Pratinho de Couratos

A espantosa vida quotidiana no Portugal moderno!

quarta-feira, novembro 30, 2016

Um socialista do século XXI feroz adversário da estatização, que leva sempre à burocracia (tl;dr)

Um povo partido entre uma passarola e uma geringonça, malbarata as delícias daquela, enevoados pela defraudação desta, atesta o líder populista Pedro Passos Coelho: “Somos gente que se apresenta aos portugueses, com a mesma ambição que tínhamos antes, dizendo que a visão que temos pró país, é hoje ainda mais necessária do que em 2015. E por que é que ela é mais necessária ainda? Porque aquilo que foi prometido ao país, depois de quatro anos de um empenhamento e uma mobilização nacional para vencer dificuldades grandes por que passámos, conseguido, como conseguimos, dar a volta aos problemas, tendo a economia do país a crescer, o desemprego a cair e o emprego a melhorar, e os rendimentos das pessoas e do país a melhorarem também [1]. (…). Vemos que o país está a crescer menos do que crescia há um ano atrás, está portanto a perder dinamismo. (…). Nós temos hoje uma evidência, as nossas exportações interromperam o ciclo virtuoso de muitos anos, o investimento que nos durou, e custou tanto, a conseguir atrair para Portugal, está hoje em declínio, e por força das restrições, que afinal existem, e que têm de nos conduzir a ter cuidado na forma como as despesas públicas são realizadas, para que a dívida do país não aumente, a retórica do governo choca com as necessidades, e é por isso que o governo está agora apostado a travar às quatro rodas o pouco investimento público que ainda podíamos fazer: aquisição de bens e serviços que o Estado necessita de realizar para prestar serviço público que as pessoas legitimamente esperam que possa ser realizado [2]. (…). Haverá alguém que se sinta motivado com esta perspetiva? Alguma portuguesa ou algum português achará que, o melhor que pode ambicionar, nos próximos anos, é andar a cada ano a ver se cumprimos ou não cumprimos a meta dos 3 %, se conseguimos ou não crescer pelo menos 1 % ou 1,5 %, se conseguimos que a divida não aumente? Quando na verdade aquilo que o país precisava de fazer era crescer a um ritmo maior gerando confiança pra os investidores. (…). Creio que entra pelos olhos adentro que aquilo que justificou a criação deste governo e desta solução do Parlamento, não está a provar a sua razão de ser, no dia-a-dia, e é por isso que nós somos importantes para os portugueses. (…). Que os portugueses possam sustentar uma visão ambiciosa pro seu país que não esteja condenada a esta morte lenta dum crescimento que é medíocre, todos os anos aflitos a ver se as contas fecham, se queremos realmente ser um país que atraia confiança e o investimento, então não podemos ter soluções que andem a penalizar aqueles que podem investir em Portugal. (…). Há muito serviço público que pode ser entregue, prestado, pela sociedade civil. Público, serviço público não é apenas aquele que é do Estado, é aquele que o Estado não se demite de dinamizar, de enquadrar, regular e de poder garantir qualidade na sua prestação, isso é que é conceito de serviço público moderno. (…). Não está certo, é incoerente por parte de um governo cujas forças políticas nos atacavam no passado por termos um deficiente investimento público, que hoje é ainda menor do que no nosso tempo, e inquestionavelmente num tempo de mais facilidades do que aquele que nós enfrentámos no passado. (…). O que temos de reformar na nossa sociedade para podermos ambicionar mais, não cairá do céu, terá de ser conquistado por nós, com o nosso esforço, e com a nossa ambição e isso não significa necessariamente fazer sacrifícios, mas significa não ter medo de executar medidas que podem não agradar a toda a gente. (…). Não vai ser possível mudar as coisas agradando a todos, isso é aquilo que o populismo faz, querer agradar todos os dias ao maior número, no fundo para ver se se consegue manter a cada dia que passa, mas quem quer conquistar no futuro uma ambição maior, não pode pôr-se na posição do populista, de quem está a salvar cada dia, cada semana e cada mês, tem que saber o que quer pra futuro e executar uma politica que esteja ligada ao futuro e não a cada dia que passa, isso exige uma visão mas exige também uma determinação pra fazer”, na festa do PSD, Castelo Branco, setembro 2016.
1984. Maio. Segunda-feira, 21“Ronald Reagan e Konstantin Tchernenko podem agora não ter muito que dizer um ao outro mas os dois presidentes poderão, dentro em breve, entrar mais rapidamente em comunicação em caso de necessidade. Responsáveis norte-americanos declararam que Moscovo e Washington estão prestes a chegar a acordo do ponto de vista técnico para melhoramento da «linha quente», a comunicação direta entre as duas capitais. Contrariamente à imagem habitual apresentada nos filmes e nas histórias de mistério, a «linha quente», que existe há 21 anos, não é um telefone vermelho colocado sobre uma secretária no gabinete oval ou no Kremlin. Mais prosaico, mas mais prático do que um telefone, existe em cada capital um teleimpressor que transmite mensagens à velocidade dos telegramas: 60 palavras por minuto em russo para Washington e em inglês para Moscovo. Estes aparelhos em breve serão substituídos, caso os dois países cheguem a acordo [assinado a 17 de julho], por um sistema de transmissão de dados a alta velocidade que fará chegar as mensagens quase instantaneamente entre as duas capitais, em tempo de crise. (…). Diplomatas ocidentais afirmaram que ambas as partes tinham acordado em princípio num sistema de transmissão a alta velocidade e na instalação de equipamento fac-simile (transmissão de fotocópias à distância), que poderia ser utilizado para transmitir mapas e outros documentos. Não chegaram a discutir uma ligação áudio ou vídeo, anteriormente sugerida pelos Estados Unidos. (…). A «linha quente» foi instalada em 1963 depois de Moscovo e Washington terem concordado que a falta de um canal direto de comunicações levou as perigosas más interpretações durante a crise de 1962 sobre as tentativas soviéticas de instalação de misseis em Cuba. Segundo os norte-americanos, a linha foi utilizada muito poucas vezes e sempre por iniciativa dos Estados Unidos. Em julho de 1967, sob a presidência de Lyndon Johnson, foi enviada uma mensagem avisando o Kremlin sobre o movimento naval e aéreo norte-americano durante a guerra árabe-israelita dos seis dias. O presidente Nixon teria utilizado também a linha quando em 1973 a guerra no Médio Oriente levou as superpotências a porem as suas forças em estado de alerta. O presidente Carter enviou uma mensagem após a intervenção soviética no Afeganistão em 1979 e Reagan deu a conhecer quais as intenções norte-americanas em relação ao Médio Oriente quando Israel invadiu o Líbano em junho de 1982. (…). Durante os 15 primeiros anos da sua existência, a ligação era feita por terra, através de cabo e feixe hertziano, mas o sistema mostrou ser vulnerável. A comunicação foi suspensa uma vez quando um agricultor na Finlândia desenterrou o cabo ao passar com o arado. Em outra ocasião, um incêndio ocorrido em Baltimore provocou igualmente a suspensão da transmissão. Em 1978 foi aberto um novo circuito gémeo, operando em paralelo através dos satélites soviético e norte-americano, respetivamente Molniya e Intelsat, e as estações terrestres de ambos.” [3]
Terça-feira, 22 de maio “a proposta de lei do governo sobre segurança interna prevê buscas domiciliárias sem prévia autorização judicial, detenção preventiva de suspeitos, escutas telefónicas, fiscalização de correspondência e suspensão de reuniões e manifestações. Esta panóplia de medidas pressupõe segundo o texto governamental, a existência de indícios de preparação ou consumação de crime, a que corresponde pena de prisão superior a três anos. Mas, como reconheceu o próprio titular do MAI, no dia 6 de maio em Braga, «as evoluções destas coisas (serviços de informações) são sempre um tanto desconhecidas». Eduardo Pereira falaria dos serviços secretos de informação como um risco. (…). As buscas domiciliárias, sem autorização judicial prévia, podem ser feitas durante o dia, quando estejam ameaçados «os direitos da vida, a integridade moral e física das pessoas, desde que a urgência suscite uma atuação imediata». As referidas buscas são comunicadas à autoridade competente e os tribunais decidirão se a dispensa de prévia autorização para as buscas é ou não justificada. No entanto, os agentes dispõem de um período de 48 horas, um considerável dilatamento em relação ao que está em vigor, para apresentarem à autoridade judicial os detidos preventivamente, sob suspeita de atos considerados «lesivos da segurança interna», embora devam comunicar imediatamente a detenção. (…). A proposta de lei prevê ainda que os ministros da Administração Interna e da Justiça autorizem, com caráter excecional, medidas de escuta telefónica e fiscalização de correspondência. Tal como nas outras medidas, a justificação assenta no caráter de urgência «para prevenir a prática de factos que impliquem perigo para os interesses» protegidos por esta lei. De igual forma, o MAI e os presidentes dos governos regionais dos Açores e Madeira podem proibir reuniões ou manifestações em lugares abertos ao público, quando «existam fundadas razões para crer que as mesmas envolvem alteração da ordem pública ou perigo para a segurança de pessoas e bens, públicos ou privados». Os organizadores e promotores que desobedecerem à proibição, suspensão ou dissolução, serão punidos com prisão até dois anos e multa de 50 a 150 dias. As mesmas autoridades - MAI e os presidentes dos governos regionais - podem ainda limitar temporariamente a saída de qualquer suspeito do território nacional, para prevenir a perpetração de crimes, assegurar a sua averiguação «ou por graves razões de segurança interna». (…). A proposta de lei confere ao primeiro-ministro - autoridade nacional de segurança interna - a determinação da aplicação das medidas. Para além das já focadas, salienta-se ainda a «vigilância policial de pessoas, edifícios e quaisquer estabelecimentos por tempo indeterminado», a proibição de entrada e circulação em território nacional de estrangeiros, indocumentados ou não, a autorização da sua permanência ou residência em Portugal, e ainda a sua expulsão, salvo o caso de direito de asilo. Outra competência do primeiro-ministro é a de mandar apreender temporariamente armas, encerrar paióis, depósitos ou fábricas de explosivos, suspender espetáculos públicos e encerrar empresas. A justificação? «Grave risco para a segurança interna». Nas suas competências registe-se ainda a faculdade de poder suspender atividades de bancos e instituições de crédito, ourivesarias e joalharias, sem «os requisitos regulamentares de segurança», e promover o funcionamento normal dos serviços públicos, sem prejuízo do exercício do direito de greve.   
Sexta-feira, 25 de maio “Mário Soares, que hoje termina uma visita oficial de dois dias à Suécia, recebeu esta manhã representantes sindicais. Ainda antes do almoço, o primeiro-ministro encontrou-se com dirigentes partidários e pouco depois com o presidente do próprio parlamento. Ao princípio da tarde, Mário Soares partiu para Paris onde tem previstos contactos com o presidente François Mitterrand e outros dirigentes socialistas europeus. Ontem, em conferência de imprensa em Estocolmo após uma reunião de cerca de duas horas e meia com decorrer das negociações com o seu homólogo, foi possível obter «uma maior flexibilização da posição sueca em relação à importação de têxteis portugueses». A uma pergunta sobre a política económica portuguesa, Soares respondeu ser «um socialista do século XXI feroz adversário da estatização, que leva sempre à burocracia». (…). Na tarde de ontem, no decurso de uma visita de Mário Soares à empresa Ericsson, os administradores desta multinacional disseram-se interessados em investir em Portugal e participar no projeto de instalação de centrais telefónicas de comutação digital. No jantar que à noite lhe foi oferecido por Olof Palme, Soares manifestou a disponibilidade de Portugal para colaborar com a Suécia em projetos de desenvolvimento das ex-colónias portuguesas em África. O chefe do executivo português considerou que «os laços de fraternidade estabelecidos entre Portugal e as antigas colónias depois do 25 de abril de 1974 devem ser reforçados, para ajudar esses povos a encontrar o caminho do desenvolvimento». Mário Soares salientou que Portugal não dispõe de suficientes recursos materiais para se envolver nesses projetos ambiciosos.” [4]
Terça-feira, 29 de maio “o Dr. Rogério Canha e Sá, presidente da comissão administrativa da Gelmar, até ao desmembramento pelo governo da empresa, em fevereiro deste ano, foi morto cerca das oito horas desta menhã, à saída da sua casa, em Santo António dos Cavaleiros, num atentado reivindicado em panfletos deixados no local pelas autodenominadas FP-25. A ocorrência teve apenas uma testemunha ocular (um estudante da escola secundária de Odivelas) que afirma ter visto a vítima ser alvejada por quatro tiros disparados de um automóvel ocupado por dois indivíduos com aspeto ainda jovem. Na altura em que foi atingido, o Dr. Canha e Sá foi ao longo dos quatro anos em que se encontrou à frente da Gelmar [5] «o responsável pelo seu encerramento e pela situação de desemprego em que estão presentemente os seus setecentos trabalhadores». «A política da burguesia, de que o Dr. Canha e Sá foi um zeloso agente – lê-se no panfleto das FP-25 – levou essa empresa nacionalizada a uma situação de falência através da utilização dos subsídios estatais na criação de condições técnicas de produção (aquisição de viaturas de distribuição, campanhas publicitárias, estudos de desenvolvimento), provocando a rutura económica pela degradação do sistema de aprovisionamento de matéria-prima para laboração. Deste modo, num futuro próximo o património da Gelmar será vendido a baixo preço em hasta pública e os dinheiros ganhos na sua aquisição, serão assim transferidos para empresas privadas que vão surgir no setor». As FP-25 terminam o seu panfleto afirmando que ao executarem o Dr. Canha e Sá, diplomado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, «eliminaram um inimigo dos trabalhadores a quem tratava com desprezo e arrogância, responsável direto pelo desemprego de 700 pessoas, colonialista com responsabilidades políticas e administrativas em Moçambique, colaborador como quadro da NATO e especialista em liquidar empresas públicas ou intervencionadas, tais como a SAAP, J. Pimenta e Gelmar». (…). Entre outras ações, as FP-25 já reivindicaram até agora a morte em Almada, em 6 de dezembro de 1982, do capitão Monteiro Pereira, administrador da Fábrica de Louças de Sacavém, o atentado em Cascais, em 26 de julho de 1981, contra o eng. Piçarra, administrador da Standard Eléctrica, que sobreviveu ao ferimento, (começou hoje no tribunal de Cascais o julgamento do professor, António Baptista, réu neste processo) [6], e ainda o atentado bombista perpetrado o mês passado em S. Mansos (Évora), contra a casa de um agrário, de que resultou a morte de um bebé de três meses.”     
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[1] Prova da qualidade dos portugueses e um motivo de júbilo para Portugal, Camilo Lourenço, também visualizou este milagre: “Passos Coelho não sabe nada de comunicação estratégica e domina muito mal a comunicação de crise. Nesse aspeto fica a muitas milhas de distância de Sócrates. Com uma agravante: Sócrates, que só tinha «vaporware» para mostrar, usava e abusava do marketing; Passos Coelho tem resultados. Mas por este andar a opinião pública nunca vai perceber quais são… porque ele não os sabe «vender». O que faz toda a diferença, porque não se fazem reformas sem as explicar ao eleitorado.”
A explicação destes milagrosos resultados explicados por um explicador de qualidade, Luís Montenegro: “Mas sabe que desde o segundo, desde o do do do do final do primeiro trimestre foram criados 128 mil novos postos de trabalho em Portugal? (Jornalista: “Oh, sr. doutor”). “Foram! Foram 128 mil.” (Jornalista: “Não, desculpe, foram 30 mil empregos líquidos em 2013, sr. doutor”). “Não, porquê? por causa da emigração, é isso que quer dizer? E sabe e sabe.” (Jornalista: “Desses 30 mil, 25 mil são da função pública). “Nós teremos, não, deixe-me dizer, deixe-me dizer.” (Jornalista: “É estágios e programas ocupacionais, sr. doutor”). “Mas isso não havia no passado.” (Jornalista: “Como?”). “Não havia no passado? As pessoas não reclamaram e não reclamam isso, reclamam e bem, mas deixe-me dizer-lhe, deixe-me dizer que é importante, se se vamos ehh ehh enfim afirmar esse número dos 30 mil empregos em termos líquidos em função ehh ehh não, em função nomeadamente da emigração, deixe-me dizer-lhe, se é verdade que enfim em 2013 terão emigrado 100 a 120 mil pessoas, não há contabilidades certas como nós sabemos, neste domínio, não é menos verdade que nos anos anteriores, com os quais estamos a comparar, esse numero andaria nos 80 mil?”, em Jornal de Notícias, fevereiro 2014.
[2] Pergunta: “Não é de estranhar ver o PSD a reclamar investimento público?” Passos Coelho: “Eu não estou a reclamar, eu estou apenas ehh a dizer ehh que não devíamos estar já numa fase em que o Estado tem de travar às quatro rodas para garantir o objetivo do défice, que é uma coisa diferente. Nós, eu, quando cheguei a primeiro-ministro tinha um défice público de quase 11 %, hoje ehh creio eu, foi mais uma vez confirmado, por uma unidade técnica do Parlamento, nós tivemos um défice em 2015, ajustado a medidas extraordinárias de ligeiramente menos de 3 %, o que significa portanto que fizemos um caminho muito longo ehh e durante uma parte desse caminho tivemos de tomar muitas medidas de emergência, e éramos muito criticados por aqueles que hoje governam, por, de alguma maneira, sacrificarmos algumas variáveis como o investimento público. Pois bem, elas hoje são muito mais sacrificadas, repare, se nós em emergência apesar de tudo tínhamos mais dinheiro p’a investimento público do que o governo tem, alguma coisa não está a funcionar bem, é apenas isto eu quero chamar a atenção. (…). Preocupa-nos que exista esta caricatura, que é a de fazer grandes números de comunicação pró país falsificando a realidade. Isso preocupa-nos. Aconteceu uma vez no país e teve custos elevados. Eu não gostaria que voltasse a acontecer. Mas ehh não não posso levar a sério essa esses exercícios que o primeiro-ministro faz, porque elas são falsificações da nossa realidade, ora nós não ganhamos nada em estarmo-nos a enganar a nós próprios ehh não vale a pena estar a dizer ehh que as exportações vão de vento em popa, que o investimento está a crescer, o ano passado é que estava a cair quando é exatamente ao contrário, portanto não sei o que é que o primeiro-ministro ou o governo pretendem ganhar com manobras de desinformação, de distorção da realidade, e eu espero sinceramente que ehh esse tipo de avaliação ehh ehh não conduza o governo a tomar decisões que são ehh eradas, quer dizer, que induzem ainda mais erro naquilo que está a acontecer”, em Santarém, setembro 2016.
[3] Havendo paz entre as superpotências, há paz a Terra. Gina: “Adoro sexo e adoro rapazes. Também gosto de chocar as pessoas, por exemplo, de repente, mostrar a minha rata no meio da multidão.” Susan: “Sou a Susan, uma depravada matreira. Sempre que me sinto indecente como o diabo e não há um fodilhão à mão, acaricio-me e enfio um consolador na minha cona. Não gostaria de aparecer e providenciar-me uma grande foda?” Debbie: “Venho do campo, mas não nasci ontem! Sou super-lasciva e uma verdadeira exibicionista.” Anja: “Poso regularmente para fotógrafos amadores. Não têm um espacinho para a minha rata na vossa revista?” Lori & Stephanie: “Uma tarde livre juntas. Finalmente! Altura de brincar com o nosso dildo favorito.”
[4] O efeito Mário Soares. “Há um empresário chinês detido nos Estados Unidos, acusado de branqueamento de capitais e corrupção de altos funcionários da ONU, que faz parte da Fundação Mário Soares, mas aparentemente ninguém na instituição sabe de quem se trata e como entrou para os órgãos sociais. A «misteriosa» personagem chama-se Lap Seng. Tem 68 anos e é um magnata da construção civil, imobiliário e turismo, com passaporte português. No conselho geral da fundação, onde os cargos são vitalícios, há mais quatro chineses. O multimilionário Stanley Ho, ligado à exploração do jogo, e o advogado de origem portuguesa Jorge Neto Valente, que dirigiu as candidaturas presidenciais de Soares em Macau, são dois. Leong Su Sang e Sio Tak Hong, desconhecidos empreendedores e sócios de Lap Seng, são os outros dois. O magnata que nasceu pobre já teve, ou tem, negócios com todos. (…). O magnata e um assistente estão detidos desde 19 de setembro. Preparavam-se para sair dos EUA num avião privado quando foram presos. A imprensa internacional e os jornais Hoje Macau e Ponto Final, da antiga colónia portuguesa, têm seguido o caso. As autoridades judiciais acusam Lap Seng de mentir quanto ao destino de 4,5 milhões de dólares que terá levado ilegalmente da China para os EUA entre 2013 e 2015. Na versão do empresário, o dinheiro seria destinado a apostas em casinos e à compra de obras de arte, antiguidades e imóveis, mas o assistente, Jeff Ynin, terá admitido que os dólares serviram «para pagar a pessoas por coisas ilegais, entre outras». A procuradoria-geral de Manhattan, após investigação do FBI, acusou Lap Seng de branqueamento de capitais e participação em subornos destinados a John Ashee, ex-presidente da Assembleia Geral da ONU e a altos quadros das Nações Unidas. Outro dos acusados é Francis Lorenzo, funcionário do magnata de Macau, suspenso do cargo de vice embaixador permanente da República Dominicana. Todos terão recebido um total de 1,3 milhões de dólares de um grupo de empresários chineses, com Lap Seng à cabeça. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, confessou-se «chocado». O escândalo é considerado o mais grave desde o caso «Petróleo por Alimentos», que envolveu o filho do antecessor Kofi Annan. Rosto das políticas de desenvolvimento sustentável, Ashee, também detido, terá gasto os alegados subornos na aquisição de casa, na construção de um campo de basquetebol, na compra de um BMW, relógios Rolex, viagens e férias familiares. Em troca, ter-se-ia comprometido a convencer o secretário-geral da ONU a patrocinar, entre outros projetos, a construção de um luxuoso centro de conferências das Nações Unidas em Macau. Parte do investimento viria do grupo empresarial de Lap Seng. O magnata está em prisão domiciliária num apartamento de luxo, com pulseira eletrónica, tendo pago uma caução de 50 milhões de dólares.”
“Se pensa que só agora Lap Seng deu nas vistas, prepare-se para viajar no tempo. A 6 de agosto de 1999, semanas após a eleição de Soares para o Parlamento Europeu, o semanário O Independente fez capa com «o amigo chinês» da fundação. O título era esse mesmo. E sim, tratava-se de Lap Seng. O empresário estava a ser investigado pelo Senado norte-americano por alegadas contribuições ilegais de milhões de dólares à campanha de reeleição do então presidente Bill Clinton através de testas de ferro. Lap Seng visitara a Casa Branca uma dezena de vezes e tirara fotografias com o casal Clinton”, em revista Visão n.º 1206.
[5] Fundada pelo almirante Henrique Tenreiro em 1957. “Ao poder financeiro Tenreiro acrescenta extensos poderes de gestão empresarial de um expressivo sector público-corporativo das pescas que, por finais de 1960, engloba trinta «organizações», entre grémios, sociedades mútuas de seguros, cooperativas de aprestos e empresas dependentes da organização corporativa. Desde o tempo da guerra, Tenreiro impõe a concentração de capitais em sociedades de armadores controladas pelos grémios (casos da SNAB e da SNAPA), cria empresas formalmente privadas investidas de funções oficiais de intervenção no abastecimento de pescado (caso da Gel-Mar, criada em 1957), concessionárias, como a Docapesca (1966), e secções especializadas de grémios de vocação empresarial (Serviço de Abastecimento de Peixe ao País, em 1956). A Organização das Pescas não era, porém, uma realidade unívoca. Ao poder tutelar de H. Tenreiro eximiam- -se — sendo até hostis a qualquer interferência sua — os organismos de coordenação económica, Comissão Reguladora do Comércio de Bacalhau e Instituto Português de Conservas de Peixe, ambos territórios de «administração indireta» do Estado.”
Portaria n.º 23490. Pelo Decreto-Lei n.º 40520, de 2 de fevereiro de 1956, foram estabelecidas as condições de utilização de antioxidantes ou antioxigénios em gorduras de origem animal, margarinas e outras gorduras plásticas e ainda em alimentos que contenham qualquer dos produtos, tendo em vista aumentar o seu período de estabilidade, retardando o desenvolvimento do ranço, por auto-oxidação. (…). Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Secretário de Estado da Indústria: 1.º Autorizar a Gel-Mar - Empresa Distribuidora de Produtos Alimentares, Lda., e a Companhia Portuguesa de Congelação, de harmonia com o § 2.º do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 40520, a utilizar no peixe congelado ácido ascórbico na dose de 0,200 g por quilograma. (…). Secretaria de Estado da Indústria, 18 de Julho de 1968. - O Secretário de Estado da Indústria, Manuel Rafael Amaro da Costa.”
“Através do Despacho Normativo 26/77, publicado no Diário da República, 1.ª série, n.º 29, de 4 de Fevereiro de 1977, foi determinada a concessão de uma dotação de capital, no montante de 100 000 contos, a favor da Gelmar - Empresa Distribuidora de Produtos Alimentares, destinada à empresa resultante da fusão desta com o SAPP - Serviço de Abastecimento de Peixe ao País.”
Portaria n.º 110-A/84 de 20 de fevereiro. Pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 83/83, de 31 de Agosto, que declarou em situação económica difícil a GELMAR - Empresa Distribuidora de Produtos Alimentares, Lda., nacionalizada pelo Decreto-Lei n.º 572/76, de 20 de Julho, foi determinada a elaboração de um novo estudo e propostas que permitissem ao Governo a tomada de medidas conducentes à viabilização da GELMAR, com base nas atividades que pudessem ser consideradas economicamente rentáveis, ou decidir quanto à sua liquidação. Os estudos económico-financeiros realizados demonstram inelutavelmente a impossibilidade de viabilizar a GELMAR. (…). Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 12 de janeiro de 1984. - Mário Soares - Carlos Alberto da Mota Pinto - Ernâni Rodrigues Lopes - Amândio Anes de Azevedo - Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto. Promulgado em 16 de fevereiro de 1984. Publique-se. O presidente da República, António Ramalho Eanes. Referendado em 17 de fevereiro de 1984. O primeiro-ministro, Mário Soares.”
[6] Sexta-feira, 1 de junho “O tribunal judicial de Casais absolveu e mandou em paz António Manuel Baptista Dias, julgado por alegado envolvimento no atentado contra o diretor-delegado da Standard Eléctrica, cometido em julho de 1981. A sentença, lida à porta fechada, terminou com os 13 meses de detenção a que esteve sujeito o réu, professor primário do Barreiro, de 26 anos, preso dia 21 de abril quando se encontrava a dar uma aula, que era acusado de pertencer às FP-25, organização que havia reivindicado o atentado. «Vou regressar ao trabalho na minha escola» - disse, já fora do tribunal (…). Esta foi a segunda e última sessão do julgamento, durante o qual o acusador público pedira que fosse feita justiça e onde o advogado de defesa, Romeu Francês, apelara à absolvição. «Não se conseguiu provar nada» - disse o réu depois da absolvição. «Não tenho nada a ver com o assunto mas como sou alvo de manifesta perseguição acredito que daqui por algum tempo volte a ser preso». «O poder está a atacar as pessoas que se enquadram politicamente na aérea da esquerda». (…). Durante o julgamento deste caso, que decorreu no 2.º juízo do tribunal de Cascais, as testemunhas do atentado de 1981 não reconheceram na pessoa do réu um dos dois atiradores envolvidos no atentado contra o diretor da Standard Eléctrica, Carlos Piçarra de Oliveira. António Baptista Dias havia já estado nove meses preso aquando da chamada «tentativa insurrecional de 12 de fevereiro», em 1982, acusação da qual foi também absolvido.”

na sala de cinema

Iron Eagle” (1986), real. Sidney J. Furie, c/ Louis Gossett Jr., Jason Gedrick, David Suchet … estreado quinta-feira, 8 de maio de 1986 nos cinemas Castil e Roma. “Doug Masters, filho do piloto veterano da Força Aérea dos EUA, coronel Ted Masters, é um aviador civil finório, que espera seguir as pegadas do pai. As suas esperanças são desfeitas quando recebe um comunicado de rejeição da Academia da Força Aérea. Piorando as coisas, é a notícia de que o seu pai foi abatido e capturado por um país pária árabe fictício quando patrulhava os céus do Mar Mediterrano. Apesar do incidente ter ocorrido em águas internacionais, o tribunal do país sarraceno considerou o coronel Masters culpado de invasão de território e condena-o a ser enforcado dentro de três dias. Constatando que a administração americana não mexerá uma palha para salvar a vida do pai, Doug decide tomar o assunto nas suas próprias mãos e planear a missão de salvamento. Ele pede ajuda ao coronel Charles «Chappy» Sinclair, um piloto veterano da guerra do Vietname na reserva, que, não conhecendo pessoalmente o coronel Masters, teve uma disputa cordial com ele anos antes de conhecer Doug e «topa o género». A princípio, Chappy mostra-se cético, mas Doug convence-o que, com os seus amigos, tem acesso total às informações e recursos da base área e consegue dar-lhe um caça F-16 para a missão.” Factos: “A personagem do coronel Charles «Chappy» Sinclair foi inspirada na vida do general da Força Aérea americana Daniel «Chappie» James Jr. O general Chappie foi membro do afamado Esquadrão Tuskegee, formado apenas por pretos, e pilotou caças nas guerras da Coreia e do Vietname. Mais tarde, tornou-se o primeiro preto general de quatro estrelas na história dos EUA.” “A canção-título do filme é tocada pelos King Kobra. O videoclip mostra os membros da banda sendo treinados para uma missão pelo Chappy (Louis Gossett Jr.). A banda separou-se uns anos depois. O vocalista, Mark Free, submeteu-se a uma operação de mudança de sexo em meados dos anos 90, e agora grava sob o seu novo nome Marcie Free.” “Iron Eagle II” (1988), real. Sidney J. Furie, c/ Louis Gossett Jr., Mark Humphrey, Stuart Margolin… estreado quinta-feira, 25 de maio de 1989 no Alfa 1, Amoreiras 1 e S. Jorge sala 1. “Numa patrulha de rotina no espaço aéreo americano no oeste do Alasca, os pilotos Doug «Thumper» Masters e Matt «Cobra» Cooper testam a aceleração dos seus F-16. As suas travessuras entusiasma-os quando se perdem sobre espaço aéreo soviético. Enquanto estão a ser escoltados de volta ao espaço americano, um dos aviões soviéticos tem Doug fixado na mira. Isto conduz a uma breve peleja. Na batalha subsequente, Matt perde controlo do seu avião e é demasiado tarde para salvar Doug, que é abatido pelos soviéticos. No dia seguinte, o secretário de Defesa dos EUA publicamente nega o incidente, alegando que um acidente de treino, causado por mau funcionamento do sistema de combustível, matou Doug. No museu da Força Aérea dos EUA no Arizona, o coronel Charles «Chappy» Sinclair é retirado da reserva e promovido a brigadeiro-general para liderar a «Operação Dark Star», uma operação militar ultrassecreta. Ele encontra-se com Matt e o resto dos pilotos e soldados selecionados numa base militar não desvendada em Israel. Em breve, a esta choldraboldra juntam-se os pilotos soviéticos, que compõem a outra metade da operação, para sua consternação. Durante o briefing, é revelado que um país não nomeado no Médio Oriente concluiu a construção de um complexo de armas nucleares capaz de lançar ogivas contra os EUA e a URSS. A sua missão é destruir o complexo, porque as armas nucleares estarão prontas dentro de duas semanas. Americanos e soviéticos têm dificuldade em cooperar uns com os outros. A situação complica-se ainda mais quando Matt percebe que o ás da aviação Yuri Lebanov é aquele que abateu Doug. Ao mesmo tempo, ele lentamente desenvolve uma relação com a mulher-piloto, Valeri Zuyeniko.” Factos: “O alvo indicado no mapa na sala do briefing situa-se na fronteira do Irão e Iraque na extremidade noroeste do Golfo Pérsico.” “Pode ser visto claramente nalguns monitores dos computadores na base de misseis inimiga que folhas de cálculo Lotus 1-2-3 estão a ser carregadas em vez de software de lançamento de misseis.” “Aces: Iron Eagle III” (1992), real. John Glen, música Harry Manfredini, c/ Louis Gossett Jr., Rachel McLish, Paul Freeman … “O coronel da Força Aérea dos EUA Charles «Chappy» Sinclair e os seus amigos Leichmann, Palmer e Horikoshi gerem uma exibição de aviões clássicos da Segunda Guerra Mundial num espetáculo aéreo, no qual encenam batalhas disparando uns contra os outros projéteis de tinta e são «abatidos» aterrando com emissões de fumo. Nessora, ao tomar conhecimento que o seu velho amigo chamado Ramon Morales foi morto num desastre de avião no Golfo do México, Chappy é chamado à base da Força Aérea de Lethridge, em Browsville, Texas, onde os destroços do aparelho de Ramon estão a ser examinados. Chappy explica fotos na carteira de Ramon, os seus irmãos mais novos, a sua irmã Anna (Rachel McLish), que se formou na UCLA com uma bolsa de estudo de desporto, e o seu pai, presidente da câmara de uma pequena aldeia peruana, e que «ele tem um tia a viver aqui em Brownsville, mas isso está tudo nos vossos ficheiros». É-lhe revelado por Crawford, chefe da estação da DEA em Houston, que Ramon foi abatido por «um cartel de droga colombiano», enquanto carregava «cocaína no valor de 250 milhões no tanque». Entrementes, na aldeia de Izquitos, no Peru, o ex-capitão nazi Gustav Kleiss dirige um cartel de droga mantendo Anna Morales, a filha do presidente da câmara, refém.”Iron Eagle IV” (1995), real. Sidney J. Furie, c/ Louis Gossett Jr., Jason Cadieux, Joanne Vannicola … “Produção americana-canadiana, diretamente para o mercado de vídeo, do quarto capítulo das façanhas do coronel / brigadeiro-general Charles «Chappy» Sinclair. Doug Masters, o protagonista do primeiro filme e falecido no segundo, regressa, mas interpretado por Jason Cadieux em vez de Jason Cedrick. A sequência de abertura é uma alternativa à de «Iron Eagle II», em que Doug Masters sobrevive após ser abatido em espaço aéreo soviético. Numa patrulha de rotina no espaço aéreo americano no oeste do Alasca, Doug Masters e o seu ala testam a força G dos seus F-16. As suas traquinices empolgam-nos perdendo-os no espaço aéreo soviético. Quando são escoltados de regresso ao espaço aéreo americano, um dos aviões soviéticos tem Doug fixado na mira. Doug pede para quebrar formação e confrontar o avião soviético, mas é negado pelo controlo de voo. É imediatamente abatido, mas ejeta-se em segurança e aterra em solo soviético, onde é rapidamente capturado por soldados soviéticos nas proximidades. Vários anos decorreram desde o incidente, e Doug ainda é assombrado pelo fantasma da tortura na prisão soviética: «Quanto tempo pode um homem viver sem água? Sabes? Seis, sete, oito dias?». Ele trabalha com um avião pulverizador, mas é logo recrutado pelo seu velho amigo, o brigadeiro-general na reserva Charles «Chappy» Sinclair, para ser instrutor na sua escola, a Iron Eagle Flight School, em Silver Creek. Chappy precisa da ajuda de Doug, pois a sua escola foi inundada de delinquentes juvenis que voam os North-American T-6 sem respeito pela segurança. Estes estudantes foram acolhidos por Chappy como meio de reabilitá-los, num «programa motivacional». Doug não está satisfeito em ser instrutor de delinquentes, diz-lhes: «Quando eu tinha 9 anos, queria ter 15. Quando tinha 15, queria ter 21. Porquê? Porque odeio crianças». Chappy insiste: «Pelo menos fica até eu encontrar um substituto». Doug: «Por quanto tempo?» Chappy: «Alguns dias, um par de semanas». Doug: «Um par de semanas? Ouve, dou-te uma semana, máximo». Durante uma exibição, em que os delinquentes confrontam-se com filhos de militares da Força Aérea, Wheeler (Joanne Vannicola, atriz canadiana amiga de LGBT), uma das delinquentes, ludibria um traficante de droga em 2000 dólares entregando-lhe um saco de açúcar disfarçado de cocaína. Ela planeou fugir com o seu avião de treino e voar para o México para «começar de novo». Doug aparece e ordena-lhe que regresse. Durante uma picardia de acrobacias, entre eles, Wheeler quase perde controlo do avião, Doug diz-lhe para aterrar numa base abandonada da Força Aérea e «esperar por ele» [1]. Ao aterrar, Wheeler e o seu copiloto Rudy Marlowe deparam-se com militares americanos e o capitão dá ordem para que os matem. Wheeler segura no cano da metralhadora defendendo a preciosa vida. Doug intervém disparando balas de tinta, permitindo que os adolescentes escapem da base.” “Kill or Be Killed” (1976), real. Ivan Hall, c/ James Ryan, Charlotte Michelle, Norman Coombes … com o título local “Olimpíada do karaté” estreado quinta-feira, 30 de abril de 1981 no Avis. “Um famoso lutador de artes marciais, Steve Chase (James Ryan), viaja para o deserto para aquilo que pensa ele ser uma competição de estilo olímpico. A competição revela-se uma armadilha montada pelo barão von Rudolff (Norman Coombies), um ex-general nazi que ainda está amargurado pela humilhante derrota da sua equipa de artes marciais nos Jogos Olímpicos de verão em 1936 pelo japonês Miyagi (Raymond Ho-Tong). Steve quer escapar quando a sua namorada e companheira karateca, Olga (Charlotte Michelle), é considerada inapta para continuar na equipa de von Rudolff. Quando Steve e Olga fogem, von Rudolff envia o seu complacente esbirro, o anão Chico (Danie DuPlessis), em viagem pelo mundo para recrutar os melhores lutadores para a sua equipa.” “Kill and Kill Again” (1981), real. Ivan Hall, c/ James Ryan, Anneline Kriel, Michael Mayer … com o título local “Batalhão de comandos” estreado quinta-feira, 2 de fevereiro de 1984 nos cinemas Politeama e Pathé. “O enredo envolve Steve Chase (James Ryan), tentando travar o malévolo Marduk (Michael Mayer) de reunir um exército de escravos karatecas controlados pela mente e dominar o mundo. Steve é ajudado por Gorilla, o hércules (Ken Gampu); Gipsy Billy, o «ex-campeão do mundo» (Norman Robinson); Fly, um místico (Stan Schmidt) e Hotdog, o engenhocas perito em armamento e teorético alivio cómico (Bill Flynn). Na equipa de Steve está também Kandy Kane (Anneline Kriel [2]), uma mulher alegando ser filha do Dr. Kane, que inventou o soro de controlo da mente extraído da batata que Marduk utiliza no seu exército.”
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[1] Dos serviços mínimos sociais: paz, pão, habitação, saúde, educação, este último primeiriza como tampão ao transviamento das jovens na delinquência, marginalidade, improdutividade, estropício económico, afundamento do PIB das nações. Em função disso, 10 000 pedagogos maniacamente purificam estratégias para professores em sede de sala de aulas. Há estudos que provam, feliz expressão cunhada por Arménio Carlos, maior especialista português em estudos, que, na nova escola para futuro, a mulher aprende melhor nua. Em apoio à sala de aulas, a residência universitária, a república, a casa partilhada, desinibe a jovem, proficiência vantajosa para as entrevistas com empregadores, num meio de discipulado informal convivente com as tecnologias digitais, que registam a primeira informação para o currículo, deste modo, Andrea na universidade de Hofstra, Nova Iorque. Desenvoltas diante das câmaras, em espanhol chamam-lhes putitas amateurs, em português não há uma palavra simples para elas, por aproximação, boa filha, excelente aluna, fiel namorada, jovem empresária, uma senhora, por virtude contêm esse conceito. Jovens feias, atesoiradas de educação na área artística, anulam o fosso estético e vão a lugares, deste modo, Daniela Florez ou Ximena Gomez. E Deus criou a mulher com ativos.
Indica Renegade, 1,67 m, 54 kg, olhos castanhos, de Sacramento, Califórnia, t.c.c. Miss Indica, Indi, Indi Rene. Comida favorita: feijão-verde, frango, arroz integral. Profissão: cabeleireira / poupando para voltar à escola. Os seus ativos: “Estou aqui para uma e apenas uma coisa – satisfazê-lo.” Sites: {myfreecams} {tumblr} {PornHub} {mygirlfund} {Instagram}. Obra artística: {Twerking to "In My Shoes"} ѽ {Indica Renegade} ѽ {Jiggling for Olaf to the dirtball} ѽ {Twerk Twerk Twerk} ѽ {Sexy Ass Twerk} ѽ {Striptease} ѽ {Getting Dressed} ѽ {Trying To Put Pants On} ѽ {Indi Rene vs Mandy Kay}.
Jasmina, 1,70 m, 84-66-86, olhos cor de avelã, cabelos castanhos, ucraniana. Ativos: rosto lindíssimo, magnífico rabo arredondado e uma vagina barbeada insanamente traçada… Jasmina é uma adolescente deslumbrante. Tipo de vagina: semelhante a um pêssego com pequenos lábios encobertos. “Atraente, com seios pequenos e formas curvilíneas, um doce que sabe exatamente como deslumbrar e provocar, fruindo do toque quente do seu corpo nu e abundantes gemidos sensuais, coisas que tornam sempre as suas sessões em momentos fantásticos. Ela certamente conhece a maneira de agradar aos olhos e com aqueles mamilos rijos sempre expostos de forma bonita, ela irá encantar os seus fãs e satisfazê-los com exibições exclusivas.” Sites: {European Pornstars} {Indexxx} {Elite Babes} {Coed Cherry} {brdteengal} {The Nude} {Met-Art} {Erotic Beauties}. Obra fotográfica: {fotos2} {fotos3} {fotos4} {fotos5} {fotos6} {fotos7} {fotos8} {fotos9}.
[2] Anneline Kriel, 1,70 m, 89-60-89, olhos azuis, cabelo loiro, Miss África do Sul e Miss Mundo 1974. A vencedora desse ano, a galesa Helen Morgan, foi obrigada a abdicar quatro dias depois, ao ser tornada pública a sua vida depravada. “Helen pertence a um setor muito liberal da juventude britânica; ela tinha tido um caso com um rapaz chamado Chris, o casal sem ser casado tem um bebé de 18 meses. Apesar desta situação, eles envolvem-se frequentemente com outras pessoas, Helen teve um caso com Raymond Lagrove até que ele confessou-lhe que já era casado. Raymond reapareceu em cena após a vitória de Helen, gabando-se por todo o lado que era o pai do filho dela, a situação tornou-se escandalosa e fez Helen renunciar ao título. Linda Lagrove, esposa de Raymond, apercebeu-se do nervosismo dele durante a noite da final, quando assistiam pela televisão, Raymond acabou por confessar o romance e Linda pediu o divórcio, ao qual Helen teria de assistir no tribunal porque ela era «a outra». Linda Lagrove telefonou a Julia Morley (mulher do presidente executivo do concurso Miss Mundo), e contou-lhe a história, Julia considerou-a vergonhosa e Helen Morgan foi demitida do seu título. Depois de devolver o título, as declarações de Helen Morgan à imprensa foram irónicas. «Participei num concurso de beleza, não num concurso de moral». «Renunciei, isso é verdade, mas um grupo de juízes reconheceu que eu sou a mais bonita do mundo, e ninguém pode tirar-me o título». Está zangada? «Não, porém dececionada, porque eu queria o prémio e o dinheiro, sei agora, que alguém irá tirar proveito, alguém que realmente precisa dele». O que vai agora fazer para ganhar a vida? «Bem, a mesma coisa de sempre, trabalhar como modelo, cuidar do meu filho, felizmente sei como trabalhar para viver». Helen, devolvendo todos os prémios que recebeu, Anneline Kriel, Miss África do Sul, 19 anos, tornou-se a nova Miss Mundo. Loira de olhos azuis, estudante de teatro na universidade de Pretoria, quer ser atriz.” Anneline editou o singleHe Took Off My Romeos” (1981), Warner Bros WBS 757; e posou para a capa da Playboy sul-africana dezembro 1994.

no aparelho de televisão

Sábadába (1981), real. Nuno Teixeira, Luís Andrade, c/ Ivone Silva, Camilo de Oliveira, Vítor de Sousa, Manuel Cavaco, Manuel Queiroz … programa de música e humor transmitido na RTP 1 pelas 21h35, aos sábados, de 7 de novembro / 19 de dezembro de 1981. “Na passagem de ano de quinta-feira, 31 de dezembro de 1981 para sexta-feira 1 de janeiro de 1982 foi exibido um Sábadábadú especial de fim de ano, que teve como convidada principal a atriz brasileira Tônia Carrero. No dia 9 de janeiro de 1982 foi exibido um compacto com os quadros mais conseguidos deste especial. O programa sofreu entretanto um interregno, por motivo de doença de César de Oliveira, regressando apenas a 6 de fevereiro, até 27 de março. A realização passou para Luís Andrade, em substituição de Nuno Teixeira, que fora destacado para a primeira telenovela portuguesa, «Vila Faia». Os Agostinhos estiveram presentes no Festival RTP da Canção 1982, transmitido a 6 de março de 1982, onde anunciavam as diversas canções concorrentes. O clássico refrão «isto é que vai uma crise» foi adaptado para «isto é que vai uma festa». (…). Entre 29 de julho e 26 de agosto de 1989 foram repostos 5 dos programas.” “Um programa que não tem um humor de revista, mas um humor escrito por um homem de revista, César de Oliveira. Um humor próximo dos problemas atuais dos portugueses, que vem sublinhar o nosso dia-a-dia. Ficaram famosas as rábulas e personagens como o Padre Pimentinha, Agostinho e Agostinha, os Conselhos de Madame Sarita, o barman Máximo e sua Clotilde, Zé Lusitano, o pedinte zarolho e os velhos rezingões de A amor é...Masada” (1981), c/ Peter O’Toole (comandante da legião romana Lucius Flavius Silva), Peter Strauss (comandante judeu Eleazar ben Ya’ir), Barbara Carrera (amante judia de Silva), David Warner (Pomponius Falco) … minissérie americana transmitida na RTP 1 pelas 21h15, às segundas-feiras, de 31 de julho / 21 de agosto de 1989. “David Warner ganhou um Emmy pelo seu papel. O’Toole foi nomeado para o Emmy. Foi a sua primeira aparição numa minissérie americana. A música para as partes I e II foi composta por Jerry Goldsmith. Devido a inumeráveis atrasos na produção, Goldsmith foi forçado a partir para outros compromissos de composição previamente contratados. As partes III e IV foram compostas por Morton Stevens baseado nos temas e motivos que Goldsmith escrevera. Jerry Goldsmith recebeu o seu quarto Emmy pela partitura da parte II. Masada foi filmada no local da antiga fortaleza, no deserto da Judeia, Israel. Restos da rampa, criada durante a rodagem para simular a rampa construída pelos romanos para tomar a fortaleza, pode ainda ser vista no local.” “Dirigida por Boris Sagal, a série é baseada na novela «The Antagonists» de Ernest Kellogg Gann e recorda a epopeia de uma corajosa comunidade judaica que há 2 mil anos se bateram até à morte pela liberdade e que representam um símbolo universal na luta pela independência.” “Non-lieu” (1981), real. Bruno Gantillon, c/ Charles Denner, Michael Lonsdale, Nicole Courcel … minissérie francesa transmitida na RTP 1 pelas 21h05, às terças-feiras, de 25 de julho / 15 de agosto de 1989. “Responsável pela morte de um homem – um ciclista atropelado de noite numa rua deserta – o juiz Laurent Mathieu (Charles Denner) teve de aceitar a sua transferência para Rochelle, cidade natal da sua mulher, Jacqueline (Laurence Mercier). Vários anos passaram. A alguns quilómetros da cidade, uma jovem, Cécile Durez, é encontrada morta e nua na praia. Ela foi estrangulada, mas não foi violada. O único indício para o comissário Daubian (Alain Ollivier) encarregue do caso: um sapato de ténis encontrado junto do corpo. Pouco depois, um segundo crime é descoberto nos limites da mesma cidade. Uma jovem de origem modesta, Violette Desmartine, é encontrada estrangulada no terreno baldio que ladeia o parque da moradia de Solange Lieber (Nicole Courcel), administradora de uma importante fábrica da região. Após ouvir vários testemunhos, a atenção do comissário volta-se para Gilbert Dereine (Michael Lonsdale), um eminente ginecologista da cidade, conhecido elas suas posições reacionárias contra o aborto, que foi visto, na sua viatura, na hora presumida do crime, não longe de lá.” “Non-lieu. Roman». O título do livro do qual é retirada esta série indica bem a distanciação tomada e querida por Pierre Desgraupes. Na sua advertência precisa que se inspirou no caso Bruay-en-Artois [1], ele manteve, além de algumas peripécias policiais clássicas, «o modelo de um confronto fatalmente desigual, entre um juiz que se crê justo e um acusado presumido pela lei inocente, mas que o jogo quase mecânico da justiça, amplificado pelas ressonâncias da opinião, transforma invariavelmente num presumido culpado.” 1.º episódio: a ação passa-se numa pequena cidade francesa onde surge o cadáver de uma mulher. O médico local é o principal suspeito mas não há provas concretas. O juiz encarregado do caso decide manter na prisão o acusado, pois transfere para este o remorso que ele próprio sente causado por um acidente de viação ocorrido com ele e que foi arquivado por ausência de provas. 2.º episódio: ao ser ouvido como testemunha, o médico, que quer esconder a sua ligação com Solange, fornece explicações e alibis pouco concretos quanto ao modo como passou o dia e sobre o facto do seu automóvel estar junto ao local do crime. 3.º episódio: na cidade, as opiniões dividem-se conforme as classes sociais. Como não foi encontrada nenhuma prova que incriminasse o médico, os notáveis, apoiados pelo procurador, que entretanto recebe ordens de Paris, pedem ao juiz que o liberte, pedido que o magistrado recusa categoricamente. É que ele está convencido de que o médico conhecia a vítima e costumava encontra-se com ela em casa de Solange Lieber. Top Of The Pops” (1980). “Também conhecido por TOTP é um programa de televisão de tabelas de discos, feito pela BBC e originalmente transmitido semanalmente entre 1 de janeiro de 1964 e 30 de julho de 2006. Era tradicionalmente transmitido todas quintas-feiras à tarde na BBC 1, exceto por um breve período nas sextas, em meados de 1973, antes de se mudar novamente para as sextas em 1996, e depois para os domingos na BBC Two em 2005. Cada programa semanal consistia em atuações de alguns dos artistas de música popular mais vendidos dessa semana, com um resumo da tabela de singles dessa semana. (…).  Top Of The Tops foi criado pelo produtor da BBC Johnnie Stewart, inspirado no popular «Teen and Twenty Disc Club», que ia para o ar na Rádio Luxemburgo. (…). Top Of The Pops foi transmitido pela primeira vez quarta-feira,1 de janeiro de 1964 às 18 h35. Foi produzido no Studio A em Dickenson Road, em Rusholme, Manchester. O DJ Jimmy Saville apresentou o primeiro programa ao vivo do estúdio de Manchester (com um breve ligação a Alan Freeman em Londres para resumir o programa da semana seguinte), que apresentou (nesta ordem): The Rolling Stones com «I Wanna Be Your Man», Dusty Springfield com «I Only Want to Be with You», Dave Clark Five com «Glad All Over», Hollies com «Stay», Swinging Blue Jeans com «Hippy Hippy Shake» and os Beatles com «I Want to Hold Your Hand», o número um dessa semana.”
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[1] “Caso Bruay-en-Artois é um caso criminal francês muito mediatizado nos anos 70: o assassinato, nunca desvendado, de uma adolescente de origem modesta, Brigitte Dewèvre, em Bruay-en-Artois. Após a descoberta, a 6 de abril de 1972, do corpo de Brigitte, o notário Pierre Leroy e a sua amante, Monique Béghin-Mayeur, são indiciados, depois presos, enquanto o juiz de instrução reconhece não possuir nenhuma prova tangível da sua implicação no homicídio. Militantes da extrema-esquerda aproveitam a pertença destes dois acusados à burguesia para transformar este caso num símbolo da luta de classes numa região afetada então pelo encerramento das minas de carvão. Eles são finalmente libertados. (…). A 6 de abril de 1972 em Bruay-en-Artois, num terreno baldio que separa o bairro burguês do bairro mineiro, crianças descobrem o corpo sem vida de Brigitte Dewèvre, filha de mineiro, com quinze anos e meio. Na tarde anterior, 5 de abril, ela saiu cerca das 19h30 para ir dormir na casa da avó e desapareceu. Brigitte foi vista pela última vez pelas 19h45, a conversar com um desconhecido de camisola de gola alta. Ela foi estrangulada com um laço maleável, possivelmente um lenço, parcialmente despida, arrastada para um terreno baldio na traseira da sebe da moradia branca de Monique Béghin-Mayeur (filha do maior comerciante de móveis de Bruay-en-Artois e que se estava a divorciar), espancada e mutilada violentamente com um objeto cortante atrás na cabeça (do tipo machado ou canivete de poda), mas não violada, depois dissimulada debaixo de pneus velhos. (…). Michel Onfray recorda o evento nas suas conferências sobre a «Contre-histoire de la philosophie», em janeiro de 2013, e critica a atitude dos intelectuais da esquerda revolucionária dos anos 70, especialmente o papel de Jean-Paul Sartre e Serge July. Ele cita o jornal maoista «A causa do povo» que escreve: «Para derrubar a autoridade da classe burguesa, o povo humilhado terá razão para instalar um breve período de terror e atingir a pessoa de um punhado de indivíduos desprezíveis, odiados. É difícil atacar a autoridade de uma classe sem que algumas cabeças de membros dessa classe não passem pela ponta de uma lança», «sim, nós somos bárbaros. É preciso fazê-lo sofrer gradualmente! (…). Vamos cortá-lo pedaço a pedaço à navalha! (…). É preciso cortar-lhe os tomates! (…). Bárbaras estas frases? Certamente, mas para compreender é preciso sofrer 120 anos de exploração nas minas». O conferencista lembra também que o juiz traiu o segredo da instrução e estreia então o reinado da colaboração com os meios de comunicação social.” 
“O caso de Bruay ultrapassa realmente a crónica judicial, ainda que nacional, para transbordar no campo político e social. E mesmo cultural. Ele é revelador da atmosfera dos anos 70, essa década de exacerbação ideológica. Todavia, a incrível barbárie verbal empregue pela «Causa do povo» semeou confusão até nas fileiras da extrema-esquerda. Rapidamente, André Glucksmann, um dos dirigentes da esquerda proletária, distanciou-se dos maoistas do norte liderados por esse «Marc», na realidade o pseudónimo de Serge July, futuro diretor do Libération, ou do professor de filosofia François Ewald, que exigiam a constituição de um tribunal popular para julgar o notário… O próprio Jean-Paul Sartre que, por solidariedade intelectual com a organização interdita, tinha aceitado ser o diretor da «Causa do povo», marcou a sua desaprovação tardia em relação aos seus excessos. O caso despoletou um debate sobre a definição de justiça popular que mobiliza as grandes figuras da segunda metade do século XX, Michel Foucault ou Maurice Clavel.”
Michel Foucault: “Parece-me que não devemos partir da forma tribunal popular, e perguntar como e em que condições pode haver um tribunal popular, mas antes partir da justiça popular, dos atos de justiça popular, e perguntar o lugar que pode aí ocupar um tribunal. Esses atos de justiça popular pode ou não coadunar-se com a forma de um tribunal? A minha é que o tribunal não é a expressão natural da justiça popular, mas, pelo contrário, tem por função histórica reduzi-la, dominá-la e sufocá-la, reinscrevendo-a no interior de instituições caraterísticas do aparelho de Estado. Exemplo: em 1792, quando a guerra se desencadeia nas fronteiras e se pede aos operários de Paris que partam, se deixem matar, eles respondem: «Não partiremos antes de ter feito justiça aos nossos inimigos do interior. Enquanto nós nos expomos, eles estão protegidos pelas prisões onde os fecharam. Não esperam senão a nossa partida para saírem de lá e restabelecerem a antiga ordem das coisas. De qualquer modo, aqueles que nos governam hoje querem utilizar contra nós, para nos fazer reentrar na ordem, a dupla pressão dos inimigos que nos invadem do exterior e dos que ameaçam no interior. Nós não iremos bater-nos contra os primeiros sem antes nos termos desembaraçado dos últimos». As execuções de setembro eram ao mesmo tempo um ato de guerra contra os inimigos internos, um ato político contra as manobras dos homens dos homens no poder e um ato de vingança contra as classes opressoras. No decorrer de um período de luta revolucionária violenta, não era isso um ato de justiça popular, pelo menos numa primeira abordagem, uma réplica à opressão, estrategicamente útil e politicamente necessária? (…).
Quando no século XIV o feudalismo teve de enfrentar as grandes revoltas camponesas e urbanas, a justiça procurou apoio num poder, num exército, num sistema fiscal centralizados; e duma assentada apareceram com o Parlamento, os procuradores do rei, as perseguições oficiais, a legislação contra os mendigos, vagabundos, ociosos e, em breve, com os primeiros rudimentos de polícia, com uma justiça centralizada – o embrião de um aparelho de Estado judicial que cobria, sujeitava e controlava as justiças feudais com o seu sistema fiscal, mas lhes permitia funcionar. Assim apareceu uma ordem «judicial» que se apresentou como a expressão do poder público: árbitro ao mesmo tempo neutro e autoritário, encarregado de resolver «justamente» os litígios e de assegurar «autoritariamente» a ordem pública. Sobre este fundo de guerra social, de tributação fiscal e de concertação de forças coercivas, estabeleceu-se o aparelho judicial. (…).
Eu não sei como é que isso se passa na China, mas olhemos com mais rigor o que significa a disposição espacial do tribunal, a disposição das pessoas que estão dentro ou diante de m tribunal. Isso significa no mínimo uma ideologia. Qual é essa disposição? Uma mesa; atrás dessa mesa, que os distancia ao mesmo tempo das duas partes, terceiros que são os juízes; a posição destes indica primeiro que são neutros em relação a uma e a outra; segundo, isso implica que o seu julgamento não é determinado previamente, que se vai estabelecer depois do inquérito pela audição das duas partes, em função de uma certa norma de verdade e de um certo número de ideias sobre o justo e o injusto; e, terceiro, que a sua decisão terá força de autoridade. Aqui está o que quer dizer, finalmente, esta simples disposição espacial. (…). No caso de uma justiça popular, tu não tens três elementos, tens as massas e os seus inimigos. Depois, as massas, quando reconhecem em alguém um inimigo, quando decidem castigar esse inimigo – ou reeducá-lo – não se referem a uma ideia universal abstrata de justiça, referem-se somente à sua própria experiência, aos danos que sofreram, à maneira como foram lesadas, como foram oprimidas; e, enfim, a sua decisão não é uma decisão de autoridade, quer dizer, elas não se apoiam sobre um aparelho de Estado que tem a capacidade de fazer valer decisões – executam-nas pura e simplesmente. Portanto, eu estou completamente convencido de que a organização, de qualquer modo ocidental, do tribunal, não tem nada a ver com a prática da justiça popular”, em “Sobre justiça popular”, Michel Foucault / militantes maoistas.             

na aparelhagem stereo

Diário Popular, 20 de setembro de 1966. Coimbra – “A moda dos jovens de cabelos compridos, que parece alastrar por todo o mundo, não está em Coimbra a ter aquele acolhimento que se poderia esperar duma cidade de estudantes. É certo que algumas tentativas foram feitas por parte de vários jovens entre os 14 e os 17 anos, os mesmos que fazem estalar a ponta dos dedos em ritmos de «ié-ié». Assim, começam a surgir nas ruas da cidade alguns desses exemplares, imitando pobremente a juventude de muitos outros países. Eram, no entanto, tão poucos os que se viam, que todo aquele que aparecesse nesse exótico estado de «evolução» - pois assim lhe chamavam - se tornava imediatamente aos olhos dos outros como que uma coisa rara, que atraia as atenções e provocava chamamentos e ditos mais ou menos pitorescos, como é vulgar nesta cidade. – Coitado, aquele rapazinho por certo deve ser órfão… – dizia um estudante já veterano. – Sim, se ele tivesse pai, com toda a certeza que não andava naquela figura… [1] (…). Acontece, no entanto, que o comandante da PSP, capitão Rosa Carvalhal, a quem não se pode dizer que falte espírito académico, pois ainda não já muitos anos que abandonou os bancos da universidade, também não gosta de ver essas exóticas e guedelhudas figuras, que por vezes contrastam de maneira chocante com o aspeto limpo e distinto que sempre caracterizou o estudante de Coimbra. Assim, e escudado na autoridade que lhe dá o seu cargo, não esteve com meias medidas! Quantos imitadores dos «Beatles» encontrava nas ruas da cidade imediatamente mandava um guarda da PSP conduzi-lo ao barbeiro da polícia, onde o guedelhudo era rapado até ficar sem um pelo. Isto aconteceu nesta cidade e depois na Figueira da Foz, onde igualmente abundavam destes rapazes de fartas trunfas. (…). Chegado de férias da sua aldeia de Prados – Celorico da Beira – o jovem Manuel Bernardo Nunes, que é aluno de Filosofia, apresentou-se nesta cidade não como um «beatle», como ele próprio dizia, mas sim com uma cabeleira própria dos filósofos antigos, que lhe caia abundantemente pelos ombros, à mistura com um esboço de barba aloirada. Vagueou pela calçada, exibindo a sua trunfa de 4 meses e observando o efeito que a mesma produzia na assistência, especialmente no chamado sexo fraco… Mas o Bernardo Nunes desconhecia os últimos acontecimentos e, assim, logo que teve o azar de se cruzar em plena rua Ferreira Borges com o comandante da PSP, ouviu deste, muito amigavelmente, as seguintes palavras: Quando é que aparece lá na polícia para se cortar esse cabelo? O estudante de Filosofia soube perfeitamente interpretar o amável convite do capitão Rosa Carvalhal e, com o «desportivismo» próprio dos derrotados, respondeu: Pode ser amanhã… E ontem, ao fim da tarde, o Bernardo Nunes, que tanta e tão boa figura tinha feito na sua aldeia de Prados, com um cabelo de 4 meses, subiu os degraus da 1.ª esquadra, como quem vai para a guilhotina, não para deixar a cabeça, mas somente a supérflua guedelha… Perante o próprio comandante, que também se divertia com toda esta história de extermínio dos guedelhudos em Coimbra, o barbeiro transformou o tal «cabeça de filósofo antigo» numa cabeça de pessoa normal. No final da operação, o Manuel Bernardo Nunes teve de pagar ao barbeiro da polícia os $80 da praxe. E, por oitenta centavos, assim se acabam os «beatles» e os «filósofos antigos» nesta tradicionalista cidade de Coimbra.” [2]
Na década de 80, os cabelos descansam em paz:
Pale Shelter” (1983), p/ Tears For Fears. “É uma espécie de canção de amor, ainda que referindo-se mais aos pais do que a uma rapariga” – Roland Orzabal [3]. O título é uma referência a «Pale Shelter Scene», um desenho de 1941 do escultor britânico Henry Moore. “Composta por Roland Orzabal e cantada pelo baixista Curt Smith, foi, originalmente, o segundo single da banda lançado no início de 1982, mas não alcançou sucesso nas tabelas até à reedição (com uma gravação diferente) no ano seguinte. (…). Junto com «Suffer the Children», «Pale Shelter» foi uma das duas canções da maquete que conseguiu o primeiro contrato dos Tears for Fears, com a Phonogram, em 1981. A canção nasceu na sequência de dois acordes que Orzabal tinha estado a tocar repetidamente na sua guitarra acústica durante semanas. O resto da música e letra foram, por fim, escritas durante uma única manhã. A maqueta original foi gravada no estúdio caseiro do músico Ian Stanley, em Bath, após um encontro fortuito que levou a uma relação de trabalho com o duo. Depois do lançamento do single de estreia, «Suffer the Children», produzido por David Lord, «Pale Shelter» foi selecionado como o seguinte. Num esforço para soar mais comercial, e por que Lord estava ocupado a gravar o quarto álbum de Peter Gabriel, Mike Howlett foi chamado para produzir. Divergências artísticas entre o duo e Howlett (especialmente em relação ao seu uso excessivo da bateria de Linn) resultou neste ter sido o seu único trabalho com os Tears for Fears. Como Curt Smith comentou mais tarde: «Mike era demasiado comercial para nós. Acho que sentimos que não estávamos a aprender coisa alguma e não éramos bons a ser empurrados em direções que não desejávamos ir». A canção acabou sendo regravada por Chris Hughes e Ross Cullum para o álbum de estreia da banda, «The Hurting». Apesar de tudo, as duas gravações da canção abrem com um sample tocado ao contrário, na original, é um verso extra dito por Orzabal, ao passo que na versão do álbum é uma frase de piano.” “O videoclipe promocional de «Pale Shelter» foi realizado por Steve Barron, no início de 1983, em Los Angeles, Califórnia. O vídeo, que apresenta uma série de justaposições bizarras (incluindo um polícia dirigindo o trânsito e um jacaré vivo numa piscina), é digno de nota pela cena em que Orzabal e Smith entram num mar de aviões de papel a voar, com um acertando direitamente no olho direito de Orzabal.” [4] Touch My Heart” (1987), p/ Danuta. Danuta Lato, 1,50 m, 104-58-84, olhos cor de avelã, cabelos castanhos, nascida Danuta Irzyk a 25 de novembro de 1963, em Szufnarowa, Podkarpackie, Polónia, t.c.c. Danuta Lato, Danuta, Danuta Duvall. No início da década de 80, escapou do comunismo mudando-se para a República Federal Alemã e para o inevitável sucesso no Ocidente Livre, como modelo e atriz e mais tarde cantora. Modelo: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4} {revistas}. Atriz: {“Beim nächsten Mann wird alles anders” (1988), real. Xaver Schwarzenberger} ѽ {“Busen 2” (1989)} ѽ {no episódio n.º 42, “Operacja” (1989), da série polaca “W Labiryncie”} ѽ {“ Soldier Of Fortune” (1990), real. Pierluigi Ciriaci}.
Little Russian” (1987), p/ Mr. Zivago. “Nome artístico escolhido pelo compositor e cantor italiano Massimo Rastrelli. Ele começou a sua carreira como guitarrista na banda liderada pelo letrista Marco Masini. O seu primeiro single, «Little Russian», foi editado na etiqueta BMS (Itália) e obteve algum sucesso, que ajudou a abrir caminho para um mais bem-sucedido single seguinte, «Tell By Your Eyes». Foram vendidas mais de 250 000 cópias em todo o mundo. Em 1992, Massimo juntou-se a uma equipa de compositores japoneses para editar o seu único longa-duração intitulado «Tell By Your Eyes». Esse álbum lançado no mercado asiático continha as suas canções menos conhecidas, «Yesterday» e «Sadness is Like Snow». Os momentos memoráveis de Massimo incluem atuações no festival de San Remo no coro de Umberto Tozzi.” Banana” (1990), p/ Garibaldi. “É um grupo pop mexicano que surgiu em 1986. Foi produzido por Luis de Llano Macedo e integrado originalmente por Pilar Montenegro, Patricia Manterola, Luisa Fernanda Lozano, Katia Llanos, Charly López, Javier Ortiz, Sergio Mayer e Víctor Noriega. Em 1986, o reconhecido produtor discográfico Luis de Llano Macedo teve a ideia de juntar oito jovens - quatro raparigas e quatro rapazes -, na cidade do México, com o objetivo de formar um novo grupo com o nome da mítica praça Garibaldi, lugar típico no qual grupos de música mexicana, mariachis, trios, jarochos, norteños e trovadores, se reúnem para injetar vida na música nacional. Luis de Llano associou-se a Óscar Gomez, e convocaram os integrantes do grupo. (…). Este grupo mostrava um ritmo fresco e alegre, típico da década. As canções e o estilo inigualável permitiram-no ter um êxito notável, pois as suas canções eram escutadas (e ainda são) em muitas festas e eventos por esse estilo contagioso de alegre. Entre as suas canções mais conhecidas estão: «Que te la pongo», «Banana», «La Ventanita», «Los Hijos de Buda», «Gariboom» e «Las mujeres dicen que el hombre casado sabe más bueno». (…). Também tiveram o seu filme em 1993 chamado “¿Dónde quedó la bolita?”, que foi rodado em Ixtapa, contando com vários atores de comédia.”
Rica Y Apretadita” (1994), p/ El General & Anayka. “Edgardo Franco, conhecido como El General, nasceu a 27 de setembro de 1969 na Cidade do Panamá. É filho de Catalina, uma mulher com ascendência da Jamaica e o seu pai, Victor, tem raízes em Trinidad e Tobago. Tem 5 irmãos e 5 irmãs.  Aos 12 anos, Edgardo começou a escrever cancões inspirado na situação social do seu bairro e nas suas próprias vivências, juntava-lhes melodias e a seguir gravava-as em cassetes, que depois distribuía aos motoristas dos transportes coletivos para que as tocassem nas suas carreiras, e assim levar a sua mensagem à comunidade. Depois de conseguir uma bolsa de estudo, o jovem artista mudou-se para os Estados Unidos, para estudar administração de empresas, logo se converteu em contabilista profissional. No entanto, apercebeu-se que a música era a sua verdadeira paixão e começou uma carreira como cantor [5]. O primeiro disco de El General chamava-se «Tu Pum Pum», logo lançou o seu álbum de estreia, «Estás Buena», que incluiu o êxito «Te Ves Buena». Em 1991, o álbum «Muévelo Con El General» permitiu-lhe começar a percorrer a América Latina. Em 1992, a cativante «Muévelo», uma mistura de rap latino e reggae da Jamaica, ganhou um prémio da MTV de melhor vídeo latino. «El Poder del General», publicado em 1993, apresentou um novo êxito de Edgardo Franco, um merengue chamado «Caramelo». O êxito de Edgardo Franco deixa para trás aqueles dias de pobreza no seu bairro natal de Rio Abajo, na capital panamiana quando era vendedor de refrescos nos concertos da Cidade do Panamá e sonhava estar no palco. (…). Em 2004, ele anunciou a sua retirada da indústria da música após um incidente com o governo do Panamá por causa do cancelamento do seu passaporte diplomático. Contudo, afirmou que iria dedicar mais tempo à sua carreira como produtor e empresário.” “O governo do presidente Martin Torrijos cancelou 121 passaportes diplomáticos emitidos pela sua antecessora Mireya Moscoso, entre eles o do ator escocês Sean Connery e o do cantor de rap El General. O chanceler e vice-presidente Samuel Lewis Navarro disse que a medida «é parte da reestruturação institucional com o propósito de estabelecer claramente quem estará legalmente habilitado a ter passaporte diplomático.” – “Anayka, nome artístico de Judith Cortés, nascida na cidade de Danbury, Connecticut, EUA, de mãe dominicana e pai porto-riquenho, é uma mulata bonita, doce e gentil [6], que canta, e desde criança se sentiu atraída pelo mundo do espetáculo. Com o passar dos anos também se desenvolveu nela a paixão pela moda e o desenho, um sonho que realizou ao formar-se no colégio Fashion Industry, na cidade de Nova Iorque, onde residiu a maior parte da sua vida. Anayka chega ao mundo do espetáculo com o lendário rei do reggae em espanhol, El General, iniciou-se como parte do seu elenco, na qualidade de bailarina, vocalista e companheira sentimental. (…). Em 2003, lançou-se como solista na eleição da Panameñísima Reina Negra, em Mi Pueblito Afroantillano. Como solista Anayka recebe com frequência o aplauso de milhares durante as suas atuações ao vivo por toda a América Latina com temas do seu repertorio como «Sin verguenza» e «Nadie se muerre por un amor».”  
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[1] Há estudos que provam, como finamente argumenta amiúde Arménio Carlos, que uma família estruturada gera sempre boas modelos. Liza, 1,70 m, 55 kg, 90-63-90, sapatos 37, cabelo loiro, nascida a 17 de novembro de 1985 em Volgograd. “Você já viu uma matrioska, aquele divertido brinquedo com grandes olhos azuis, bochechas rosadas e lábios garridos? Abrindo uma encontra-se outra que ao longe parece igual à anterior, mas é diferente. E isso pode continuar para sempre e sempre. A Liza é muito parecida com uma matrioska. Em cada série de fotos ela descobre algo novo, bem russo, é espantoso, sexual e diferente de algo que já tinha ocorrido. Mas como consegue ela ser tão travessa, doida nos seus sonhos e atos de miúda por intermédio de mudanças? (…). Ela não sabe o significado de vergonha, o santimonial sentimento que as suas camaradas possuem há séculos. A sua sedução é natural, a sua coqueteria é tão fácil e ligeira como se ninguém reparasse nela e ela não visse ninguém. Mas isso é apenas uma ilusão: ela claramente apercebe-se das suas ações e sabe o que os homens querem ver quando olham para ela. Isto não é astucia ou inteligência: isto é sabedoria de uma mulher de longas pernas dada do alto e permitindo obter cada capricho. (…). Tendo terminado a escola de arte, Liza começou a estudar na universidade. Entre os seus amigos estão músicos e artistas, atores principiantes e produtores. Muitas vezes eles convidam-na para fazer parte do seu trabalho criativo. Um desses artistas organizou uma exposição individual e Liza foi a sua modelo. (…). Ela acumula o talento de uma atriz e o fascínio de uma criança. Ninguém sabe quantas estatuetas estão escondidas dentro da nossa matrioska.” Entrevista: P: “Quais pensas que são as tuas melhores características?”, Liza: “Pareço uma boneca; gosto do meu lindo rosto, em particular dos meus olhos.” P: “Cor favorita?”; Liza: “Cor-de-rosa.” P: “Programas de TV favoritos, lista de nomes”, Liza: “A House 2.” P: “Livros favoritos, lista de títulos”, Liza: “O idiota, Dostoievski.” P: “Filmes favoritos, lista de títulos”, Liza: “Boomer (Бумер), e gosto muito de desenhos animados, especialmente da Disney.” P: “Música favorita, lista de títulos”, Liza: “Gosto de música pop russa como Reflex (Рефлекс), Ivanushky International (Иванушки International).” P: “Altura favorita do dia, porquê?”, Liza: “Gosto de manhã cedo, porque posso ver o amanhecer, e é muito bonito. Também gosto de passear nessa altura, o ar está muito fresco e sinto-me ótima.” P: “Qual é a tua formação? Curso?”, Liza: “Estudante, faculdade de Direito.” P: “Falas outras línguas? Se assim for, diz-me algo nessa língua”, Liza: “Não.”, P: “Lugar favorito para viajar, relaxar ou visitar”, Liza: “A natureza nos arredores da cidade.” P: “Quais foram os locais que visitaste?”, Liza: “Moscovo, Lazarevskoye.” P: “Qual é o teu feriado preferido? (Natal, dia dos namorados, dia de ação de graças, etc.)”, Liza: “O ano novo, adoro o inverno e este maravilhoso feriado. Lembra-me da minha infância e eu esperava sempre algo misterioso.” P: “Comida favorita, lanches, doces”, Liza: “Borsch, shchi – são sopas tradicionais russas, também gosto de chocolate, bolos… Gosto muito de cozinhar.” P: “Qual é o teu carro de sonho?”, Liza: “Mercedes-Benz 230 SL Pagode.” P: “Qual é o teu emprego de sonho?”, Liza: “Administradora de um restaurante famoso e caro.” P: “Descreve o teu lugar favorito para fazer compras”, Liza: “O mercado.” P: “Quais são os teus passatempos?”, Liza: “Gosto muito de cozinhar.” P: “Preferência de bebidas, alcoólicas e não alcoólicas”, Liza: “Gosto de sumo de laranja e Malibu.” P: “Tens algum animal de estimação?”, Liza: “Não, mas vou comprar um cão.” P: “Estado civil?”, Liza: “Solteira.” P: “O meu pior hábito é…”, Liza: “Sou muito barulhenta e impaciente.” P: “A única coisa que não suporto é…”, Liza: “Os mal-entendidos.” P: “Que animal melhor descreve a tua personalidade e porquê?”, Liza: “Um porquinho bonito – por vezes comporto-me como um.” P: “As pessoas que me conheceram no liceu pensavam que eu era…”, Liza: “Bonita e dinâmica.” P: “Como é que descontrais ou passas o teu tempo livre?”, Liza: “Passo todo o meu tempo livre fora de casa com amigos ou familiares.” P: “Qual foi o momento mais feliz da tua vida?”, Liza: “Quando cozinhei um grande bolo saboroso pela primeira vez sozinha. Foi na minha festa de anos e toda a gente adorou.” P: “Quais são as tuas esperanças e sonhos”, Liza: “Quero ter seios maiores, e quero também criar uma bela família, ter dois rapazes. Não quero ter uma filha, porque ela pode ter seios pequenos.” P: “O melhor conselho que já me deram foi…”, Liza: “Nunca confiar nas pessoas que não conheço.” P: “O pior conselho que me deram…”, Liza: “Nunca mentir. Acho que às vezes é melhor mentir.” P: “Que tipo de cuecas usas, se algumas”, Liza: “Biquíni.” P: “O tamanho importa? Qual é a tua medida ideal?”, Liza: “Importa. Eu prefiro o maior.” P: “Descreve a tua primeira vez (pormenores, local, pensamentos, satisfação, etc.)”, Liza: “Foi tão inesperado! Fui à casa dele para estudar, ele ajudava-me com a Química, e de repente ele disse: «Amo-te. Amo-te há vários meses, mas tu não reparas em mim! Quero-te!» Foi a primeira vez que vi uma grande volúpia nos olhos de um homem. Fiquei chocada ao princípio e senti algo estranho ao mesmo tempo. Concordei… Não sei. Estava madura para o sexo e queria-o, penso eu.” P: “O que te excita?”, Liza: “A respiração de um homem excitado.” P: “O que te desliga?”, Liza: “Cabelos sujos.” P: “O que te faz sentir mais desejada?”, Liza: “Bonitas palavras sobre o amor.” P: “Melhor maneira de te dar um orgasmo”, Liza: “Beijos ardentes no corpo todo, gosto de sexo agressivo.” P: “Qual foi o teu melhor ou mais prazeroso orgasmo?”, Liza: “Numa sauna.” P: “Masturbas-te? Com que frequência? (dedo, brinquedos ou ambos)”, Liza: “Sim, gosto de usar coisas diferentes específicas para isso e óleos.” P: “Qual foi o teu primeiro fetiche, se algum?”, Liza: “Com a minha boneca Barbie.” P: “Qual é o lugar mais exótico ou invulgar em que fizeste sexo? Ou onde gostarias que fosse?”, Liza: “No meu quarto, quando os convidados dos meus pais estavam do outro lado da parede, na sala ao lado.” P: “Posição sexual favorita, porquê?”, Liza: “Não sei, depende do lugar, da minha disposição.” P: “Descreve um dia típico da tua vida”, Liza: “Levanto-me às 05h00. Tomo um duche e vou correr meia hora. Então, tomo o pequeno-almoço e vou para a universidade. Terminadas as aulas, costumo visitar os meus pais, avós, cozinho uma refeição para eles. Depois, vou dar um passeio com os meus amigos. Vou deitar-me sempre às 23h00.” P: “Tens alguma curiosidade sexual que gostasses de explorar ou tivesses explorado? Por favor, descreve com pormenores (rapariga / rapariga, voyeurismo, etc.)”, Liza: “Às vezes quero tocar uma rapariga bonita, sentir a sua respiração… Fiz sexo com a minha amiga, Sasha. Ela é muito bruta e faz-me fazer o que ela quer. Não quero fazer mais sexo com ela. Quero ter experiências novas, ter uma namorada bonita” P: “Descreve em detalhe a tua fantasia sexual favorita”, Liza: “Sempre sonhei em beijar uma rapariga com espantosos lábios molhados, e estava deitada à beira mar com ela. Depois vamos para uma casinha e não conseguimos resistir à nossa luxúria, começamos a realizar os nossos amados sonhos.” P: “Conta-nos a tua ideia de um encontro de fantasia”, Liza: “Quero reservar um quarto VIP por uma noite no hotel mais cado do Dubai e ir para lá com a minha amada no meu próprio avião.” P: “Se pudesses ser fotografada de qualquer forma, em qualquer cenário, qual escolhias? O que te faria sentir mais desejada, mais sensual?), Liza: “Gostaria de ser fotografada numa sala dourada com uma rosa feita de ouro nas mãos.” Sites: {Model Shrines} {Which Pornstar} {Jeuneart} {hqcollect} {The Nude}. Obra cinematográfica: {“Lick” + Alice} ѽ {“Oil Babies” + Natia} ѽ {“The Green Stones” + Alice} ѽ {“Alexa Spicy Interview” + Alexa + Katia} ѽ {“Awakening” + Alice + Katia + Valentina} ѽ {“Hands Up” + Katia Valentina} ѽ {“Two Girls Playing” + Angelina} ѽ {“Paradise Rain” + Alice} ѽ {“Fishing Trip” + Alice + Valentina} ѽ {“Sea Madcaps” + Alice + Valentina} ѽ {“Sea Hooligans” + Alice} ѽ {“Seducing a Stallion”} ѽ {“Rediska” + Natia} ѽ {“Sexy Beggars” + Alice} ѽ {“One Way Game”} ѽ {“Shower Bed” + Alice} ѽ {“Playful Tongue” + Alice} ѽ {“Girlsh Petting 1” + Alexa} ѽ {“Girlsh Petting 2” + Alexa} ѽ {“No Name” + Alice + Sandra + Valentina} ѽ {“Creamy Pussy” + Natia} ѽ {“Corn” + Alice + Valentina} ѽ {“BeachGym” + Alice + Polina} ѽ {“Sweet Fingers” + Natia}.
Alina, 1,75 m, 57 kg, 90-67-95, sapatos 40, cabelo castanho, nascida a 1 de setembro de 1986 no Cazaquistão, t.c.c. Becky, Juliy, Tereza A. “Quando a viu pela primeira vez, Grig reparou em primeiro lugar no seu andar sensual e paciência. (...). Fotógrafos nas ruas e audições sobressaiam-na das outras raparigas. Alina teve várias ofertas de Slastyonoff e outros tipos famosos. (…). Desde as primeiras sessões a modelo mostrou trabalho de alta categoria no estúdio. A rapariga facilmente entra em contacto com as outras modelos e começa a trabalhar com elas, em pares, muito depressa. Alina foi instruída por uma das mais famosas modelos moscovitas, Sandra. Grig tem recebido comentários favoráveis das outras raparigas, em relação à modelo, acerca da sua sexualidade e fácil trato no trabalho. (…). A nossa miúda vive com a mãe. A mãe de Alina não pode trabalhar devido a doença grave, e a rapariga tem de trabalhar para prover à família tudo o que ela necessita. Ao mesmo tempo, está a terminar a faculdade de Comércio e vai posar muito para Galitsin. (…). Alina arruma sempre com grande prazer o estúdio depois das sessões e é extremamente sociável. Grig ainda não teve tempo de experimentar os seus cozinhados, mas ele tem a certeza que a modelo fá-lo bem, tal como ela faz com à-vontade as outras coisas. A miúda não tem namorado agora. Ela desistiu do ex por violência ligeira. Alina é muto faladora e aberta, mas o ex-namorado é muito reservado e a nossa moça irritava-o com o seu grasnar (que Valentina e Grig ouvem com grande prazer). Ele tinha um complexo de inferioridade e tentou desgraçar a Alina. Galitsin apenas vê os lados positivos da rapariga, embora ela seja impetuosa e autocrítica. Ela é gentil e simpática e é ótima! (…). A única alminha que não gostou dela como o mestre foi Alice. Ela começou a ficar com ciúmes, porque sentia-se a si própria como uma supermodelo de Galitsin nos últimos meses e viu em Alina uma séria rival. Talvez ambas nos mostrem algo especial? Alina tem mamas extremamente bonitas e um límpido olhar brilhante. Não se percam na profundidade insondável dos seus olhos.” Sites: {Galitsin’s Angels} {The Nude} {Jeuneart} {hqcollect} {Which Pornstar]}. Obra fotográfica: {fotos}. Obra cinematográfica: {“Experienced Dressmaker 1” + Alice + Valentina} ѽ {“Experienced Dressmaker 2” + Alice} ѽ {“Piercing Carrot” + Nusia} ѽ {“Sweet Carrot” + Nusia} ѽ {“Among the Fields of Gold” + Nusia} ѽ {“Snake Tamers” + Sandra} ѽ {“Tempting Trio” + Sandra + Valentina} ѽ {“Winter Picnic” + Masha} ѽ {“Crazy Undressing” + Alice + Valentina} ѽ {“Strawberry Passion” + Nusia} ѽ {“Naughty Kitten 1” + Alice + Valentina} ѽ {“Farmers Daughters” + Nusia}.
[2] Filosofia = uma carcaça de fluxos e de signos, de redes e de circuitos, uma máquina Beaubourg, uma máquina de encascar batatas nas mãos de vendedores de balões, atualmente, apenas décor nos filmes franceses: “L’avenir” (2016), real. Mia Hansen-Løve, c/ Isabelle Huppert, André Marcon, Roman Kolinka … “A história de Nathalie, uma professora de filosofia na casa dos cinquenta que se depara com um momento de viragem tanto a nível pessoal como profissional - da relação com o marido à saúde frágil da mãe, passando pelas discordâncias com a sua editora - tanto poderia ter desembocado num dramazinho new age (na linha «Comer Orar Amar») como num dramalhão com uma sucessão de desgraças sem fim à vista, vincado por um pessimismo tão à medida dos tempos que correm.”
[3] Roland Orzabal: “Eu tinha uma professora de guitarra, e ela apresentou-me um livro chamado «The Primal Scream», (de Arthur Janov). E eu li-o e tornou-se a minha bíblia. A teoria é chamada teoria da tábua rasa, ou do papel em branco. A criança nasce como uma folha de papel em branco, e todas as coisas terríveis que lhe sucedem – traumas de infância e rejeição, não ser suficientemente amada – tornam-se reprimidas e depois aparecem como neuroses mais tarde na vida. O terapeuta tentaria levá-lo a lembrar-se de algo que lhe sucedeu, e a sua forma de o lamentar – e é uma forma profunda de lamento – é isso que você realmente grita. Não como um adulto, mas, na verdade, num sentido que você está indo muito, muito fundo.” Curt Smith: “Não é uma ideia nova. Só acho que Janov explicou-a em melhores termos que a maioria das pessoas.” Roland Orzabal: “Eu converti o Curt, pode-se dizer. Suponho que ambos acreditávamos que éramos vítimas, por isso, experimentávamos muitas vezes, e persuadir os outros da validade das ideias de Janov, mas ninguém acreditava… Suponho que éramos só nós os dois. Sabe como é quando as pessoas têm uma crença específica, e não têm qualquer espaço para as crenças dos outros: é uma estucha. E eu era definitivamente um desses…”
[4] “Orzabal e Smith conheceram-se quando adolescentes na cidade de Bath, Somerset, no sudoeste de Inglaterra. A dupla tornou-se músicos da banda Neon, onde conheceram o futuro baterista dos Tears for Fears, Manny Elias. Os Neon contavam também com Pete Byrne e Rob Fisher que se tornaram nos Naked Eyes. A estreia musical de Smith e Orzabal deu-se com a banda Graduate, um número revivalista mod / new wave. Em 1980, os Graduate lançaram um álbum, «Acting My Age», e o single «Elvis Should Play Ska» (referindo-se a Elvis Costello, não Presley). O single não entrou no Top 100 no Reino Unido, apesar de funcionar bem em Espanha e na Suíça.” Roland Orzabal: “Suponho que não éramos um grupo particularmente sério, e estávamos muito, muito em baixo na cadeia alimentar no que dizia respeito aos grupos autênticos como The Specials e Madness e esse género de coisas. Não éramos muito bons. Mas tivemos um pouquinho de sucesso na rádio em Espanha, que foi a minha primeira experiência de histeria e raparigas acampadas no exterior do hotel.” Curt Smith: “Na verdade, obtivemos um número um em Espanha.” – “O nome Graduate veio do facto de eles costumarem abrir os seus espetáculos com uma versão de «Mrs. Robinson», que estava incluída no filme «The Graduate» (1967), de Mike Nichols.”  
[5] El General é também o nome de um rapper de Sfax, Tunísia. “Com apenas 18 anos ousou cantar uma música provocativa antirregime que se tornou o hino da Revolução de Jasmim. Mas que também lhe valeu a prisão. Três anos depois da revolução tunisina que catalisou a Primavera Árabe.” “Quantas revoluções têm uma canção associada? Agora que passou o 25 de abril, um exemplo claro é a Revolución de los Claveles portuguesa. Cada vez que se evoca, chega-nos aos ouvidos a voz suave de José Afonso e a sua «Grândola, Vila Morena». Mas, na realidade, há poucas revoltas populares que tenham uma banda sonora tão claramente associada à causa, talvez «A Marselhesa» francesa ou «Bella Ciao» da resistência italiana. Hoje, uma maré revolucionária inunda o mundo árabe, onde milhares de pessoas reclamam o fim das ditaduras. Os jovens encontraram nas redes sociais uma via por onde escapar à censura, organizar-se e lançar a sua mensagem de mudança e liberdade. Uma mensagem que, por vezes, chega em forma de canções, verdadeiros hinos desta primavera árabe: parece que cada revolução tem a sua própria melodia, desde a Tunísia ao Egito, a Líbia e agora a Síria. Foi o rapper El General quem em janeiro de 2011 lançou o seu grito amargo contra o então presidente da Tunísia, Ben Ali. A sua canção, «Chefe de Estado», dirige-se diretamente ao «senhor presidente», a quem pede explicações por permitir que ainda haja «gente que morre de fome e que querem trabalhar para viver». Hamad Ben Aoun lançava a sua mensagem desde uma cave e com a cara escondida pela pala de um boné. O ditador ainda não tinha caído e o mundo árabe continuava a viver um longo inverno. Mas esta foi a primeira canção que conseguiu converter-se num hino dos revolucionários, a sua mensagem foi apoiada por milhares de jovens, que também queriam pedir explicações ao «senhor presidente». El General foi detido pelo seu rap subversivo, mas já era tarde demais: a chispa da mudança já havia incendiado o país. Muito diferente é «Soul Al Horeya», «A voz da liberdade», hino egípcio durante os 18 dias de braço de ferro entre a rua e Hosni Mubarak. A canção irradia otimismo e força. «Em cada rua do meu país a voz da liberdade nos está chamando», cantam os jovens, mulheres e crianças sorridentes que seguram cartazes e fazem o signo da vitória na mítica praça Tahir, no Cairo. Esta contagiante melodia rock foi composta em plena revolta por Amir Eid, vocalista dos Cairokee e Hany Adel, guitarrista dos Wust el Balad. Os rebeldes líbios também têm o seu próprio hino: «Ficaremos aqui», uma canção melancólica composta por Adel Mashati, um médico anestesista de Bengasi, o principal bastião da oposição contra Muammar Kadhafi. Mashati escreveu-a em 2005, e nela conta a vida sob o jugo do ditador: «Esquecemo-nos de sorrir. Não éramos pessoas e muito menos cidadãos, mas indivíduos a exterminar. Submetidos à lógica de uma loucura, à revolução das massas, a atroz experiência de Kadhafi, o Estado sem Estado, a perseguição policial, o isolamento do mundo». (…). Outro rap corre estes dias pela Síria, onde o regime de Bashar el Assad reprime a sangue e fogo as revoltas populares que exigem democracia. «Bayan Ra2am Wa7ed» recupera o tom desafiador e cheio de raiva do tunisino El General, mas excede a mensagem deste ao falar da luta do povo sírio e não somente denunciar a opressão: «Queremos tornar os nossos sonhos uma realidade mesmo se o custo é sangue».” 
Durão Barroso é uma prova da qualidade dos portugueses e um motivo de júbilo para Portugal e será até aos fins dos tempos o melhor dirigente europeu, na sua muitíssima correta conspeção, a primavera árabe é um momento lindo, de forças profundas, trilhando os valores da liberdade, democracia e globalização bancária. “Numa declaração conjunta divulgada em Bruxelas em vésperas do décimo aniversário dos atentados, Durão Barroso e Herman van Rompuy sustentam que a melhor maneira de garantir a segurança dos cidadãos europeus, assim como dos parceiros internacionais, «é promovendo o Estado de direito, os direitos humanos, a governação democrática, o diálogo intercultural e proporcionando oportunidades económicas e educacionais». «Dez anos passados, as pessoas nas ruas de Tunes, Cairo, Bengasi e um pouco por todo o mundo árabe enviaram um forte sinal em defesa da liberdade e democracia. Esta é a resposta mais forte ao ódio estúpido e ao fanatismo cego dos crimes do 11 de setembro», escrevem.”
Osama bin Laden, hoje, se fosse vivo, seria presidente não-executivo da Goldman Sachs, também partilhava as visões de Durão Barroso para a primavera árabe: “Acho que os ventos da mudança soprarão por todo o mundo muçulmano, se Deus quiser. (…). A luz da revolução veio da Tunísia. Ela deu tranquilidade à nação e fez os rostos das pessoas felizes. (…). A Tunísia foi a primeira, mas rapidamente os cavaleiros do Egito levaram a faísca do povo livre da Tunísia para a praça Tahir. Esta não foi uma revolução de fome e dor, mas uma revolução de dádiva e paz.”
[6] Em Portugal, expressões como “bonita, doce e gentil” constituem, muito justamente, um hediondo crime, por que se prefigura, no bolbo raquidiano macho, o sujo desejo de partir as ilustres casas das moedas das mulheres. “A mulher que se queixou de ter ouvido de um homem, no dia 23 de julho de 2015, pelas 18h00, frente à praça de táxis de São Pedro do Sul, as expressões «Estás cada vez melhor! Comia-te toda! És toda boa! Pagavas o que me deves!» perdeu a oportunidade de ser a primeira a pôr à prova a apreciação dos tribunais sobre a criminalização de propostas de teor sexual (vulgo piropos), incluídas, desde agosto do ano passado, no crime de importunação sexual (170.º do Código Penal). Não tendo essa possibilidade, queixou-se pelo crime de injúrias e viu a Justiça fechar-lhe a porta. O MP considerou que os factos não constituem crime, o tribunal de primeira instância rejeitou a acusação particular, negando-lhe a possibilidade de ir a julgamento, e a Relação de Coimbra, que em 2006 acordara ser crime de injúria apelidar alguém de «cromo», apoiou a decisão. Embora admitindo serem as expressões em causa suscetíveis de «ferir a sensibilidade subjetiva da visada», o acórdão de que foi relator o juiz Jorge França, datado de 14 de setembro, conclui que «não atingem o patamar mínimo de dignidade ético-penal apto a fazer intervir o tipo de crime de injúria.» Uma decisão que choca a Associação Portuguesa das Mulheres Juristas, pela voz da advogada Ana Oliveira Monteiro: «Entendemos que, não havendo dúvidas de que os ditos preencheriam o tipo criminal de importunação sexual, que é posterior, consideramos que também se enquadra no crime de injúrias.»
 “Carlos Abreu Amorim, professor de Direito da Universidade do Minho e deputado do PSD, partido que propôs a inclusão das propostas sexuais indesejadas no crime de importunação sexual, junta-se ao protesto, afirmando-se «entristecido»: «Considerar que não é passível de censura jurídica e criminal um dito destes, é como se fosse aceitável, como se fizesse parte dos costumes de relacionamento. É uma decisão anacrónica.» Discordando «frontalmente da apreciação jurídica que o acórdão faz, porque a honra e a consideração social da mulher é manifestamente lesada com aquele tipo de expressões», concluiu que «jurisprudência deste cariz só vem demonstrar que era necessário criar um tipo legal novo, ao contrário do que muitos diziam, porque evidencia que mesmo quando a injúria contra a mulher é evidente, como é este caso, os tribunais não agem». Desse ponto de vista, vê a decisão da Relação de Coimbra, «embora errada, como um elogio ao Parlamento, por ter tido a coragem de uma intervenção legislativa que, independentemente da maior ou menor sensibilidade do decisor ou do juiz, não deixa margem para dúvidas», em Diário de Notícias n.º 53 856. Carlos Abreu Amorim é outra prova da qualidade dos portugueses e um motivo de júbilo para Portugal.