela, a amada, está messing around with every guy in town (“Your Time Is Gonna Come”,
Led Zeppelin, 1969). No novo século as relações sociais são apenas relações
comerciais, e a commodity mais
valiosa nos mercados mundiais é a vagina. “O clitóris
contém 8000 terminações nervosas. O pénis apenas contém 4000. A vagina média
mede 10, 12 cm e pode expandir até 200 % quando excitada. Vaginas e tubarões
contêm o lubrificante natural esqualeno. Os pelos púbicos têm uma esperança de
vida de 3 semanas. O cabelo pode viver até 7 anos. O maior número de orgasmos
atingidos por uma mulher numa hora foi de 134. O maior número atingido por um
homem foi de 16. A vagina está cheia de bactérias, algumas das bactérias
benéficas encontram-se também no iogurte. O espéculo, um instrumento utilizado
pelos ginecologistas, usa-se desde 1300 a.C. A palavra vagina significa mais ou
menos bainha da espada em latim.” Quem a tem, tem ouro.
Precioso metal todo ele comercializável, inclusive o seu cheiro - perfume Vulva Original:
“Inspire e desfrute, em qualquer dia, em qualquer lugar, a fragância de uma
bela mulher”. As americanas, capitalistas, com um sistema de ensino
proficiente, aprendem na sala de aula que propriedade privada esfregar por
dinheiro, let’s do this Miley
Cyrus.
Na Tailândia, a racha
autodeterminou-se do corpo, abraçando uma carreira a solo no showbiz,
que impressionou uma das mais lucrativas proprietárias de boutique vaginal de luxo, Rhianna:
“Ou eu estava completamente bêbeda ontem à noite, ou vi uma tailandesa tirar um
pássaro vivo, duas tartarugas, lâminas de barbear, atirar dardos e bolas de ping-pong da sua
pachacha. As penas do pássaro estavam todas húmidas! Lol e quando ela tentou
transformar água em coca-cola na sua bichana! Uhh yea, tudo o que estou a dizer
é que entrou água e saiu soda! Estou traumatizada.” O filme “Emmanuelle” (1974), real Just Jaeckin, c/ Sylvia
Kristel … (estreado quinta-feira, 17 de abril de 1975 nos cinemas Pathé e
Roma) divulgou no ocidente livre esses exóticos espetáculos, enraizando, anos
depois, na cultura da mulher com webcam.
Ter uma é uma mina,
ter duas… ameaça o livre arbítrio, ou não. Tal como o jerico de Buridan morrerá
de fome indeciso entre dois fardos de palha, o pénis equidistante entre duas
vaginas não fecundará, se, por absurdo, não vivêssemos na era das aplicações de
telemóvel decisoras de qualquer impasse do homo
sapiens. A personalidade online, expondo em DiamondsAndHeels14, Cassandra
Bankson: “Quando
recebemos os resultados, a médica disse que eu só tinha um rim e absurdamente acrescentou
que eu tinha duas vaginas, como ela suspeitava. Há apenas um orifício genital,
mas no interior existem duas vaginas, dois úteros e duas trompas de Falópio. A
maioria das vaginas é uma cavidade larga, mas esta tem uma separação entre duas
cavidades diferentes. Fiquei chocada e a médica explicou-me que era como um
nariz virado para cima.”
O útero didelfo afeta menos de 100 mulheres no mundo, talvez não viabilize uma startup inovadora de algum app decisório, mas sendo o principal spot elevador da mulher na política ou na
carreira empresarial por cima, aplicações para a cona procriam-se. kGoal
“anunciado como ‘o primeiro sistema de treino interativo do mundo para
exercícios do pavimento pélvico’, consiste num aparelho para introdução na
vagina e uma aplicação de smartphone
que comunicam sem fios; juntos, fornecem uma plataforma interativa para
orientar, medir, e acompanhar os exercícios Kegel”,
(desenhados por Arnold Kegel nos anos 40 para fortalecer o famoso músculo pubo-coccígeo
que faz parte do levantador do ânus). Nesta concorrência high-tech pelo nicho pélvico feminino, outro produto promete mais fun. “SKEA
(Smart Kegel Exercise Aid) virá com um jogo iOS ou Android chamado ‘Alice
in Continent’ (estes exercícios supostamente resolvem os problemas de
incontinência nas mulheres). É uma corrida sem fim com todos os usuais
obstáculos e, para saltar sobre eles, a utilizadora precisa de apertar o Skea
com os músculos do pavimento pélvico. Uma provadora disse: ‘É como jogar
‘Temple Run’ com o Fitbit. Só que não uso os dedos, mas os músculos pélvicos!’
além disso, quando a utilizadora aperta o aparelho, ele… vibra para confirmar
que ela está a fazer as coisas bem. Além de ajudar a melhorar o controlo da
bexiga, o gadget promete todos os benefícios
usuais dos exercícios Kegel, incluindo a preparação para a gravidez e melhorar
as sensações nas mulheres.”
O empreendedorismo rasga ainda
mais o sorriso vertical (“Le Sourire
vertical” (1973), real. Robert Lapoujade, estreado terça-feira, 15 de abril
de 1975 no cinema Satélite. “Jacques Reide, professor de História e deputado,
vê a sua mulher abandoná-lo para se juntar a um poeta amigo. O acontecimento
perturba-o.”). Do
oriente, outra técnica, o pampoarismo, exercita o pubo-coccígeo sem
dispositivos ou tecnologias da informação. A especialista Denise Costa: “Muitas
vezes quando as pessoas ouvem falar acerca dos exercícios pélvicos, elas pensam
nos kegels, mas pampoar é um pouco mais vasto… ao fazer contrações, apertar,
empurrar e puxar, as senhoras aprendem a manipular os músculos pélvicos. É onde
elas conseguem aprender habilidades sexuais ao ponto de poderem torcer o pénis apenas
movendo esses músculos. Dizem ser uma sensação incrível.”
“O domínio dos movimentos vaginais permite realizar façanhas com o parceiro,
como agarrar (contrair a musculatura e impedir a saída do pénis), sugar (imitar
o sexo oral) e guilhotinar (apertar o pénis com força). Segundo as professoras,
alguns homens têm a sensação estar com uma mulher virgem.”
Gente moderna conjuga novos verbos, vapear, brunchar, desamigar, pampoar e afirma
novas orações: “My Pussy
Is Burning”, (p/ DJ canadiano Deacon Boombastardizer), em que o predicativo
do sujeito não pede desenrolamento da mangueira, pede market positioning.